
20 Abril 2025
Chegamos à terceira geração dos smartphones dobráveis da Samsung. O primeiro Fold tinha vários problemas e mais parecia um protótipo que foi lançado antes de ser finalizado. A segunda geração trouxe um grande salto, deixando claro que o futuro dos celulares dobráveis será promissor. Agora o Fold 3 chega com pequenas mudanças, mas que são muito bem-vindas. O que mudou na nova geração e se vale a pena comprar, é isso que você vai descobrir nesta análise completa.
O Galaxy Z Fold 3 vem em embalagem mais compacta que seu antecessor devido à redução nos acessórios inclusos:
O novo Fold ainda continua com a premissa de ser um celular que vira tablet quando aberto. O mecanismo na vertical onde fica a dobradiça foi aprimorado, a estrutura de metal está mais resistente e o aparelho recebeu certificação IPX8 para proteção contra água, mas ainda é vulnerável contra poeira e areia.
As bordas estão mais finas, o que faz o Fold 3 ser levemente mais compacto. Ele também perdeu alguns gramas e ficou mais fino, porém a bateria foi reduzida. Do lado de fora ainda temos uma tela esticada com 6,2 polegadas e na parte inferior há a tela principal com mais de 7 polegadas.
O vidro de ambos os lados evoluiu para o Gorilla Glass Victus. O bloco de câmeras encolheu e agora temos uma pequena faixa vertical que abriga os três sensores e o flash em LED. Na parte interna, a principal mudança está na câmera de selfies que agora fica sob a tela. Porém, o furo ainda é visível quando você olha diretamente contra luz forte. A tela externa ainda traz o tradicional furo para câmera.
O corpo do Fold 3 é feito de uma liga de metal chamada de Armor Aluminum, que a Samsung alega ser mais durável que os demais celulares com corpo de metal da empresa. O Fold 3 chega ao mercado em três opções de cores: preto, prata e verde. Há um aro de plástico em preto ao redor da tela principal que protege para que um lado do painel não encoste no outro quando o celular está dobrado.
A Samsung alterou a estrutura da tela principal, que apesar da superfície ainda ser plástica, está 80% mais resistente e agora é possível usar com a S Pen. No entanto, não é a mesma canetinha presente na linha Note, já que a do Fold 3 tem ponta retrátil para evitar que o usuário aplique muita pressão e danifique a tela do aparelho.
Não houve mudanças nas laterais do aparelho. O botão de energia com leitor biométrico incorporado e a tecla de controle de volume continuam do lado direito. A gaveta do SIM card segue do lado esquerdo, considerando o aparelho quando aberto. Na parte superior temos um alto-falante em uma banda e microfones na outra. Na parte inferior temos a entrada USB-C e microfone em uma banda e o segundo alto-falante na outra metade do aparelho.
O novo Fold não sofreu mudanças no carregamento sem fio que continua limitado a 11W, assim como o reverso que carrega no máximo a 4,5W. O Wi-Fi de sexta geração evoluiu para a versão 6E com maior velocidade e o Bluetooth agora é 5.2. Além disso, temos conectividade UWB, NFC e 5G.
A tela principal do Fold 3 tem 7,6 polegadas indo além da resolução Quad HD e taxa de atualização de 120 Hz. No papel, parece ser a mesma tela do antecessor, mas a diferença é que esta não tem o furo. A área da câmera tem uma densidade de pixels inferior ao restante do painel, o que faz com que o furo ainda seja visível. A Samsung alega que tal decisão evita que a câmera sofra uma grande perda de qualidade como visto em outros com câmera sob a tela.
O brilho está mais forte, mas fica bem abaixo do Galaxy S21 Ultra. A tela externa de 6,2 polegadas tem resolução superior e também possui brilho mais forte nesta geração, porém o maior avanço é que agora o painel é de 120 Hz. Ambas as telas apresentam ótima calibração de cores no modo padrão e chegam ainda mais perto do ideal quando no perfil Natural.
Ambas as telas possuem suporte a HDR, porém a principal tem maior compatibilidade com serviços de streaming para extrair o máximo da qualidade de filmes e séries. Só é uma pena que nenhum dos painéis do Fold 3 sejam do tipo LTPO. Isso significa que a tela só alterna entre duas velocidades (60 ou 120 Hz) na maior parte do tempo, o que não ajuda tanto a economizar bateria.
