Após várias gerações, a Apple decidiu encerrar a linha iPhone SE e agora aposta em um novo “baratinho” para conquistar o público que deseja um celular da Maçã sem precisar gastar uma fortuna. Batizado de iPhone 16e, o novo modelo chega com apenas uma câmera traseira, mantém o antigo entalhe que ocupa uma boa parte da tela, mas compensa com um hardware atual e promessa de alto desempenho. Será que o novo celular de entrada da Apple é uma melhor opção que os rivais com Android? Confira a análise completa no TudoCelular.

O iPhone 16e vem na mesma caixa pequena dos outros modelos e também fica devendo em acessórios:

• Cabo no padrão USB-C em ambas as pontas
• Chavinha para a gaveta do SIM card
• Guia básico de uso

À primeira vista, o iPhone 16e pode até parecer um reaproveitamento do iPhone 13, já que ambos compartilham dimensões semelhantes e o mesmo design frontal com o tradicional entalhe. No entanto, a Apple introduziu mudanças importantes que tornam o modelo mais atual e coerente com a nova geração. A presença do Botão de Ação e da porta USB-C são algumas das atualizações que o alinham aos demais integrantes da linha iPhone 16.

O design é um dos destaques do iPhone 16e. A construção premium impressiona, com a parte frontal protegida pelo Ceramic Shield de primeira geração e a traseira em vidro fosco, que não retém marcas de dedo e tem acabamento elegante, especialmente na versão branca. A moldura de alumínio com acabamento fosco acompanha a cor do modelo — branco ou preto — mantendo o visual discreto e refinado.

Mesmo sendo o modelo mais acessível da linha, ainda temos certificação IP68, o que garante resistência à água e poeira, suportando submersões de até 6 metros por 30 minutos. A câmera frontal traz foco automático e com estabilização integrada, além de oferecer o tradicional Face ID com desempenho ágil. A ausência da Ilha Dinâmica, no entanto, é um ponto negativo, já que reforça a sensação de um visual desatualizado.

A tela segue o padrão dos modelos de entrada da Apple, com bordas mais espessas do que as vistas nos modelos Pro, mas ainda assim entregando uma boa experiência. Na traseira, há apenas um sensor, acompanhado de flash LED e um microfone. O módulo fotográfico é discreto, com um anel metálico ao redor da lente, e praticamente não causa balanço ao apoiar o aparelho sobre uma superfície.

Com corpo compacto e leve, o iPhone 16e oferece boa ergonomia, sendo fácil de manusear com apenas uma mão. A usabilidade do aparelho agrada bastante, e o acabamento reforça a sensação de um produto bem construído, típico da Apple.

No quesito conectividade, o modelo traz Wi-Fi 6 de banda dupla, Bluetooth 5.3 e NFC para Apple Pay. Em alguns países, há suporte a recursos via satélite, como o SOS de emergência e assistência na estrada, mediante assinatura. Além disso, esse é o primeiro iPhone com o modem C1 da Apple, que promete maior eficiência no uso de redes 5G.

Apesar das boas adições, o iPhone 16e fica devendo suporte ao MagSafe. O carregamento sem fio está presente, mas limitado a até 7,5W, o que o coloca em desvantagem frente a concorrentes e até mesmo outros modelos da própria marca.

O iPhone 16e traz a mesma tela já conhecida dos iPhones 13 e 14: um painel Super Retina XDR OLED com resolução de 2.532 x 1.170 pixels e taxa de atualização de 60 Hz. Há suporte para HDR10 e Dolby Vision, garantindo uma boa experiência visual nos principais serviços de streaming.

A Apple promete brilho máximo de até 1.200 nits, e em nossos testes o aparelho chegou a superar levemente essa marca. Ainda assim, fica abaixo do brilho atingido por outros modelos da linha 16. Apesar disso, o resultado é satisfatório e deve oferecer boa visibilidade mesmo em ambientes com muita luz.

