O realme 11 é mais um dos lançamentos recentes da fabricante chinesa que chega ao mercado com a proposta de estabelecer um padrão absoluto no segmento. O que ele tem a oferecer? Tela grande, câmera de 108 MP, muita memória e design que foge do padrão que estamos acostumados a ver. Será uma boa compra? Vamos descobrir.

O realme 11 vem em embalagem amarela com o nome do modelo na tampa, mas sem ilustração do aparelho. Além do celular, você recebe os seguintes acessórios:

• Carregador de 67W
• Cabo USB no padrão C
• Chavinha para a gaveta do cartão SIM
• Capinha de silicone
• Guia do usuário

A realme vem caprichando no design de seus recentes lançamentos para ter produtos únicos no mercado que os separem da concorrência. O realme 11 não é uma exceção e temos um celular com visual traseiro inspirado em relógios de luxo, que a empresa chama de Design Halo.

O realme 11 possui bordas polidas PVD, um processo de fabricação adotado para estojos de relógios finos que fez o acabamento refinado apresentar um brilho superior para reforçar o seu apelo premium no segmento intermediário.

Disponível em duas cores, preta e dourada, temos pintura com efeito gradiente e textura Starlight, dando um aspecto de areia de glitter. A depender do ângulo que você olhar, verá um um efeito luminoso em formato de S, especialmente nesta cor dourada que testamos.

Apesar de toda elegância, a traseira ainda é feita de peça de plástico liso. Pelo menos a estrutura lateral é de alumínio e vem com acabamento brilhante para combinar com o restante do design, mas acaba acumulando muita marca de dedo com facilidade.

O aro que abriga a câmera é grande e bastante saltado da traseira. Há dois sensores com aros largos acompanhados de flash em LED logo abaixo. Na parte frontal temos um furo para a câmera de selfies na parte superior e bordas até não muito largas, com exceção da inferior muito mais espessa que as demais.

O leitor biométrico vem incorporado ao botão de energia na lateral direita. Ele responde bem e de forma ágil. É bom ver que a realme não abandonou a entrada padrão para fones de ouvido em todos os celulares da sua linha e neste aqui temos o conector na parte inferior. Também há gaveta tripla para usar dois chips e um microSD ao mesmo tempo.

Em conectividade há Wi-Fi com suporte a redes de 5 GHz, Bluetooth 5.2, NFC e 5G.

O intermediário da realme vem com uma tela grande de 6,72 polegadas com resolução Full HD+ e taxa de atualização de 120 Hz. O sensor de toque responde a no máximo 240 Hz, o que aprimora o tempo de resposta e ajuda especialmente em jogos mais competitivos.

É uma pena que a empresa não tenha adotado um painel do tipo AMOLED, o que resultaria em melhor brilho e contraste. A tela LCD escolhida até que tem um nível de brilho decente, mas fica bem abaixo de muitos da categoria. Também não há suporte a HDR10 ou qualquer outra tecnologia usada em serviços de streaming.

A taxa de atualização vem por padrão no automático e alterna entre 60 e 120 Hz a depender do uso. Você pode travar em qualquer uma das duas velocidades se prioriza mais desempenho ou bateria.

A parte sonora é decepcionante. Há apenas um único alto-falante, o que limita a experiência a som mono. Não apenas isso, mas a potência máxima está abaixo da média e ainda apresenta forte distorção quando o volume está no máximo.

Apesar de ser possível notar os graves e médios, os agudos se destacam mais e acabam bagunçando todas as frequências, resultando em uma má experiência para curtir músicas. Pelo menos temos entrada padrão para fones de ouvido, o que ajudará a contornar facilmente tal problema.

O realme 11 vem equipado com o Dimensity 6100 Plus que traz processador octa-core formado por dois núcleos da série A76 e mais seis da série A55. A GPU é a Mali-G57 com dois núcleos gráficos. O modelo que testamos vem com 8 GB de RAM e 256 GB de armazenamento.

Com essa configuração temos bom desempenho multitarefas com o realme 11 segurando muitos apps abertos ao mesmo tempo. Ele vai bem em benchmarks? O Dimensity 6100 fica abaixo de outros chips intermediários da MediaTek, como o 1080, e no caso do AnTuTu tivemos uma média de 300 mil, enquanto há celulares do segmento que chegam perto dos 500 mil pontos neste teste.

Não espere rodar todos os jogos em alta qualidade. No Call of Duty terá que deixar na opção média com apenas o anti-aliasing ativado para ter um bom desempenho. Pelo menos no PUBG é possível jogar em HD com taxa de quadros no Alto com todos os recursos extras ativados.

Esse é mais um celular da realme com bateria de 5.000 mAh. A empresa sempre se destacou em eficiência, especialmente nos modelos mais acessíveis que estão entre os melhores que testamos quando o assunto é autonomia.

