
18 Fevereiro 2015
A BlackBerry continua lançando aparelhos que contam com o recente BlackBerry 10, versão mais atual do sistema operacional móvel da fabricante canadense. O segundo gadget a ser lançado com este OS é o Q10, uma versão com o famoso teclado físico para o que já foi lançado com o Z10. Em outras palavras, estamos olhando o mesmo smartphone, só que com uma tela em resolução inferior, quadrada e um smartphone com cara mais - bem mais - corporativa. Por dentro ele traz um processador Snapdragon S4 de dois núcleos rodando a 1.5 GHz, 2 GB de memória RAM e 16 GB de espaço interno. A tela é de 3.1 polegadas com resolução de 720 x 720 pixels e o chamativo e incrível teclado físico está logo abaixo dela.
A caixa é exatamente a mesma do Z10, com o nome do aparelho na parte superior em cor chamativa e o restante em preto. Muito discreto, muito belo. Este design lembra outros modelos já lançados pela BlackBerry, mas agora com uma caixa que economiza espaço para entregar algo mais sólido e elegante. Abrindo o pacote, encontramos o aparelho deitado em uma pequena cama, que quando removida apresenta duas separações bem visíveis: uma para acessórios gerais e outra para o carregador de parede com porta USB.
Os acessórios incluem um cabo microSD, carregador de tomada com o padrão brasileiro e o padrao britânico (que também funciona em Hong Kong) e um fone de ouvido que é muito além do que o modelo enviado no Z10. É incrível a qualidade sonora deste modelo, deixando no chinelo qualquer concorrente e ficando até superior aos Earpods da Apple - a diferença aqui é que o cabo é chato, uma vantagem enorme contra qualquer outro.
A inspiração em smartphones concorrentes, como aconteceu com o Z10, não ocorre por aqui. Este é um BlackBerry da forma mais clássica que alguém pode ter. O teclado físico que fez fama com a marca no passado está aqui e ele é exatamente o mesmo que funcionou bem. Por conta do teclado, a tela é menor do que smartphones atuais. Na frente você encontra o teclado com quatro linhas de teclas, tela de 3.1 polegadas com resolução de 720 x 720 pixels, LED de notificações e uma câmera frontal de 2 megapixels e que filma em até 720p de resolução.
Do lado esquerdo, encontramos uma porta microUSB e HDMI.
Do outro, há botões para volume e um atalho para pausar e tocar músicas que estão no player.
Abaixo do aparelho está o microfone principal, junto de um grande alto-falante.
Acima, dois microfones (para filmar com captação de áudio estéreo), entrada para fone de ouvido no padrão 3,5 milímetros e botão de ligar e desligar a tela e o gadget.
Atrás, há uma textura emborrachada e com um ligeiro efeito de luz, também encontramos a câmera traseira de 8 megapixels que filma em Full HD e um LED para o flash.
Abrindo a tampa da bateria, há uma antena para a conexão NFC, entrada para cartões microSD de até 64 GB e o chip da operadora. A bateria é de 2.100mAh. O suficiente para um dia de uso mediano.
Sua pegada é absurdamente confortável por uma simples razão: ele não é grande. Cabe na mão até de quem não tem mãos grandes. Pensando neste aspecto, ainda há a textura emborrachada da parte traseira que dá mais sensação de firmeza ao segurar o smartphone. Suas medidas são: 119,6 milímetros de altura, por 66,8 milímetros de largura e 10,4 milímetros de espessura. Tudo isso com 139 gramas de peso - já com a bateria instalada.
Mesmo com um corpo que permite a remoção da bateria, não há qualquer fresta mais larga. Isso ajuda na hora de mais firmeza ainda. O material da tampa traseira do aparelho é espesso sua espessura total não faz muito volume na calça ou em um paletó - ele tem cara de terno e gravata.
Na hora de comparar com o Z10, a única diferença entre ele e o gadget que já foi lançado fica por conta da altura da resolução de tela (ou largura, dependendo da orientação de tela utilizada) - ah, claro, ele não mostra o teclado virtual. Enquanto no Z10 você encontra um display com 1280 x 720 pixels, por aqui há 720 x 720 pixels. É uma proporção quadrada e não retangular. Seu uso no dia-a-dia é bastante confortável se você não liga para a falta de bons apps no BlackBerry World, loja de apps e jogos da empresa - e são poucas as boas opções, mesmo.
Uma grande mudança e diferença para os sistemas operacionais concorrentes, é que todas as funções da tela são feitas com gestos nas suas bordas. Por exemplo:
Tudo funciona muito bem e, durante todos os testes, não presenciamos nenhum engasgo do sistema operacional. Mesmo com jogos abertos no fundo e vários apps, tudo rodou numa boa. Isso prova que o processador dual-core, assim como acontece no iPhone, ainda dá conta do recado sem problemas. A tela inicial é separada em três partes - algo muito semelhante ao que existia no MeeGo. Uma para o BlackBerry Hub/Notificações/Mensagens, outra para todos os apps abertos e outra para a lista de aplicativos instalados. Assim como acontece no iOS, não é possível utilizar widgets e o fundo sempre mostrará um papel de parede estático.