Um ponto negativo é a ausência da função Tela Sempre Ativa, presente nos modelos mais caros. Isso se deve às limitações do painel utilizado. Por outro lado, o brilho mínimo é bem baixo, o que torna o uso confortável em ambientes escuros. A calibragem de cores é excelente, com tons equilibrados e um amplo ângulo de visão, mantendo a qualidade típica dos iPhones.

No áudio, o iPhone 16e utiliza o sistema estéreo híbrido tradicional da marca, com o alto-falante inferior e o de chamadas amplificado trabalhando em conjunto. O aparelho oferece suporte a áudio espacial e Dolby Atmos, entregando um som envolvente e com boa separação entre os canais.

Na prática, os alto-falantes têm ótimo desempenho, com áudio claro, graves profundos e agudos bem definidos. O volume máximo é bom, embora um pouco abaixo dos modelos Pro, ainda assim proporcionando uma experiência sonora de alto nível.

O iPhone 16e vem equipado com o chipset A18, três gerações à frente do A15 que alimentava o último iPhone SE lançado em 2022. Outro avanço importante está na memória RAM: agora são 8 GB, o dobro da geração anterior, o que garante melhor desempenho com vários aplicativos em uso ao mesmo tempo.

Embora compartilhe o mesmo processador do iPhone 16, o modelo 16e traz uma GPU menos potente, com um núcleo gráfico a menos. Isso se reflete nos benchmarks, onde o aparelho atinge cerca de 1 milhão e 200 mil de pontos no AnTuTu — uma pontuação respeitável, mas inferior aos irmãos mais caros da linha.

Nos testes de uso real, o 16e foi um pouco mais lento, porém ainda demonstrou boa fluidez e conseguiu manter todos os apps e jogos em segundo plano. Apesar de não atingir os mesmos resultados dos modelos Pro, ele continua sendo um celular rápido e capaz de rodar qualquer app ou jogo do iOS com tranquilidade, apenas limitado a 60 fps devido à taxa de atualização da sua tela.

O iPhone 16e chega com uma bateria de quase 4.000 mAh, um salto significativo em relação aos modestos 2.000 mAh do último iPhone SE. Mesmo em comparação com o iPhone 16 tradicional, a capacidade é generosa, o que se traduz em uma autonomia sólida para um dia inteiro de uso sem preocupações.

Em nossos testes, o novo modelo de entrada da Apple alcançou cerca de 30 horas de uso moderado, incluindo navegação, redes sociais e alguns jogos. Esse resultado representa quase o dobro da autonomia do SE anterior. Embora não supere todos os concorrentes com Android na mesma faixa de preço, o rendimento é mais do que suficiente para a maioria dos usuários.

Como já se tornou padrão da Apple, o iPhone 16e não acompanha carregador na caixa. A empresa promete recuperar 50% da carga em 30 minutos com um adaptador de 20W. Nossos testes confirmaram essa estimativa: foram 31% em 15 minutos e 58% após meia hora na tomada. A carga completa levou pouco mais de 1h e meia.

Apesar da sua única câmera ter um sensor de 48 MP, não é necessariamente o mesmo encontrado nos demais da linha. Na parte frontal temos uma câmera de 12 MP para selfies, mostrando um bom avanço comparado ao sensor de 7 MP do antecessor.

Assim como os demais, o iPhone 16e também captura imagens em 24 MP por padrão. A câmera principal entrega boas fotos durante o dia, com bom nível de detalhes. No entanto, é possível notar uma leve granulação em áreas desfocadas e alguns contornos artificiais em certas texturas. Quando a luz natural diminui, mesmo durante o dia, a qualidade das imagens sofre queda perceptível.

Desfoque

As cores surpreendem por serem vivas e agradáveis, algo que nem sempre é associado aos iPhones. O alcance dinâmico é amplo, mas em algumas cenas de alto contraste, o resultado pode parecer um pouco lavado, exigindo um ajuste de contraste. Ainda assim, as fotos são melhores do que o esperado, considerando as limitações de hardware do modelo.

