
24 Janeiro 2023
A Samsung criou o Galaxy S5 como uma evolução natural de seu flagship anterior, o Galaxy S4. A ideia seria genial, de um upgrade extremamente necessário, mas a receita resultou em um smartphone que é basicamente uma pequenina atualização do aparelho lançado no ano anterior. Por dentro, temos um processador quad-core de 2.5 GHz, acompanhado de uma potente GPU Adreno 330 e 2 GB de memória RAM - mais do que o suficiente para tudo, mas que é consumido em partes pela pesada TouchWiz. A caixa também mudou, sendo um modelo levemente mais fino, leve e pequeno do que foi lançado com o S4.
Na embalagem temos o celular, carregador de tomada com porta USB, cabo USB com ponta microUSB, fone de ouvido intra auricular, borrachas sobressalentes e manuais de instrução.
Por fora o Galaxy S5, olhando de frente, é basicamente igual ao que temos no Galaxy S4 e S3. As diferenças visuais ficam por conta do botão sensível ao toque da esquerda - que deixou de ser um botão de menu e virou um para multitarefa. O mesmo acabamento de plástico frágil (inaceitável em um smartphone que foi lançado custando R$ 2,7 mil) e com borda também plástica e que imita algo metálico. Na frente temos uma tela Super AMOLED de 5,1 polegadas, resolução de 1920 x 1080 pixels e densidade de aproximadamente 432 pixels por polegada.
Ainda na frente temos a câmera frontal de 2 megapixels e que filma em Full HD, junto de sensores de luz, proximidade e um pequeno LED para notificações. Abaixo, junto dos botões sensíveis ao toque está uma novidade que vem direto da ideia lançada pela Apple no iPhone 5S: um botão central que funciona como leitor de impressões digitais. Diferente do que a Apple fez, este leitor não aceita os dedos em qualquer posição e o usuário precisa passar a impressão digital acima dele, já que o botão é pequeno. Como o smartphone é grande, um phablet, utilizar apenas uma mão para desbloquear a tela (com a impressão digital) é uma tarefa impossível.
Na lateral direita está apenas o botão liga/desliga.
Do outro lado ficam os controles de volume.
Abaixo temos o microfone primário (para chamadas e gravar som em estéreo) e uma porta que protege a entrada microUSB 3.0 da água e poeira. Esta porta é bem firme, mas como está em um local de acesso praticamente diário (você vai abrir e fechar, sempre que quiser carregar a bateria), poderia conter a mesma proteção do fone de ouvido - que não necessita de qualquer proteção externa).
Acima estão o microfone secundário, uma porta infra vermelho (que transforma o smartphone em um controle remoto universal) e a entrada para fones de ouvido - que é protegida por dentro, podendo assim mergulhar sem qualquer dano para o dispositivo.
Atrás está a câmera de 16 megapixels e que filma em até 4K, com um flash LED e a outra surpresa do dispositivo, que é o leitor de batimentos cardíacos.
O leitor funciona muito bem, com precisão e pouco tempo de aferimento. A tampa é tão frágil quanto a do Galaxy S4 e S3 e conta com uma proteção emborrachada para impedir a entrada de água e poeira.
A bateria é de 2.800 mAh e a Samsung poderia ter colocado uma bateria muito maior (lembre-se que o Xperia Z2, por exemplo, tem basicamente o mesmo espaço e uma bateria de 3.200 mAh), já que há espaço suficiente para isso no aparelho. A carga é capaz de durar pouca coisa além de um dia inteiro de uso moderado, o que aumenta com o modo de economia severa de energia - um erro grave, já que seria mais fácil fazer o TouchWiz gastar menos energia, do que limitar o uso do aparelho para que a bateria dure um pouco mais, não é Samsung?
Por fim, ainda temos a entrada para o chip da operadora (Micro-SIM) e para cartões microSD de até 128 GB.
