A Xiaomi possui várias opções de celulares top de linha e aqui temos em mãos mais uma, o 11T. Ele tem muito em comum com o seu irmão 11T Pro, mas o que podemos adiantar é que apenas a plataforma, a grife de áudio, tecnologias da tela e o carregador que vem na caixa é que mudam de um modelo para o outro. Com isso em mente, o 11T tende a entregar um melhor custo-benefício, mas nesta análise você vai conferir tudo o que ele tem a oferecer.

O Xiaomi 11T vem em caixa branca com nomes na cor dourada. Além do celular, você recebe os seguinte acessórios:

• Carregador com 67W de potência
• Cabo USB no padrão C
• Guia do usuário
• Capa transparente de silicone
• Chavinha da gaveta do SIM Card

Todos os celulares da geração 11 da Xiaomi possuem elementos similares em seu design. O 11T lembra outros lançamentos recentes da marca com suas câmeras que se destaca na traseira de vidro com pintura metálica, que imita aço escovado na opção de cor grafite, enquanto essa azul que testamos apresenta um leve efeito furta cor.

As laterais são de metal, sendo mais escuras na cor grafite e mais claras nos modelos azul e branco. A vantagem de escolher uma das cores mais claras é que o acúmulo de marcas de dedo fica menos evidente no vidro, mas a Xiaomi manda uma capinha na caixa, o que ajuda a resolver o problema.

A qualidade de construção é boa, apesar de não aparentar ser tão premium quanto alguns top de linha. Ele não possui certificação IP68 para resistência contra água, mas apenas IP53 que garante sobreviver a respingos. O vidro traseiro não possui proteção especial, enquanto o frontal é o Gorilla Glass Victus, mesmo que equipa celulares mais caros.

A frente possui bordas não muito largas e furo centralizado para a câmera de selfies. O leitor biométrico fica na lateral direita e funciona bem, sendo localizado logo abaixo da tecla de volume. No topo há uma saída de som e microfone; enquanto na parte inferior há outra saída de som, a entrada USB-C e a gaveta para dois chips. Esse é mais um celular da Xiaomi sem suporte para microSD.

Em conectividade, temos Wi-Fi de sexta geração, Bluetooth 5.2, NFC e 5G. Ele não possui carregamento sem fio, mas a variante Pro também fica devendo neste ponto.

O 11T vem com tela de 6,67 polegadas com resolução Full HD, painel AMOLED de 120 Hz e sensor de toque de 480 Hz. Ela é compatível com o padrão HDR10+, mas a tecnologia Dolby Vision ficou apenas para a variante Pro. O que importa é que a Xiaomi não capou o brilho da tela do modelo mais barato e neste também temos ótima visibilidade em locais abertos.

Por padrão, a tela apresenta cores frias com branco puxado para o azul. Isso acontece porque a Xiaomi tem preferência por cores mais saturadas e o 11T vem no modo Vívido por padrão, mas ao mudar para o Original, terá cores mais precisas. A tela vem por padrão em modo 60 Hz para economizar bateria, mas você pode mudar para 120 Hz e ter melhor fluidez.

A parte sonora fica por conta de três saídas de som. Além das duas que há nas extremidades, também há o alto-falante de chamadas como canal extra. O resultado disso é que temos um som potente e de qualidade, com bom equilíbrio entre graves, médios e agudos.

O 11T não possui alto-falantes com grife Harman Kardon como no modelo Pro, mas tem suporte a Dolby Atmos no equalizador. A diferença é que a versão mais cara tem som um pouco mais potente e com melhores graves.

Um ponto que difere o 11T do 11T Pro é a plataforma. Neste temos o Dimensity 1200 da MediaTek. E como ele se sai contra o Snapdragon 888? Em nosso teste de velocidade tivemos empate entre os dois modelos. Então se para você o que importa é o multitarefas para uma boa velocidade de uso com vários apps ao mesmo tempo, vai ficar satisfeito com o 11T, que foi até mais ágil do que o Mi 11.

Agora se benchmarks são mais importantes, é aqui que você ficará decepcionado. O 11T ficou 160 mil abaixo da variante Pro no AnTuTu. E nos jogos? Todos os games que testamos rodaram com ótima fluidez, até mesmo o PUBG e o Call of Duty com tudo no máximo e com filtros ativados.

A bateria de 5.000 mAh do 11T rende bem e o Dimensity vem mostrando melhor eficiência energética do que os rivais da Qualcomm. Ele chegou a render 6 horas a mais do que o 11T Pro com quase 28 horas de autonomia em nosso teste padronizado. Isso garante bateria para mais de um dia com folga.

