O Moto G05 chegou ao mercado nacional no final de 2024 como o novo celular básico da Motorola. A promessa é conquistar o público brasileiro que busca um aparelho acessível, mas com design caprichado e bons recursos — indo além do básico normalmente oferecido por outras fabricantes. Mas será que o Moto G05 realmente se destaca no segmento? Vamos conferir.

O Moto G05 vem em embalagem escura com nome na cor laranja e além do celular, você recebe os seguintes acessórios:

• Carregador de 10W de potência
• Cabo USB no padrão C
• Chavinha da gaveta do SIM card
• Guia do usuário

Apesar de ser um celular de entrada, a Motorola resolveu caprichar no visual e na resistência do Moto G05. A traseira está disponível em duas cores — cinza ou violeta — e traz uma textura que imita couro, remetendo ao acabamento encontrado em modelos mais caros da marca.

Além disso, o aparelho conta com vidro Corning Gorilla Glass 3 protegendo o display, o que garante maior resistência contra riscos e impactos. Ele também possui certificação IP54, que oferece proteção contra poeira e respingos d’água. Um bônus interessante é que a tela continua respondendo ao toque mesmo com os dedos molhados.

O Moto G05 segue a identidade visual da linha, com uma leve elevação na parte traseira onde ficam a câmera e o flash de LED — sem aquele bloco separado que era comum nos modelos antigos da marca.

Embora o conjunto aparente ter duas câmeras, na verdade há apenas um sensor fotográfico. A segunda abertura abriga um sensor de luz ambiente que ajuda em fotos em condições mais desafiadoras. Na parte frontal, há um furo na tela para a câmera de selfies, o que é um ponto positivo, já que muitos concorrentes ainda utilizam o antigo entalhe em forma de gota.

As bordas da tela não são exageradas, embora a inferior tenha o dobro da espessura das demais. As laterais são planas e feitas de plástico fosco de boa qualidade, transmitindo uma sensação de robustez. O Moto G05 também é um pouco mais compacto que a maioria dos celulares de entrada, sendo mais confortável de usar com apenas uma mão.

O leitor biométrico fica integrado ao botão de energia na lateral e funciona bem no reconhecimento da digital. Há ainda entrada para fones de ouvido na parte superior do aparelho, e na lateral esquerda encontramos uma gaveta tripla, que permite o uso de dois chips e um cartão microSD de até 1 TB para expansão de armazenamento.

Em conectividade, o Moto G05 vem com Wi-Fi de quinta geração, com suporte a redes de 5 GHz, além de Bluetooth 5.4 e rádio FM. No entanto, ele não é um celular 5G e também não conta com NFC para pagamentos por aproximação.

O modelo básico da Motorola traz uma boa tela de 6,7 polegadas com resolução HD+, painel IPS LCD e taxa de atualização de 90 Hz. Como estamos falando de um celular de entrada, não dá para esperar recursos avançados, como suporte a HDR.

A fabricante divulga o Moto G05 como o celular com a tela mais brilhante da categoria, prometendo até 1.000 nits de brilho máximo. E realmente ficamos impressionados: o aparelho chegou a registrar quase 1.300 nits em nossos testes — um feito notável, considerando que até alguns modelos intermediários da própria Motorola não alcançam nem metade disso.

A calibração de cores vem no modo saturado por padrão, mas o usuário pode optar por uma exibição mais neutra e até ajustar a temperatura do branco. A taxa de atualização varia automaticamente entre 60 e 90 Hz, mas também é possível travar em uma das opções, conforme a preferência.

Outro ponto positivo está no sistema de som. O alto-falante de chamadas funciona como canal secundário para oferecer áudio estéreo — algo ainda raro em celulares de entrada. A potência sonora agrada e não apresenta distorções, mesmo com o volume no máximo.

A qualidade do áudio segue o esperado para a categoria: há pouca presença de graves e bons agudos, com médios mais discretos — algo comum em modelos mais acessíveis. No entanto, há um equalizador com suporte a Dolby Atmos, que permite selecionar perfis sonoros para diferentes tipos de conteúdo, como filmes, jogos ou músicas. Também há a opção de áudio espacial, que entrega uma experiência mais imersiva.

O hardware do Moto G05 é comandado pelo chipset Helio G81 Extreme, da MediaTek, que conta com um processador octa-core, formado por dois núcleos de alto desempenho da série Cortex-A75 e seis de baixo consumo A55, além da GPU Mali-G52. No mercado brasileiro, o aparelho é vendido em apenas uma versão, com 4 GB de RAM e 128 GB de armazenamento interno.

O software utiliza até 8 GB do armazenamento para o recurso RAM Boost, que tenta melhorar o desempenho em multitarefas ao expandir virtualmente a memória RAM. Na prática, porém, o ganho é mínimo — o Moto G05 ainda costuma recarregar aplicativos que estavam abertos em segundo plano e acabou ficando atrás de alguns concorrentes em nosso teste de velocidade.

Pelo menos nos benchmarks, os resultados ficaram dentro da média da categoria, com o aparelho ultrapassando 250 mil pontos no AnTuTu. Mas é bom não esperar um desempenho exemplar em jogos, principalmente nos títulos mais pesados.

