
22 Agosto 2023
A subsidiária Redmi nasceu como uma linha de baixo custo da Xiaomi que sempre se destacou por oferecer celulares apelativos cobrando pouco. O Redmi 7 valia mais a pena que os rivais da Samsung, LG e Motorola, mas isso acabou mudando no Redmi 8 que não tinha um custo-benefício tão interessante. Agora temos em mãos o Redmi 9 que vem brigar pelo posto de celular bom e barato. Será que a Xiaomi recupera seu status de melhor pela metade do preço ou as marcas rivais ainda são mais negócio? Vamos conferir nesta análise completa do TudoCelular.
O Redmi 9 vem em embalagem branca com o modelo estampando na tampa, como é comum nos lançamentos de 2020 da Xiaomi. Além do celular, você receberá:
O Redmi 9 segue mantendo a fórmula por gerações com design simples e acabamento básico feito em plástico. Ainda não foi dessa vez que a Xiaomi adotou furo na tela para câmera de selfies e temos o mesmo entalhe em gota de antes.
Com o aumento de tela as medidas foram ampliadas deixando o Redmi 9 maior, mais largo e pesado. A boa notícia é que a sua ergonomia não foi tão prejudicada devido ao acabamento fosco da traseira e laterais, que torna o aparelho menos escorregadio. Mesmo assim, a Xiaomi ainda fornece uma capa de proteção na caixa. E mesmo que a tela tenha proteção Gorilla Glass 3, a marca chinesa ainda incluiu uma película que já vem aplicada.
As câmeras continuam alinhadas verticalmente na parte central em um círculo que não possui a mesma textura do restante da traseira. É um toque bacana para dar mais elegância ao Redmi 9. Agora são quatro sensores e um fica separado ao lado do flash. O leitor biométrico segue na mesma posição de antes e funciona bem.
Tivemos bons avanços em conectividade: o Wi-Fi agora tem suporte a 5 GHz e o Bluetooth é 5.0. O Redmi 9 pode ser encontrado com NFC em alguns mercados, mas o que recebemos para testes não traz tal tecnologia. O emissor de infravermelho continua no topo para permitir usar o celular como controle remoto.
A tela não apenas cresceu, como sua resolução também aumentou. Agora sendo Full HD+ temos uma imagem mais nítida do que antes. O brilho é baixo e complica o uso em dias ensolarados. Não há suporte a HDR10, mas pelo menos poderá curtir conteúdo em Full HD nos principais serviços de streaming devido ao suporte ao Widevine L1 DRM.
O brilho mínimo é baixo e agradará quem usa o celular no escuro. Já a reprodução de cores é ruim por padrão e tende muito para tons frios deixando o branco fortemente azulado. Nas configurações de tela é possível reduzir o problema ao escolher o perfil quente de saturação. Pelo menos o contraste é alto e não terá cores lavadas como é comum em celulares de entrada.
Há apenas uma saída de som na parte inferior do aparelho. O som mono tem potência decente e não empolga por focar demais nos médios. Há falta de graves e as vozes saem meio abafadas. O Redmi 9 é aquele tipo de celular que implora para ser usado com fones de ouvido... e como esperado, não há nenhum na embalagem. Pelo menos ele tem entrada P2.
A Xiaomi trocou o Snapdragon 439 pelo Helio G80. Isso garante um grande salto em desempenho? Deveria, mas em nossos testes vimos o novo ser mais lento que o antigo no multitarefas. Os dois contam com mesma quantidade de RAM, mas a nova versão da MIUI pode acabar exigindo mais memória para manter os apps rodando em segundo plano.
Você sentirá o maior poder de fogo do Helio G80 em benchmarks. No AnTuTu chegamos a ter o dobro da pontuação do Snapdragon 439. Em jogos tivemos bom desempenho na maioria dos games testados. Asphalt 9 é um que sofre na linha Redmi e neste aqui também apresenta congelamentos.
O problema não está na GPU Mali-G52. Ela rodou bem PUBG com média de 30 fps e os demais com a fluidez máxima que a tela de 60 Hz consegue suportar. A linha de entrada da Xiaomi sempre foi uma boa opção para gamers casuais e o Redmi 9 não é uma exceção.
FPS nos jogos:
PUBG: 28-30fps
Asphalt 9: 25-30fps
COD Mobile: 55-60fps
Mario Kart: 60fps
Mortal Kombat: 56-59fps
A câmera principal teve pouca evolução saindo de 12 MP para 13 MP. As novidades ficam para a adição de uma ultra-wide com sensor da ISOCELL da Samsung e amplo ângulo de visão, além de uma dedicada para macro. A de profundidade é a mesma vista no Redmi 8.
O Redmi 9 não é um celular que vai te conquistar pela câmera, mas também não vai ser isso que vai te afastar da compra. Ele não registrará fotos incrivelmente detalhadas com contraste elevado e HDR eficiente. Como estamos falando de um celular básico, ele fará o básico, porém faz bem feito.