Ah, falei lá em cima que o Galaxy S5 conta com proteção contra água e poeira, certo? Então, seu maior novo recurso é a capacidade de mergulhar por até um metro de profundidade durante 30 minutos seguidos. Além disso, o aparelho pode ficar totalmente coberto por poeira ou areia, sem danificar seus componentes.
O material ainda é o frágil plástico, fino demais para um smartphone que é o mais caro da fabricante - e mais parrudo. Por outro lado, ele continua leve. A pegada ficou mais confortável pela textura mais áspera na parte traseira, mas o tamanho exagerado (tradicional de um phablet) complica a vida de usuários com mãos pequenas. Suas medidas são de 142 milímetros de altura, por 72,5 milímetros de largura e 8,1 milímetros de espessura. Tudo isso somado aos 145 gramas de peso total, já com a bateria instalada.
O Galaxy S5 não é o tipo de celular que fica seguro em um bolso mais apertado, já que provoca certo volume não por sua espessura, mas sim pela largura e altura. Este não é bem um defeito do aparelho, já que é uma tendência de mercado para ter celulares cada vez mais largos, altos e mais finos.
A Samsung colocou o melhor, ou quase isso, que está disponível para os smartphones Android, dentro do Galaxy S5. Isso significa que é muito raro - não aconteceu em nenhum teste que fizemos - rodar um jogo ou app e ele travar por completo. Por dentro, temos um processador Qualcomm MSM8974AC Snapdragon 801 rodando quatro núcleos a 2,5 GHz, junto de uma GPU Adreno 330 e 2 GB de memória RAM, com 16 GB de memória interna e aproximadamente 8 GB de espaço disponível para armazenamento (pois é, mais uma vez a Samsung utiliza quase 8 GB para guardar o Android - que ocupa aproximadamente 3 GB - e seus apps, junto da TouchWiz, que ocupam o restante).
Tudo rodaria da forma mais perfeita e sem engasgos possível, mas este não é bem o cenário que temos por aqui. O grande vilão deste roubo de desempenho é a interface customizada da Samsung. Um problema que não começou hoje e que é responsável por diminuir drasticamente a fluidez das animações de transição de tela, por exemplo (algo incaceitável, quando temos um processador mais potente do que muito computador). A TouchWiz foi renovada, com um visual mais limpo, clean e com cores mais chapadas (alô iOS 7 e Windows Phone!). Ficou mais bonito, mas não mudou em nada o peso da interface. A tela inicial é dividida em cinco painéis (que podem chegar até sete), onde ficam os atalhos e widgets.
Puxando a barra de notificações, temos uma das novidades desta TouchWiz, que é um assistente de configuração para qualquer tipo de conexão. Ele varre o ambiente em busca de qualquer coisa, seja a conexão Wi-Fi ou até Bluetooth. É uma forma muito mais veloz de adicionar um novo dispositivo Bluetooth, por exemplo. Junto deste recurso, fica o S Finder, que é uma busca universal e que entrega resultados que podem ser aplicativos instalados, contatos da agenda telefônica, histórico do navegador, uma pasta do cartão de memória e até uma busca na web.
O menu de aplicativos continua basicamente o mesmo que existe desde o Galaxy S2, sem qualquer alteração. De fábrica temos uma série de aplicativos pré-instalados, sendo que muitos poderiam muito bem sumir do aparelho e outros são úteis. Um deles é o S Health. Este app permite controlar seu exercício físico e utiliza o leitor de batimentos cardíacos do aparelho (ou o resultado que um Galaxy Gear 2 ou Fit) para sugerir alguma atividade extra.
Outra melhoria para o usuário está na adição de uma forma de acelerar os downloads do dispositivo, unindo a velocidade de uma rede Wi-Fi com a velocidade do 4G LTE que você tiver. Vale lembrar que este tipo de recurso pode ser uma ótima forma de acelerar o download e também de estourar sua franquia mensal do plano de dados.
