
18 Março 2021
O G7 Power foi o modelo mais balanceado da geração passada da Motorola. Ele entrega bom desempenho, câmera decente, tem TV Digital e ainda é o rei da bateria com a melhor autonomia entre todos os celulares que passaram pelo TudoCelular.com. Agora temos o G8 Power com a promessa de ser superior. Será que a Motorola fez um bom sucessor? É isso que você descobre nessa análise completa.
O Moto G8 Power vem em caixa clara com o logo da Motorola e nome do aparelho estampados na frente. Além do celular, você receberá:
O design do G8 Power é muito parecido com o G8 Play, Plus e até o One Macro. Motorola vem adotando o padrão de câmeras em formato de exclamação invertida em todos os seus intermediários. Enquanto os que citamos ainda possuem entalhe em formato de gota, este já está mais atualizado e vem com furo na tela, mas não é um furo enorme como visto em alguns da linha Motorola One.
Além desta opção em azul, você também encontra a novidade na cor preta. O acabamento é feito em plástico brilhante, assim como os demais da linha, que além de acumular marcas de dedo, risca com facilidade. Há uma capinha de silicone que vem na embalagem e ajuda a proteger o G8 Power.
No logo na traseira há o leitor de digital que funciona muito bem, sendo mais ágil que intermediários com biometria na tela. Há entrada padrão para fones de ouvido, conexão USB-C e gaveta híbrida para chip e microSD. A parte decepcionante fica para a falta de Wi-Fi de 5 GHz, mas o Bluetooth pelo menos é 5.0.
A tela aumentou, assim como a resolução saltando para 6,4 polegadas Full HD+. O painel continua o mesmo IPS LCD de antes com brilho mediano. Se você gosta de levar o celular para praia pode sofrer um pouco para enxergar a tela em dias muito ensolarados.
A reprodução de cores é boa, apesar do contraste não ser muito alto. A imagem não exagera na saturação por padrão, mas para quem prefere cores mais vivas pode corrigir isso nas configurações.
A parte sonora é que trouxe maior avanço. Agora temos dois alto-falantes e som estéreo, diferente do mono da geração passada. A Motorola implementou a tecnologia Dolby em um novo aplicativo chamado Moto Audio.
O som é potente, bem balanceado e não sofre com distorção no máximo. É muito raro encontrar um intermediário com som estéreo, e temos que parabenizar a Motorola por dar atenção à parte sonora de seus celulares. O fone de ouvido é o mesmo de antes, tem boa qualidade e é confortável, mas vale a pena investir em fone melhor para ouvir músicas com o G8 Power.
O Snapdragon 632 evoluiu para o Snapdragon 665, sendo o hardware da Qualcomm mais comum atualmente em intermediários básicos. Inclusive, é a mesma plataforma presente no Moto G8 e G8 Plus, assim como a quantidade de RAM e armazenamento é idêntica entre os modelos.
Você deve estar esperando um salto considerável em desempenho, mas isso não aconteceu. Em nosso teste de velocidade o G8 Power foi 1 minuto mais lento que seu antecessor. Como isso é possível? Bem, é clara a falta de otimização do sistema que demora para reconhecer os comandos na tela.
A Motorola implementou um recurso chamado ‘Desempenho Adaptável’ que usa inteligência artificial para estudar seus hábitos e pré-carregar na memória os apps mais usados. Essa tecnologia existe em celulares de outras marcas, como flagships da Samsung, e realmente faz diferença.
O resultado em nosso teste de velocidade caiu 39s, mas ainda ficando 20s acima do G7 Power. É... a Motorola ainda precisa melhorar o software do G8 Power. Ainda mais quando em benchmarks temos uma diferença de quase 50% na pontuação, como acontece no AnTuTu.
Não espere muito de jogos no G8 Power. No PUBG não foi possível subir a resolução para HD e no Asphalt 9 tivemos um pouco de lag. O G7 Power é melhor para jogos, mas pelo fato de ter tela com resolução inferior que pesa menos para a GPU.
As fabricantes estão obcecadas por câmeras. O G7 Power tem apenas uma na traseira e seu sucessor ganhou não apenas uma a mais, mas sim logo três. Parece que ter quatro câmeras se tornou algo obrigatório. Além da principal, você leva uma grande-angular, uma macro e uma teleobjetiva com zoom óptico.
O aumento de resolução ajuda o G8 Power a registrar fotos com mais detalhes do que antes. Fotografar de dia será uma experiência satisfatória, com cores bem representadas e próximas da realidade, HDR acertado e boa nitidez.
A grande-angular tem qualidade inferior e satura um pouco mais as fotos. Também é possível notar um pouco de distorção nos cantos, mas vale a pena usá-la quando não for possível enquadrar tudo com a principal.