A bateria do realme 11 não foge ao padrão da empresa e também apresentou alta duração em nosso teste padronizado ao passar da marca das 27 horas de uso moderado incluindo alguns jogos. Sem jogar, será capaz de ficar dois dias longe de tomadas. Pode não ser a melhor autonomia da categoria, mas é suficiente para a grande maioria.

O celular vem acompanhado de carregador SuperVooc de 67W que enche totalmente a bateria em pouco mais de 40 minutos. Isso sim é um destaque para o segmento quando ainda vemos intermediários levarem 2 horas. Uma carga rápida de 15 minutos recupera 42% e chega a 75% com meia hora na tomada.

O conjunto fotográfico traz duas câmeras na traseira: a principal tem sensor ISOCELL de 108 MP da Samsung e uma secundária de apenas 2 MP que serve para desfoque de fundo. É uma pena não termos uma ultra-wide híbrida como é adotada pela Motorola que faz o papel de várias câmeras em uma só para maior flexibilidade na hora de fotografar.

O sensor traz compressão de nove pixels por um, o que resulta em arquivos de 12 MP por padrão. As imagens não ficam muito nítidas, mas temos boas cores, contraste e ampla faixa dinâmica para resultados agradáveis.

Padrão | 108 MP

Se você for editar a imagem ou realizar algum corte, então é melhor usar a resolução máxima do sensor. O espaço ocupado pode aumentar em até 10 vezes em troca de fotos muito mais nítidas e com menos ruídos. A parte ruim é que na resolução máxima temos uma faixa dinâmica mais limitada e o HDR nem sempre faz um correto equilíbrio entre luz e sombras.

O desfoque de cenários nem sempre gera bons resultados e às vezes pode sair com aparência bastante artificial. Pelo menos não sofre para fazer a separação de planos em locais mais escuros e os erros ficam menos evidentes.

Desfoque

As macros são feitas pela câmera principal e apesar de ter boa qualidade, fica limitada quanto a distância focal. As fotos noturnas estão dentro do que vemos na categoria com fotos com boa nitidez e poucos ruídos. É bom ver que as cores vibrantes das fotos diurnas também seguem presentes quando há pouca luz.

Noturno

A câmera frontal vem com sensor de 16 MP com abertura focal similar à da câmera de desfoque. A qualidade das selfies é decente durante o dia, mas já vimos melhores na categoria com imagens mais vibrantes e com melhor contraste. As selfies noturnas apresentam forte perda de nitidez e ruídos aparentes, enquanto o desfoque não chega a ser ruim.

Selfies

A filmadora grava em Full HD com traseira e frontal. A qualidade dos vídeos é decente e há estabilização eletrônica para lidar com os tremidos. O foco é razoável e a captura de som é estéreo com boa qualidade. Filmagens noturnas não saem muito escuras e com excesso de ruídos como é comum ver em alguns intermediários.

O realme 11 vem com Android 13 de fábrica modificado pela Realme UI, porém aqui temos menos recursos do que foi visto nos modelos mais avançados da linha. Pelo menos o software flui bem com bom tempo de resposta.

Há a Barra Lateral Inteligente que imita o Tela Edge da Samsung. Com este recurso é possível escolher seus apps favoritos para acessá-los de qualquer lugar puxando uma pequena janela do canto direito. Temos também o Espaço para Crianças e a função de tela dividida para usar mais de um app ao mesmo tempo.

Por padrão temos 4 GB de armazenamento usado para expandir a RAM, sendo possível reservar até 8 GB da memória interna. Não espere que isso faça o celular ficar mais rápido, já que mesmo com 12 GB por padrão ele ainda tende a recarregar alguns apps abertos em segundo plano.

O realme 11 é a melhor opção do segmento ou há alternativas mais interessantes?

O Galaxy M54 vem com o mesmo tamanho de tela, porém traz painel Super AMOLED com melhor brilho, contraste e ângulo de visão. A parte sonora também fica limitada por áudio mono, mas a qualidade é superior e não distorce como no realme. O intermediário da Samsung ganha em desempenho e bateria, mas perde em tempo de recarga. Ele também vem com câmera de 108 MP e registra melhores fotos e vídeos no geral.

O Redmi Note 12 Pro também é outra opção com tela grande de 120 Hz e assim como o Galaxy vem com painel OLED com brilho superior e melhores cores. Aqui temos a vantagem do som estéreo com melhor qualidade. O desempenho fica no mesmo nível e a bateria dura um pouco mais. Em câmera não temos um sensor de 108 MP, mas a qualidade fotográfica não fica distante e há ultra-wide para maior flexibilidade.

Pontos fortes

• Design diferenciado
• Bateria dura bem
• Rápido tempo de recarga
• Câmera faz boas fotos

Pontos fracos

• Experiência multimídia poderia ser melhor
• Desempenho abaixo da média
• Faltou câmera ultra-wide