Celulares com hardware da MediaTek carecem de um bom processamento de imagem, mas no geral o Redmi 9 se sai bem. De dia terá boa nitidez e cores bem equilibradas. Achou a tonalidade das imagens muito opacas? Há inteligência artificial para dar aquela saturada.
O que mais surpreende é a câmera ultra-wide. É uma das melhores que vimos entre os celulares baratos e registra melhores fotos que muitos intermediários. Xiaomi fez bem em escolher um sensor da Samsung. As cores são as mesmas da câmera principal e não há distorção nos cantos como é comum em celulares baratos.
Claro, não espere muito de fotos noturnas. Tanto a principal quanto a ultra-wide sofrem na escuridão e dificilmente conseguirá registrar boas imagens. Se você curte fotografar mais à noite, então esqueça o Redmi 9, mas para fotos no fim de tarde ele dá conta do recado.
A câmera macro não possui foco automático como nos modelos da linha Redmi Note 9. Você precisará ficar a uma distância entre 3 e 5 cm do objeto se não quiser fotos desfocadas. Com o tempo você pega o jeito e conseguirá fotos detalhadas que fazem rivais com câmera macro passarem vergonha.
Por fim temos a de desfoque que é a mais decepcionante do conjunto. É comum errar o recorte, mas o efeito bokeh até que é decente. A frontal também poderia ser um pouco melhor. Ela peca em nitidez, mas registra selfies com bom contraste e poucos ruídos em locais fechados. À noite a qualidade cai bastante enquanto o modo retrato até faz um bom trabalho.
E como esperado de celular básico, nada de filmagem em 4K. O Redmi 9 continua limitado a gravar vídeos em Full HD a 30 fps, mas agora faz isso com a ultra-wide e também a macro. A filmagem com a câmera principal tem detalhes medianos e cores opacas, mas o ruído é baixo. Há tremidos devido à falta de estabilização eletrônica. O foco é meio lerdo e fica ainda pior à noite, e a captura de áudio é apenas mono.
A Xiaomi aumentou a bateria em apenas 20 mAh para lidar com a tela maior com resolução superior. O resultado já é o esperado: a autonomia caiu. Ainda é possível passar o dia todo fora de casa sem se preocupar em ficar sem celular, mas terá que pegar mais leve e não abusar de vídeos ou jogos.
Render menos que o antecessor é ruim e ficar bem abaixo dos principais rivais pode ser um grande ponto negativo para o Redmi 9. A pior parte é que o carregador continua levando as mesmas três horas de antes para fazer o celular ir de 0 a 100%. Com uma carga rápida de 15 minutos você recupera apenas 10%, o que garante um fôlego extra de menos de 2 horas de uso.
O Redmi 9 vem com Android 10 e já recebeu atualização para a MIUI 12 por instalação forçada, mas ainda deve demorar um pouco para chegar via OTA. Os recursos são os mesmos de outros da marca, incluindo o Game Turbo para turbinar a experiência com jogos, evitar distrações com notificações durante a jogatina e até medir a taxa de quadros por segundo.
Há suporte a modo escuro, que não vai ajudar a economizar bateria já que a tela não é do tipo OLED, e usar este tema de dia pode dificultar ainda mais enxergar o conteúdo na tela devido ao brilho baixo.
Há app de rádio FM que funciona sem a necessidade de fones de ouvido, e com o Mi Remote você pode controlar diversos eletrônicos da sua casa. A experiência no geral é boa, mas o Redmi 9 está longe de ter uma fluidez exemplar. As animações engasgam com frequência e às vezes o celular demora para reconhecer um toque na tela.
Decepcionado com o Redmi 9 ou prefere alternativas encontradas oficialmente em nosso mercado? O seu maior rival é o Galaxy A21s que é mais rápido, bateria dura muito mais, passa menos tempo na tomada e tem câmeras melhores.
Uma alternativa mais barata? A LG possui o K51s que tem melhor desempenho no multitarefas mas é bem pior nos jogos, e a bateria rende o mesmo - pelo menos recarrega mais rápido. O problema é sua tela com brilho ainda mais baixo.
O Redmi Note 9 já aparece em ofertas pelo mesmo preço. E aí, qual Xiaomi é melhor? O Note 9 consegue ser ainda mais lento no multitarefas, mas a bateria dura mais. O seu design é mais atual, porém as câmeras decepcionam. Pelo menos a macro tem foco automático.
Há opções no mercado nacional mais interessantes
Embalagem traz capinha de proteção, mas nada de fones de ouvido
Apesar de grande, o Redmi 9 não escorrega tão fácil graças à textura na traseira
Terá a mesma MIUI de sempre, com a modificação por cima do Android já conhecida
Tela tem brilho baixo e som mono não é dos melhores
O Redmi 9 é celular decente, mas que fica ofuscado diante dos demais básicos da Xiaomi
Onde Comprar
As melhoras ofertas para o Redmi 9