A macro tem resolução muito baixa, mas ainda assim é suficiente para registrar detalhes da natureza e publicar no Instagram. Já a teleobjetiva é a mais fraca do conjunto e apresenta grande queda na qualidade ao usar o zoom. Tente não passar de 2x ou terá fotos muito ruins.
Não espere boas fotos à noite. E isso nem chega a ser um ponto fraco do G8, já que a grande maioria dos intermediários também peca nisso. A grande-angular registra fotos ainda mais escuras e a teleobjetiva abusa de ruídos. E se espera pelo modo noturno, esqueça, a Motorola deixou propositalmente de fora para não matar o G8 Plus.
A frontal registra selfies com pele bastante suavizada. Recomendo desativar o efeito de embelezamento para ter fotos menos artificiais. Em locais mais escuros perde-se os detalhes da pele, especialmente quando o flash de tela é usado à noite. Já o modo retrato funciona bem com a frontal e traseira, sem apresentar muitas falhas na separação de planos.
A filmadora grava em 4K a 30 fps com boa qualidade, mas se quiser reduzir os tremidos terá que filmar em Full HD. A grande-angular tem qualidade inferior também em vídeos, mas possui estabilização eletrônica. A captura de áudio está melhor que a de outros lançamentos recentes da Motorola que testamos.
Se você está assistindo este review é porque está interessado em apenas uma coisa: o G8 Power é tão bom de bateria quanto o seu antecessor? Infelizmente, não. A bateria é a mesma de antes e o hardware é mais econômico, mas a tela cresceu e a resolução dobrou, e com isso houve um acréscimo no consumo energético.
O novo rende em média 3 horas a menos, mas ainda assim é suficiente para um dia inteiro de uso e sobrará carga para o dia seguinte. Isso coloca o G8 Power entre os melhores de bateria que testamos no último ano e será suficiente para qualquer tipo de usuário.
Só esperávamos um carregador mais potente na embalagem. O que vem demora duas horas e meia para recarregar totalmente a bateria. O carregamento acelerado não é lá essas coisas e recupera apenas 15% em 15 minutos na tomada, e metade da bateria com uma hora de carga.
Quando se trata da linha Moto G não há muito o que falar sobre software, é sempre os mesmos recursos de sempre. A interface é bastante limpa, bem próxima do Android puro e traz o app Moto com alguns gestos que você já deve conhecer: como o de girar o pulso para abrir a câmera ou sacudir o celular para ligar a lanterna.
A novidade fica basicamente para o Moto Audio que citei anteriormente. Há um atalho para ativar o recurso direto da tela de notificações. Por padrão ele vem no modo inteligente, que identifica o tipo de áudio e faz os ajustes corretos na equalização.
Você pode mudar o perfil manualmente para músicas, filmes, jogos ou criar o seu próprio. De resto, não há bloatwares além do padrão do Google, mas esperávamos mais atenção da Motorola com relação à segurança do sistema. Este vídeo foi gravado em março e o G8 Power ainda está com pacote de segurança do Android referente ao mês de dezembro.
E aí fica a dúvida: troco o meu G7 Power pelo G8 Power? Sinceramente? Nem vale a pena. Tela não teve evolução além da resolução e o desempenho e a bateria pioraram. Agora você tem som estéreo e um conjunto mais competente de câmeras, mas pagará caro por isso. É melhor esperar alguns meses para ver o preço cair para perto de mil reais.
A alternativa da Samsung com bateria melhor que a do G8 Power é o M30. Ele é muito mais rápido e tem câmeras boas também. Você terá que abrir mão da teleobjetiva e macro, mas em troca terá tela AMOLED e Wi-Fi de 5 GHz.
Se não está disposto a pagar mais de mil reais no G8 Power, a melhor alternativa seria o K50s da LG que tem mesmo desempenho e bateria dura só um pouco menos. Ele também não tem câmera macro ou teleobjetiva, mas tira boas fotos cobrando quase metade.
E se sua dúvida está entre o G8 Play ou G8 Power, a escolha fica fácil. O mais barato é apenas melhor no tempo de recarga, enquanto o mais caro é superior no resto. Mas a diferença de preço é grande agora, então recomendo esperar um pouco.
Custando quase o dobro do G7 Power, o novo lançamento da Motorola acaba tendo um custo-benefício ruim.
Embalagem tem boa qualidade e vem com todos os acessórios necessários.
Moto G8 Power não é um celular muito grande, mas o plástico liso faz escorregar fácil. Pelo menos vem capinha na caixa.
É o mesmo Android limpo das gerações anteriores, mas agora com algumas funções extra para desempenho e som.
Som estéreo e potente é algo raro de se ver em intermediários, mas a Motorola poderia ter investido em tela melhor para o G8 Power.
O G8 Power é um celular decente, mas há opções melhores no mercado.
Onde Comprar
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