Temos em mãos o lançamento mais caro da Samsung de 2023, o Galaxy Z Fold 5. Diferente do Flip, este não trouxe mudanças no design, com a diferença apenas do novo mecanismo de dobra que deixou o celular mais compacto quando fechado. Fora isso, temos o Snapdragon 8 Gen 2 para dar um upgrade no desempenho e uma pequena melhoria na resistência do aparelho. Será que apenas isso justifica a compra do novo dobrável? Vamos descobrir.

O Galaxy Z Fold 5 vem em embalagem compacta e traz apenas o essencial em acessórios:

• Carregador de 25W
• Cabo no padrão USB-C nas duas pontas
• Manuais do usuário
• Chavinha para abrir gaveta do cartão SIM
• Película de proteção já aplicada na tela

Olhando para o Galaxy Z Fold 5 aberto, parece que nada mudou desde a última geração. A principal mudança está nas novas engrenagens responsáveis por fazer o celular dobrar ao meio. O vão entre as duas partes foi finalmente reduzido desde que o primeiro Fold foi lançado em 2019. Essa mudança deixa o dobrável da Samsung com menos cara de ancião perto de outros lançamentos do tipo.

O design é o mesmo de antes, porém o vidro externo que protege a tela e a parte traseira evoluiu para o Gorilla Glass Victus 2. Na parte interna não tivemos novidades e o vinco ainda fica evidente onde é feita a dobra do aparelho. A certificação IPX8 foi mantida para proteção contra água, mas não foi dessa vez que o Fold ganhou resistência à poeira.

Quando fechado temos um celular 2mm mais fino. A nova dobradiça também deixou o Fold mais leve. As medidas tiveram uma leve redução, por mais que você não sinta que o aparelho está mais compacto. O módulo de câmera na traseira tem o mesmo padrão vertical de antes, mas o flash em LED não fica mais na moldura.

Na parte externa frontal temos o mesmo tamanho de tela de antes com o pequeno furo no topo para a câmera de selfies. Na parte interna também não vimos mudanças na área do painel, mas as bordas foram reduzidas. A câmera continua por baixo do display e ainda é visível sob luz forte.

O leitor biométrico segue integrado ao botão de energia e funciona bem. Na parte de conectividade há suporte a 5G, Wi-Fi de sexta geração, Bluetooth 5.3 e NFC. O Fold vem com o mesmo suporte a carregamento sem fio de 15W da geração anterior.

A tela principal do Fold 5 tem 7,6 polegadas e traz um painel Dynamic AMOLED 2x com resolução acima de Quad HD+ e taxa de atualização de 120 Hz. Ela alcança forte brilho, estando entre os melhores que testamos, o que garante boa visibilidade em dias ensolarados. Além disso, há suporte a HDR10+ que turbina o brilho e cores em vídeos compatíveis.

A tela externa possui 6,2 polegadas com resolução acima de HD+, painel Dynamic AMOLED 2X com taxa de atualização de 120 Hz. Também há suporte a HDR10+ e seu nível de brilho, apesar de ser inferior ao da tela maior, ainda está a par de muito celular top de linha e não compromete a visibilidade em locais abertos.

Ambas as telas apresentam boa saturação por padrão com cores vibrantes que não distorcem da realidade. É possível reduzir a saturação ao escolher o perfil natural, assim como também mudar a temperatura das cores ao seu gosto.

O Fold vem por padrão no modo adaptável para a taxa de atualização, que vai até 120 Hz, mas reduz a velocidade quando necessário para economizar bateria. No modo padrão também temos um comportamento similar, porém limitando a tela até no máximo 60 Hz. O painel externo tende a ficar limitado a 24 Hz quando o Always-on Display está em uso.

Há um alto-falante em cada extremidade do aparelho. O som estéreo está mais potente do que o da geração passada. A qualidade sonora também agrada com graves presentes em todos os níveis de volume, vocais claros e agudos sem distorção quando o som está no máximo.

O Fold 5 vem equipado com o mesmo Snapdragon 8 Gen 2 turbinado que estreou com a linha Galaxy S23. Aqui temos 12 GB de RAM como no S23 Ultra e memória interna do tipo UFS 4.0 para garantir o melhor desempenho possível ao dobrável coreano.

Testamos o aparelho em nosso teste de velocidade focado no multitarefas e tivemos o mesmo resultado do antecessor, o que é um pouco decepcionante já era esperado ver algum avanço com o novo hardware mais potente. Pelo menos em benchmarks temos um salto considerável com uma média de quase 30% maior no AnTuTu.

Todos os jogos que testamos rodaram bem na qualidade máxima com todos os extras gráficos ativados. Alguns jogos mostraram problemas de resposta ao jogar com a tela maior, talvez por falta de otimização para dobráveis. Também foi percebido um aquecimento considerável após 15 minutos de jogatina, o que mostra que o Fold não tem um sistema de dissipação térmica tão robusto quanto o da linha S23.

A bateria de 4.400 mAh é a mesma da geração passada, porém rendeu algumas horas a mais em nosso teste graças ao novo hardware mais econômico. Com uma autonomia de quase 27 horas em uso moderado, incluindo jogos, você terá bateria para o dia todo com folga.