O 11T pode não ter o poderoso carregador de 120W da variante Pro, mas a unidade de 67W que vem com o aparelho também faz um bom trabalho ao fazer a bateria recarregar em quarenta minutos. Uma carga rápida de 15 minutos recupera metade da bateria e chega a 90% com meia hora na tomada.

O 11T é mais um celular da Xiaomi com câmera de 108 MP, o mesmo sensor ISOCELL HM2 da Samsung empregado em outros celulares da marca. Aqui ele vem acompanhado de uma câmera ultra-wide de 8 MP e uma macro 5 MP com foco automático. A frontal tem 16 MP e assim como a traseira também comprime vários pixels para resultar em fotos menores.

A câmera principal registra boas fotos por padrão, sem precisar apelar para a resolução máxima. O pós-processamento lida bem com pequenos detalhes da vegetação ao mesmo tempo em que tenta esconder os ruídos. As cores saem mais saturadas do que o ideal, mas agradará quem curte fotos mais vibrantes.

Principal | Ultra-wide

A ultra-wide não captura tantos detalhes quanto a principal, mas isso já era esperado diante a resolução inferior do sensor. O que decepciona um pouco é o excesso de contraste que deixa as partes escuras, como sombras, ainda mais escuras e perde-se os detalhes. As cores, brilho e saturação seguem iguais à câmera principal e não há distorção nos cantos.

O 11T tem bom desempenho fotográfico à noite, apesar de não impressionar com seu modo noturno que é ativado automaticamente quando ele detecta que o local não possui condições favoráveis para uma boa foto. Você pode fazer o controle manual caso queira reforçar a nitidez sem comprometer o contraste e ainda recuperar detalhes perdidos nas sombras.

Noturno

A câmera macro consegue registrar boas fotos mesmo que você chegue bem próximo do que deseja fotografar. O desfoque de fundo funciona muito bem, por mais que o 11T não tenha uma câmera dedicada para tal. E as selfies?

Macro

Desfoque

A frontal registra fotos decentes, mas pelo porte do celular esperávamos mais. Como o sensor não possui uma resolução muito alta e ainda comprime quatro pixels em um, temos selfies que pecam em nitidez. As imagens saem mais escuras e as sombras sem detalhes. O tom de pele não chega a ser ruim, porém as cores estão longe do natural. O modo retrato desativa o HDR, mas não chega a apresentar falhas notáveis.

Selfies

A filmadora grava a no máximo 4K e nem mesmo a 60 fps. Será limitação do Dimensity 1200? O 11T Pro que vem com o mesmo conjunto fotográfico é capaz de filmar em 8K graças ao Snapdragon 888. Se você deseja gravar com fluidez superior, terá que se contentar com Full HD no 11T.

A qualidade dos vídeos fica próxima das fotos, a estabilização eletrônica lida bem com os tremidos e o foco é ágil. A captura de som estéreo pega bem o que está próximo e até lida bem com o barulho de vento.

O celular da Xiaomi vem com Android 11 e MIUI 12.5 com pacote de segurança do final de 2021. A fabricante chinesa está comprometida em entregar três atualizações do Android e quatro anos de updates de segurança, basicamente o que é oferecido por Google e Samsung atualmente.

A interface do 11T é a mesma de outros recentes lançamentos da marca e traz um software cheio de recursos com grande poder de customização, incluindo até o Always-on Display, onde você pode modificar a tela de bloqueio que liga quando chega alguma notificação. Há também o Super Wallpapers com animações entre a tela de bloqueio e a inicial.

O desempenho da interface é suave, especialmente quando a tela está no modo 120 Hz. A Xiaomi vem pecando no gerenciamento de RAM em seus intermediários, mas o 11T não sofre desse mal.

Vale a pena economizar e ir de 11T ou pagar um pouco a mais pelo 11T Pro? O modelo mais caro entrega desempenho similar, mesma experiência multimídia com a diferença do som ser levemente superior, a bateria recarrega mais rápido porém dura menos, e a filmadora grava em 8K. Esses diferenciais são importantes para você?

E comparado ao Mi 11 da Xiaomi? O 11T é um pouco mais rápido no multitarefas, tem melhor autonomia de bateria e ainda recarrega mais rápido. Como compartilham da mesma câmera de 108 MP, a qualidade fotográfica é similar, porém o Mi 11 se sai melhor com a ultra-wide e selfies.

Pontos fortes

• Tela de 120 Hz com brilho forte
• Som estéreo de qualidade
• Bom desempenho
• Bateria dura bem
• Câmera boa para fotos

Pontos fracos

• Selfies medianas
• Filmadora limitada