Os alto-falantes do Fold 3 estão um pouco maiores e com isso temos som mais potente que o seu antecessor. Ele fica no mesmo nível do S21 Ultra, mas ainda um pouco abaixo do iPhone 12 Pro Max. A qualidade sonora evolui e temos mais graves presentes para deixar o som mais equilibrado. O Fold segue sem entrada para fones de ouvido e não vem com o acessório na caixa.
O Galaxy Fold 3 vem equipado com a plataforma Snapdragon 888, diferente da linha S21 que veio com o Exynos 2100 para o Brasil. Você pode até esperar que este entregue melhor desempenho, mas em nosso teste de velocidade focado no multitarefas tivemos resultado inferior ao Galaxy S21 Ultra. Comparado ao Z Fold 2 não tivemos um avanço considerável.
Se você acha que números de benchmarks são mais importantes, então aqui temos uma boa notícia: o Fold supera o S21 Ultra. No entanto, em alguns testes a diferença é pequena, como no caso do AnTuTu que não chega nem a 5%.
O Fold 3 roda vários jogos a 120 fps, como o caso de Mortal Kombat. Games mais exigentes podem não chegar a este nível de fluidez, mas é possível jogar PUBG com ótima fluidez na opção HDR com detalhes gráficos no Extremo e filtros ativados. Call of Duty também rodou com ótima fluidez na qualidade Muito Alta com taxa de quadros no máximo e recursos gráficos ativados.
O Fold 3 vem com bateria de 4.400 mAh, sendo 100 mAh a menos do que seu antecessor. Assim como os outros dobráveis da Samsung, ele também tem sua bateria dividida em duas partes, sendo uma de 2.280 mAh e outra de 2.120 mAh.
Essa pequena redução não chega a impactar o rendimento e temos praticamente a mesma duração de antes. O Fold 3 não é o tipo de aparelho que impressiona em autonomia e pode até não durar o dia todo se abusar de jogos ou do brilho da tela.
Um ponto que não evoluiu é o carregamento; ele ainda é limitado a 25W e a fabricante não fornece o carregador na caixa, porém você pode solicitar o acessório gratuitamente no site da Samsung. Ele demora 1 hora e 24 minutos para recarregar completamente, leva 15 minutos para chegar a 23% de carga e 30 minutos para alcançar 45%.
O conjunto fotográfico não apresenta uma evolução comparado ao antecessor, o que é uma grande decepção. A câmera principal herda o sensor IMX555 da Sony com resolução máxima de 12 MP; a secundária também é a mesma do ano anterior, o sensor S5K3L6 da Samsung com resolução máxima de 12 MP e lente ultra-wide; e fechando o pacote temos mais uma câmera de 12 MP, sendo esta do tipo teleobjetiva com zoom óptico de 2x.
Já deu para perceber que a Samsung não quis inovar na parte fotográfica do aparelho. Isso faz com que o Fold 3 seja capaz de registrar boas fotos, mas não compete com flagships atuais. As imagens saem suavidades e às vezes até com ruídos mesmo em locais bem iluminados. As cores não chegam a se destacar e o HDR nem sempre funciona como deveria.
A ultra-wide também não surpreende e faz um trabalho decente. Ainda está acima a de muitos celulares intermediários, mas já vimos melhores da Samsung. As fotos ficam ainda mais suavidades e em cenários noturnos perde-se muitos detalhes das partes mais escuras. A boa notícia é que as cores e contraste seguem o padrão da câmera principal. É uma pena que a ultra-wide não tenha foco automático para ajudar nas macros.
Usar o zoom óptico de duas vezes não chega a comprometer as fotos. As cores e faixa dinâmica seguem inalteradas. Os ruídos ficam um pouco mais visíveis se você ampliar as fotos, mas servem para serem publicadas nas redes sociais. O zoom máximo chega a 10x com a ajuda do software e aqui a queda na qualidade já fica mais notável.
O Fold 3 possui duas câmeras para selfies. A externa é a mesma de 10 MP do Fold 2 com sensor IMX374 da Sony, enquanto a que fica sob a tela principal tem resolução de 4 MP. Qual a melhor para capturar selfies? Sinceramente, a câmera traseira. Como você tem a flexibilidade de usar o conjunto principal e se guiar com a tela externa, esta acabando sendo a melhor solução diante a falta de foco automático na câmera de selfies.