Não foi dessa vez que vimos a Samsung ampliar o suporte a carregamento que continua limitado a no máximo 25W. E com o carregador que vem na caixa que entrega essa exata potência temos que esperar quase 1 hora e 20 minutos para ter a bateria completamente cheia.

Uma carga rápida de 15 minutos recupera 31% e chega a 58% com meia hora na tomada, o que já é suficiente para mais de 10 horas de uso moderado.

Não foi dessa vez que o Fold herdou o conjunto avançado de câmeras do Galaxy S23 Ultra e temos aqui o mesmo conjunto do seu antecessor. A principal traz um sensor de 50 MP com estabilização do tipo óptica, a secundária é uma teleobjetiva com sensor de 10 MP e zoom óptico de 3x, enquanto a última é uma ultra-wide de 12 MP.

A câmera principal comprime as imagens em 12 MP por padrão e faz boas fotos diurnas com cores vibrantes sem excesso de saturação e nitidez dentro do esperado para um top de linha. O problema fica no HDR que nem sempre faz o balanço correto entre as partes claras e escuras. O contraste também tende a ficar exagerado em algumas fotos e perdemos os pequenos detalhes das sombras.

Principal | Ultra-wide

A ultra-wide sofre menos com o HDR problemático e temos fotos mais equilibradas com as mesmas cores da principal. Como o sensor adotado pela Samsung é meio antigo e tem resolução inferior, não espere pelo mesmo nível de detalhes registrados. Também é possível notar um pouco de ruídos mesmo em fotos tiradas em dias ensolarados.

O Fold 5 faz boas fotos noturnas com a câmera principal. O modo noturno do aparelho é eficiente e realça o brilho para recuperar partes perdidas na escuridão sem necessariamente comprometer as texturas ou deixar os ruídos muito evidentes. Infelizmente, não podemos dizer o mesmo da ultra-wide que estoura a luz e tende a capturar fotos borradas e granuladas.

Noturno

A teleobjetiva salva as fotos em 12 MP para deixar na mesma resolução das demais, por mais que tenha um sensor de 10 MP. Isso acontece porque o software faz upscale após o zoom ser aplicado e com isso perdemos nitidez. Caso tente fotografar algo muito distante terá um queda considerável de qualidade, então tente ficar limitado ao zoom óptico de 3x.

Zoom

O modo retrato possui três níveis diferentes de zoom. O primeiro nível é que entrega o melhor resultado com desfoque suave, foto nítida e ótimas cores. O segundo nível tem um efeito mais agressivo que às vezes pode desfocar o local errado. Além disso, as fotos têm nitidez inferior e contraste mais limitado.

Desfoque

E temos as selfies. Você pode usar a câmera interna na tela maior que fica escondida por baixo do display. É um sensor de 4 MP bastante limitado. Recomendamos deixar essa câmera só para videochamadas. Há uma segunda câmera frontal na tela externa com sensor de 10 MP que faz selfies muito melhores.

Selfies câmera interna

Selfies câmera externa

Porém, a grande vantagem de ter um celular dobrável é poder usar o conjunto traseiro para selfies. Aqui temos as imagens mais limpas, com melhor nitidez e tom de pele próximo do ideal. Ainda poderá usar a ultra-wide para selfies em grupo ou mesmo a teleobjetiva para uma selfie mais fechada.

Selfie conjunto traseiro

A filmadora traz uma pequena evolução ao filmar em 8K a 30 fps com a principal, enquanto a ultra-wide e teleobjetiva seguem limitadas a 4K. Os vídeos gravados de dia possuem boa qualidade desde que evite gravar com luz solar direta. Em cenários mais escuros terá excesso de ruídos com as duas câmeras frontais, então tente se limitar ao conjunto traseiro. Há estabilização eficiente, foco ágil e boa captura de som.

O Fold 5 sai da caixa com o Android 13 modificado pela One 5.1.1, sendo esta versão mais atual do que vimos na linha S23 e vem com alguns extras voltados para uma experiência aprimorada com celulares de duas telas.

Ele receberá 4 atualizações do Android, como é padrão da Samsung nos modelos top de linha e também alguns intermediários. Em atualizações de segurança temos cinco anos garantidos e no momento em que testamos, o Fold estava com patch atualizado.

O sistema flui bem e reserva 8 GB do armazenamento para o RAM Plus, o que é desnecessário. Há suporte a S Pen e a Samsung até lançou uma capinha que tem slot para a canetinha. Também há a suíte Dex presente que permite usar o celular como desktop ao conectá-lo a um monitor ou TV.

O Fold não chega a ter rivais diretos no mercado nacional, então quais alternativas teríamos ao dobrável coreano? Bem, da Samsung temos o Galaxy S23 Ultra que apesar de não ser dobrável traz o que a empresa tem de melhor a oferecer. É um celular até mais ágil, apesar de vir com o mesmo hardware e sua bateria dura mais. Entrega ótima experiência multimídia e tem melhores câmeras com zoom muito mais avançado. E tudo isso custando bem menos.

A Apple ainda não investiu no segmento de dobráveis, porém encontrará o iPhone 14 Pro Max por muito menos no mercado nacional e terá um celular mais rápido, com mesma duração de bateria e que faz melhores fotos e vídeos.