Um ponto positivo é a capacidade de foco próximo. Isso permite capturas mais criativas e a chance de obter um desfoque natural de fundo, já que a profundidade de campo do sensor é, em geral, bem ampla. Já no zoom de 2x, os resultados variam entre aceitável e razoável, sem se equiparar aos modelos mais avançados da linha 16 ou a concorrentes de alto nível.

Zoom

Em ambientes com pouca luz, a câmera principal ainda entrega resultados agradáveis, mas sem empolgar. As áreas iluminadas mantêm detalhes razoáveis, enquanto as sombras tendem a ficar suaves. O brilho pode ser exagerado, causando estouros de luz e sombras artificiais, embora as cores continuem vivas e bem saturadas.

Noturno

As selfies surpreendem positivamente, com bom alcance dinâmico e tons de pele naturais. A nitidez é boa, embora haja leve pixelização em pelos faciais. O foco automático na câmera frontal também é um diferencial bem-vindo, garantindo melhores resultados nas selfies.

Selfies

O iPhone 16e é capaz de gravar vídeos em 4K a 60 fps com todas as suas câmeras. A qualidade dos vídeos é boa e não ficam muito escuros à noite. Há estabilização que lida bem com os tremidos, enquanto o foco ágil e a captura de som estéreo limpo agradam.

O iPhone 16e sai de fábrica com o iOS 18.3, versão que traz como destaque o suporte ao Apple Intelligence — a nova plataforma de inteligência artificial da Apple — e o modo escuro para aplicativos de terceiros. Essa atualização marca a entrada oficial dos iPhones em uma nova era com foco em recursos inteligentes e personalização mais avançada.

Entre as principais novidades do iOS 18 estão as melhorias na tela de bloqueio, que agora permite trocar os atalhos dos aplicativos localizados na parte inferior. A Central de Controle também foi redesenhada, oferecendo mais espaço para atalhos e widgets, além de permitir uma organização mais intuitiva. A personalização da interface foi ampliada com a possibilidade de mudar o visual dos ícones e reorganizá-los com mais liberdade na tela inicial.

O Botão de Ação permite acionar alguns atalhos que o usuário configurar como preferir, servindo para rápido acesso à câmera, ativar rapidamente a lanterna, deixar o celular no silencioso, entre outros.

Embora o iPhone 16e compartilhe várias funcionalidades com os modelos mais caros da linha, ele não possui a Ilha Dinâmica nem o novo botão lateral dedicado à câmera — recursos exclusivos dos modelos mais avançados. Ainda assim, o aparelho entrega uma experiência moderna e fluida, mantendo o padrão de qualidade esperado de um iPhone.

O iPhone 16e faz mais sentido do que o Galaxy S25? O modelo da Samsung oferece uma tela ligeiramente maior no mesmo tamanho de corpo, graças às bordas mais finas. Além disso, conta com um painel mais avançado, com brilho superior e taxa de atualização de 120 Hz, embora não tenha suporte ao Dolby Vision. O S25 também se mostrou mais rápido em testes de multitarefas, graças aos 12 GB de RAM. Sua bateria tem maior autonomia e recarrega mais rápido. No conjunto fotográfico, leva vantagem com câmera ultra-wide e melhor capacidade de zoom.

Vale a pena pagar mais caro no iPhone 16? Ele tem dimensões semelhantes, mas se destaca pela presença da Ilha Dinâmica, que ocupa menos espaço na tela e oferece recursos adicionais. Embora o display seja limitado a 60 Hz, o brilho é mais forte. O desempenho é superior no multitarefas, apesar da bateria durar menos. A câmera principal tem qualidade próxima à do rival, com o bônus da ultra-wide para maior versatilidade nas fotos.

Pontos fortes

• Design evoluiu na linha
• Ótima experiência multimídia
• Desempenho ágil
• Ótimas selfies

Pontos fracos

• Tela com taxa de atualização de 60 Hz
• Tempo de recarga
• Apenas uma câmera traseira
• Preço salgado para um celular de entrada