A câmera sob a tela é a mais fraca para selfies. As fotos têm qualidade similar a de celulares de entrada. As imagens são até aceitáveis devido ao excesso de pós-processamento que tenta melhorar as fotos e esconder os defeitos. É bom evitar usar esta câmera ao máximo e se prender mais à câmera de selfie externa que captura boas fotos.
Há muitos celulares por aí com Snapdragon 888 que gravam vídeos em 8K, mas este não é o caso do Fold 3. Faz falta para você? O que importa é que ele grava vídeos em 4K com as câmeras traseiras e frontal externa, a diferença é que a principal filma a no máximo 60 fps e a de selfie apenas a 30 fps. A qualidade é boa, há estabilização eficiente, o foco é ágil e a captura de som é limpa.
Se for usar a câmera selfie para vlog, então recomendamos a externa. A câmera mais básica que fica sob a tela só grava em Full HD, tem cores apagadas e sofre para lidar com excesso de luz no fundo.
O Z Fold 3 sai da caixa com Android 11 com One 3.1.1. No momento em que testamos o aparelho, ele estava com a versão mais atual do pacote de segurança do sistema. Você tem os mesmos recursos presentes em outros celulares da Samsung com a One UI 3.1, a diferença é que neste temos alguns extras para o uso com duas telas.
Um deles é que há uma lista onde você seleciona quais apps devem continuar em execução ao alternar entre a tela externa e interna. Você também pode usar as câmeras traseiras para selfies e a tela menor serve como guia para visualização. E todo o sistema é aberto em dois menus, como é comum em tablets Android.
Se quiser usar a S Pen desenvolvida especialmente para o Fold 3 terá que comprar a capinha especial que vem com o canetinha e custa R$ 800. Ela adiciona alguns extras que temos na linha Galaxy Note, como a possibilidade de fazer anotações rápidas ou editar capturas de tela. O celular reconhece quando você toca na tela com a S Pen e já abre o menu flutuante com os atalhos que podem ser customizados.
Agora se você espera ter todos os recursos da linha Note, pode acabar ficando decepcionado. Isso acontece pelo fato de que a S Pen Fold Edition não tem suporte a Bluetooth e não funciona com as Ações Suspensas. Se você quiser ter todos os recursos terá que investir na S Pen Pro, a canetinha mais cara compatível com o Fold 3. E é bom lembrar que a antiga S Pen da linha Note não funciona com o aparelho.
Fica claro que o Fold 3 não traz tudo de mais avançado que a Samsung possui e você fica se perguntando que alternativas teria. Bem, o dobrável da coreana não possui um rival direto disponível no Brasil, então terá que se contentar com ele se o que você busca é ter um celular misto de tablet.
O Flip 3 é outra opção de dobrável da Samsung que custa muito menos, mas tem uma proposta diferente e sem essa pegada de tablet do Fold. De qualquer forma, ele vem com a mesma plataforma Snapdragon com desempenho similar, a bateria dura igual, tem a mesma tela AMOLED com brilho forte e 120 Hz, também é resistente à água e tem boas câmeras. Como ele custa quase metade, seu custo-benefício fica muito mais interessante.
Agora se busca o melhor da Samsung, o Galaxy S21 Ultra ainda é a melhor opção. Ele tem tela com brilho mais forte, melhor desempenho multitarefas (mesmo com o Exynos 2100), sua bateria dura muito mais, as câmeras são melhores e ele também tem suporte à S Pen. Tudo isso custando metade do preço do Fold 3 atualmente.
Há opções melhores e bem mais baratas, até mesmo da própria Samsung
Embalagem vem só com o básico, mas é possível solicitar o carregador no site da Samsung
É um celular grande quando aberto, mas até confortável de usar quando fechado
Mesma One UI presente nos demais, porém com alguns extras para duas telas
Tela de boa qualidade e som potente garantem ótima experiência multimídia
O Fold 3 é um bom celular, mas custa mais sendo inferior ao Galaxy S21 Ultra
Onde Comprar
As melhoras ofertas para o Samsung Galaxy Z Fold 3