A tela de configurações foi totalmente remodelada, com objetivo de ajudar na hora de usuários novatos a encontrarem o que buscam. Os ícones, bem maiores agora, contam com textos bem diretos e objetivos. Além disso, é possível buscar um termo da configuração que você deseja - algo como escrever "impressão" quando você quiser saber como chegar até a área de configuração da impressão digital.
Por fim, outra novidade que chegou com o S5 é o leitor de impressões digitais - algo que veio direto do olho da Samsung em cima da Apple e o iPhone 5S. Diferente do leitor da Apple, o do S5 não permite que você utilize qualquer local do botão inicial para efetuar a leitura. Você precisa passar o dedo por cima do botão, deslizando para baixo, para a ferramenta funcionar perfeitamente. Com ele você pode autenticar pagamentos do PayPal e também desbloquear a tela inicial - que, como precisa de duas mãos (uma para segurar o smartphone e outra para passar o dedo), acaba sendo bastante incômoda.
O navegador fica dividido entre o da Samsung e um nativo do Android (que neste caso, está na versão 4.4.2), que é o Chrome. O Chrome conta com mais recursos, como sincronização de abas com outros dispositivos e de histórico, senhas salvas e outras informações. Com tamanho hardware, o desempenho do browser foi bastante fluido e sem qualquer engasgo em qualquer página testada.
A placa gráfica que está no S5 é a melhor disponível para processadores Snapdragon. Temos uma Adreno 330, que roda em conjunto com um poderoso processador quad-core de 2.5 GHz e 2 GB de memória RAM. O resultado é que qualquer jogo disponível no Google Play, sem qualquer travamento ou engasgo. Testamos o Asphalt 8, que rodou bem o game, com todos os gráficos, sem travamentos e sem queda na taxa de quadros por segundo.
O tocador de músicas é bem simples, ocupando a tela inteira e com recursos bacanas como equalizador de som e outras melhorias para o áudio executado. Ele rodou qualquer MP3 que testamos e ainda exibiu a capa do álbum corretamente.
Já o de vídeos, foi capaz de repdroduzir vídeos em até 1080p, mas sem o codec de áudio disponível para um dos vídeos testados. No Netflix, a reprodução foi de altíssima qualidade.
Um dos pontos que mais chama atenção, junto da qualidade de tela, está na forma como a câmera registra as imagens. Por aqui são 16 megapixels, que criam fotos de até 5312 x 2988 pixels e o resultado é bastante positivo. Fotos com boa luminosidade ficam com ótimos detalhes e reprodução de cores bastante fiel. Em fotos noturnas, o resultado é pouca coisa inferior, com algum granulado visível de longe em ambientes com pouca luz. Um dos novos recursos é o tempo de foco, que caiu bastante desde o último Galaxy.
Na hora de filmar, o aparelho conta com sensor capaz de gravar vídeos em até 4K (com arquivos enormes, como qualquer filmadora 4K) em 30 quadros por segundo, Full HD com 60 quadros por segundo e 720p para uma câmera lenta de 120 quadros por segundo. A qualidade dos vídeos segue o mesmo que temos em fotos e, além disso, eles podem ser gravados com som estéreo bastante cristalino.
Pontos fortes
Pontos fracos
Apenas uma pequena atualização do Galaxy S4, sem novidades que fazem valer o upgrade ou a compra deste modelo (que é mais caro).
Embalagem mais fina e leve do que a do modelo anterior. mais simples e com menor qualidade de construção.
Boa pegada, mas material liso na lateral tira a firmeza nas mãos. O leitor de impressões digitais poderia funcionar em mais do que apenas uma posição.
Sistema ficou mais fácil de usar, principalmente com a tela de configurações que lista opções por assunto.
Rodou tudo que testamos, sem exceção.
Se você quer um Samsung parrudo, de verdade, não faz diferença a compra de um S4 ou S5. Vá de S4 e economize uns trocados. O S5 vale apenas como um novo gadget para quem não se importa em gastar mais.
Onde Comprar
As melhoras ofertas para o Samsung Galaxy S5