O BlackBerry Hub é uma área que reúne todas as notificações, ligações perdidas e mensagens (SMS, e-mail, MMS, BBM...) que o aparelho recebeu e você não viu ainda. Esta área pode filtrar o conteúdo por notificações, mensagens do Facebook, mensagens do Twitter e mensagens do LinkedIn, chamadas perdidas e mensagens do BBM. Esta área é acessível direto de qualquer app, bastando puxar de baixo para cima e depois jogar a janela do app para a direita. Se você segurar, o app não é trocado e permite uma pequena espiada no que há de novo. É uma forma bastante inteligente de concentrar mensagens, que são assuntos bastante importantes em um smartphone.
A área de multitask permite que até quatro apps mostrem uma prévia ao mesmo tempo, mas se mais apps estiverem abertos ao mesmo tempo, basta rolar a tela para baixo e todos eles são listados - com o limite visual de quatro ao mesmo tempo.
A parte onde ficam todos os apps, assim como o iOS e diferente do Android, permite a criação de pastas para organizar os aplicativos em grupos. Também é possível apagar algum jogo ou app a partir de lá, mas apenas alguns. Tudo isso roda com perfeição e com uma beleza que lembra, de certa forma, o falecido webOS.
De fábrica, a BlackBerry já traz alguns apps extras, como o Facebook, Twitter e Foursquare. Da própria casa, encontramos a lista de contatos, um calendário, o famoso BBM, galeria de fotos (que permite a edição de imagens) e um editor de vídeos que pode criar animações utilizando uma música e uma série de fotos ou vídeos. É algo bastante semelhante ao que o iMovie faz no iOS e nos computadores da Apple.
Há uma calculadora (que permite o cálculo de quanto vai ficar uma conta dividida entre os usuários e ainda dá o valor da gorjeta!), serviço próprio de mapas que é um pouco superior ao Apple Mapas, Documents to Go, leitor de etiquetas NFC e de códigos QR e um serviço muito bem vindo de integração com Dropbox e Box.net.
Este serviço permite que um arquivo possa ser enviado para a nuvem sem a necessidade de entrar no app e selecionar o arquivo para o upload. Funciona assim: para subir uma foto, basta entrar na galeria, selecionar "compartilhar" e de lá escolher qual dos serviços de backup online você quer. O BB 10 faz o restante, sozinho.
O navegador é bastante competente, mas leva certo tempo para renderizar a página após o uso do zoom - algo próximo de 1 segundo. Pode levar mais tempo nesta ferramenta, mas depois de carregada a página rola sem nenhuma área que ainda não foi previamente renderizada. A navegação pode ser por abas e há um gerenciador bacana de downloads.
Este é um ponto crítico, já que a BlackBerry World é bastante capada de bons títulos. Claro, há alguma seleção de jogos disponíveis, mas quando você rola a tela de opções a sensação que temos é que estamos passando pelos mesmos aplicativos e eles custam caro - algo mais caro do que App Store e Google Play, por exemplo.
Para testar o hardware do Q10, escolhemos o Angry Birds: Star Wars, já que alguns games precisam de tela retangular para rodar (como o Jetpack Joyride que não existe para este aparelho). Ele rodou sem nenhum engasgo, mesmo quando o app é jogado para a área de multitask. Este é um problema, já que o gesto para fechar o app pode fazer com que o game seja fechado inesperadamente. Jogar em sua tela de 3,1 polegadas é outro ponto negativo. Tudo fica pequeno!
O player de música é bem simples e reproduz qualquer arquivo MP3 que estiver na memória do aparelho. É possível reproduzir canções com a capa do álbum salva e a partir do player, é possível procurar mais músicas do mesmo artista no BlackBerry World. Infelizmente não é possível cair diretamente na busca do artista, é necessário escrever o nome na loja. A integração apenas abre o BlackBerry World.
O tocador de vídeos conseguiu reproduzir arquivos em até Full HD, que conta com os mesmos controles simples do player de música. Um ponto positivo é que é possível ativar a reprodução do vídeo em um monitor externo (conectado via HDMI), além de ser possível subir um vídeo para o YouTube, de dentro do app. Ver vídeos aqui é outro ponto negativo, já que a tela é pequena demais. Tudo fica lindo, mas bem pequeno.
O sensor que está na câmera traseira consegue registrar fotos de até 8 megapixels e filma em Full HD, com 30 quadros por segundo. As imagens, em ambientes com muita luz, ficaram razoavelmente boas - ruídos apenas são perceptíveis quando o zoom é aplicado. Em fotos com pouca luz, o granulado fica bastante evidente mesmo quando a foto não está em seu tamanho real - algo comum em smartphones, não é um ponto negativo deste aparelho.
Há um modo de foto que reconhece o rosto da pessoa e registra várias fotos de uma só vez. O objetivo é de trocar a imagem apenas em um local, no rosto, para que olhos piscando não apareçam. Ou então, este mesmo recurso pode ser utilizado para fotos em movimento, quando uma linha do tempo é apresentada e você escolhe a melhor foto, descartando todas as outras.
O vídeo, em Full HD, é registrado com as mesmas qualidades das fotos. O som é captado com bastante clareza e o LED de flash pode ser utilizado como lanterna para melhorar filmagens escuras.
Pontos fortes
Pontos fracos
Para quem procura um smartphone com teclado físico, é o melhor de todos
Tudo bem organizado e com direito a carregador de outro país e fone de ouvido de ótima qualidade
Confortável nas mãos, mas não aos olhos
Sistema operacional ensina tudo que é preciso fazer, mas as configurações são bastante confusas
Rodou tudo que testamos
Seria um ótimo smartphone com teclado físico, se não fosse a loja de apps e jogos com poucas opções
Onde Comprar
As melhoras ofertas para o BlackBerry Q10