Call of Duty: Mobile roda bem na qualidade Média, com taxa de quadros em Alto, mas com os recursos gráficos extras desativados. Já o PUBG Mobile também entrega uma boa experiência na qualidade HD, com detalhes no Alto, embora os efeitos avançados também estejam indisponíveis.

O Moto G05 vem equipado com uma bateria de 5.200 mAh, oferecendo uma capacidade um pouco acima da média da categoria. Embora não seja tão robusta quanto os modelos da própria Motorola com 6.000 mAh, ainda se destaca entre os concorrentes de entrada.

A boa notícia é que o aparelho faz bom uso dessa capacidade: em nosso teste, que simula um uso moderado com diversos apps populares e alguns jogos, o Moto G05 alcançou 34 horas de autonomia — um resultado excelente, garantindo uso tranquilo por mais de um dia inteiro sem precisar de recarga.

O ponto que poderia ser melhor é o tempo de carregamento. A Motorola envia um carregador simples de 10W na caixa, que leva quase 2 horas e meia para completar a carga da bateria. Em uma carga rápida de 15 minutos, o aparelho recupera apenas 11%, chegando a 23% com meia hora na tomada.

Como já mencionado, o Moto G05 traz apenas um sensor fotográfico na parte traseira, com resolução de 50 MP. Nada de câmeras extras para capturas mais amplas, nem mesmo um sensor dedicado para macro ou profundidade.

Não dá para esperar muito da capacidade fotográfica do aparelho — ele é voltado para quem busca o essencial e não coloca a câmera como fator decisivo na hora de escolher um novo celular.

Zoom

Ainda assim, o Moto G05 é capaz de fazer boas fotos, com cores saturadas que agradam ao serem compartilhadas nas redes sociais. A faixa dinâmica é razoável, evitando imagens escuras com luz de fundo, embora o modo HDR fique limitado quando o desfoque de cenário está ativado. O recorte entre planos pode apresentar falhas e, em alguns casos, fica visivelmente artificial.

Macro

O zoom digital sofre com perda de nitidez, especialmente no limite de 6x, e a única câmera traseira não consegue registrar bem objetos muito próximos, por conta da distância focal maior, o que limita bastante a experiência em fotos macro.

O modo Night Vision está presente e utiliza um sensor auxiliar para detectar a luz ambiente, o que ajuda a melhorar as fotos em condições de baixa luz. O resultado agrada dentro da proposta: as imagens saem claras, com boas cores e pouco ruído. Porém, é preciso ter paciência ao fotografar, já que é comum registrar fotos borradas se o celular não estiver bem firme.

Noturno

Na parte frontal, o G05 traz uma câmera de 8 MP, simples, mas capaz de fazer selfies boas em ambientes bem iluminados. À noite, há queda na nitidez, com texturas de qualidade inferior e ruídos perceptíveis, mas o desfoque de fundo não chega a comprometer o resultado.

Selfies

A filmadora grava em Full HD tanto com a câmera traseira quanto com a frontal. A qualidade geral é boa, mas não há estabilização, o que dificulta gravar vídeos em movimento. O foco também não é dos mais rápidos, e a captação de áudio é apenas mono, com poucos detalhes. As filmagens noturnas tendem a sair mais escuras, especialmente usando a câmera frontal.

O modelo básico da Motorola já sai de fábrica com o Android 15 e a interface mais recente da marca. No momento dos testes, o aparelho estava com um pacote de segurança relativamente atualizado, mas é importante destacar que não se deve esperar um longo suporte de atualizações para este modelo.

O Moto G05 não conta com recursos baseados em Inteligência Artificial, mas traz alguns extras interessantes, como a Barra Lateral, que permite adicionar seus aplicativos favoritos e acessá-los rapidamente a partir de qualquer tela, apenas deslizando a partir da borda.

Entre os gestos clássicos da Motorola, está presente o famoso sacudir o celular para ligar a lanterna. No entanto, o gesto de girar o aparelho para abrir a câmera ficou de fora. Como alternativa, é possível configurar o botão de energia como atalho para acesso rápido à câmera, o que ajuda a não perder aquele momento inesperado.

Family Space com controle parental para definir limite de uso do celular para crianças, assim como a pasta segura do Moto Secure, também estão presentes.

O Moto G05 é uma opção mais interessante que o Galaxy A06 para quem busca um celular mais compacto, com visual moderno e tela mais fluida. A taxa de atualização de 90 Hz e o brilho mais forte entregam uma melhor experiência visual, enquanto o som estéreo é um diferencial raro entre os modelos básicos. A Motorola também se destaca na autonomia de bateria, superando o rival da Samsung nesse ponto. No entanto, o A06 leva vantagem no desempenho com vários apps abertos e oferece gravações de vídeo ligeiramente superiores.

O Redmi 14C é ideal para quem prefere uma tela maior com taxa de atualização de 120 Hz, embora perca em brilho e traga um design menos atual, com bordas largas e entalhe em formato de gota. Seu desempenho multitarefas é inferior ao do G05, e a autonomia deixa a desejar. Apesar disso, as câmeras agradam, especialmente nas selfies noturnas, que apresentam mais nitidez.

Pontos fortes

• Design e resistência
• Tela com brilho forte
• Som estéreo com Dolby Atmos
• Ótima autonomia de bateria

Pontos fracos

• Sem NFC para pagamentos
• Desempenho multitarefas lento
• Demorado tempo de recarga
• Filmadora limitada