O Poco C65 é mais uma aposta da Xiaomi no segmento básico e tem muito em comum com o Redmi 13C, que faz parte de uma outra linha de smartphones acessíveis da fabricante chinesa. Vamos conferir nesta análise o que o Poco tem a oferecer e se ele é uma boa opção para quem busca um celular bacana pagando pouco.

O Poco C65 vem em embalagem amarela tradicional da Xiaomi. Além do celular, você recebe os seguintes acessórios:

• Carregador com 10W de potência
• Cabo USB padrão C
• Chavinha da gaveta do SIM Card
• Guia do usuário

O design do Poco C65 não chega a chamar a atenção e temos um visual já conhecido visto em outros celulares da Xiaomi. A traseira do aparelho é feita em dois acabamentos: a maior parte é de plástico fosco e próximo das câmeras temos alguns blocos que abrigam o conjunto fotográfico, o flash e o logo gigante da fabricante.

Pegamos o modelo na cor preta para análise, mas há versões claras do aparelho em tons de roxo e azul. A traseira e as laterais são planas com leve curvatura para uma pegada confortável. O plástico usado na moldura tem acabamento fosco com boa qualidade que deixa o celular pouco escorregadio.

A parte frontal ainda ostenta entalhe em formato de gota, que deixa o celular com cara de modelo antigo, especialmente com suas bordas largas com a inferior com o dobro da espessura das demais. Pelo menos temos proteção Gorilla Glass no vidro para garantir alguma resistência contra riscos.

A Xiaomi também não menciona se há alguma certificação para proteção contra água e poeira, mas a gaveta dos chips possui uma proteção emborrachada para barrar a entrada de água, o que ajuda caso o celular pegue chuva. A gaveta é do tipo tripla e permite ter duas linhas e um cartão microSD de até 1 TB ao mesmo tempo.

Há entrada padrão para fones de ouvido no topo, mas nada de emissor infravermelho como é comum em muitos celulares da Xiaomi. O leitor biométrico vem incorporado ao botão de energia e funciona bem por ter uma boa área de cobertura do sensor.

Em conectividade temos Wi-Fi de quinta geração com suporte a redes mais rápidas de 5 GHz, Bluetooth 5.3, NFC e rádio FM. Este modelo não possui suporte a redes 5G.

O Poco C65 vem com tela grande de 6,74 polegadas com painel LCD com resolução HD+ e taxa de atualização de 90 Hz. O nível máximo de brilho da tela é decente e vai garantir boa visibilidade em locais abertos, mas não diretamente sob luz solar direta. Também não espere por suporte a HDR para vídeos e serviços de streaming.

A tela vem por padrão no perfil Vívido que tende a forçar as cores frias para dar a impressão de brilho mais forte. Para quem prefere uma exibição mais natural, há o perfil Padrão que deixa as cores mais próximas do ideal. Também é possível puxar a saturação para o máximo ou mesmo regular a temperatura das cores.

Há taxa de atualização dinâmica que regula a velocidade a depender do uso, o que alia boa fluidez sem comprometer tanto a bateria. É possível travar a tela em 60 ou 90 Hz, caso você queira fluidez máxima a todo momento ou priorizar a duração de bateria.

A parte sonora é decepcionante em vários aspectos. Primeiro: temos apenas um alto-falante na parte inferior, o que limita a experiência multimídia a som mono. Segundo: a potência máxima está bem abaixo da concorrência, sendo uma das mais fracas entre os celulares que testamos.

Como se isso não fosse o bastante, a qualidade sonora também está abaixo do desejado. O Poco basicamente foca nos agudos, sofrendo para reproduzir graves e ignorando boa parte dos médios, o que deixa os vocais bem apagados. Usar fones de ouvido é algo obrigatório no C65 para ter uma boa experiência. Pelo menos temos um equalizador com assistente de áudio.

O Poco C65 traz hardware antigo, o chip Helio G85 lançado pela MediaTek em 2020 e que possui processo de fabricação ultrapassado de 12nm, o que resulta em alto consumo de bateria. Mas antes de falarmos de autonomia, vamos primeiro conferir o desempenho entregue pelo celular básico da Xiaomi.

Ele foi mais ágil que outros do segmento em nosso teste de velocidade focado no multitarefas. Ele pode até não ser capaz de segurar tudo aberto em segundo plano, mas apresenta um desempenho bem ágil para quem usa muitos aplicativos ao mesmo tempo. Em benchmarks não temos números empolgantes por conta do hardware antigo e ficamos abaixo dos 300 mil pontos no AnTuTu.

Não espere muito do desempenho em jogos. O Poco C65 consegue rodar Call of Duty na qualidade Média, mas com todos os extras desativados. PUBG até roda bem na opção HD e taxa de quadros no Alto com anti-aliasing e outros recursos ativos.

Este é mais um celular da Xiaomi com bateria de 5.000 mAh, o que é uma capacidade suficiente para atender um dia inteiro de uso, mas como o seu chipset é antigo, ele acaba consumindo bastante energia.

Ainda assim, conseguimos alcançar uma média de 23 horas de uso moderado com alguns jogos, o que está longe de ser ruim, mas há outros do mesmo segmento que passam das 30 horas de autonomia.

O tempo de recarga também não é muito animador. Apesar do C65 ter suporte a carregamento de até 18W, ele vem com carregador de apenas 10W na caixa que demora 2 horas e 40 minutos para ter a bateria completamente cheia. Uma carga rápida de 15 minutos recupera 12% da bateria e chega a 25% com meia hora na tomada.

O conjunto fotográfico do Poco é dividido em dois aros. No superior temos a câmera principal de 50 MP e no inferior há a câmera secundária com 2 MP e lente dedicada para macros. Aparentemente, temos uma terceira lente que a Xiaomi chama de unidade auxiliar, sem deixar claro a sua utilidade.

Por ser um celular básico, não espere por fotos exemplares. O sensor de 50 MP comprime quatro pixels em um e resulta em imagens com boa qualidade e cores neutras próximas da realidade.

Padrão | 50 MP

É possível fotografar na resolução máxima e evitar a compressão de software. A vantagem é que terá fotos um pouco mais nítidas, mas em troca temos uma faixa dinâmica inferior e HDR menos eficiente que sofre para lidar com o excesso de luz de fundo.

O zoom é puramente digital e feito via software sem qualquer técnica especial para reduzir a perda de qualidade. Ao usar o zoom em 2x ainda terá imagens nítidas, que degradam agressivamente à medida que tentar fotografar algo ainda mais distante. A macro é simples e dificulta fazer fotos nítidas por conta do sensor de baixa resolução, mas há boas cores e contraste.

Zoom

O desfoque é feito via software e nem sempre acerta o plano a ser desfocado. Ele também acaba limitando o HDR, o que resulta em fotos estouradas de dia e escuras à noite. E por falar em fotos noturnas, o Poco faz um bom trabalho com imagens claras com poucos ruídos e cores equilibradas.

Noturno

A câmera frontal de 8 MP faz boas selfies em dias ensolarados com tom de pele perto do ideal e cores agradáveis. O modo retrato apresenta falhas visíveis próximo dos cabelos, mas o efeito de desfoque é convincente. As selfies noturnas perdem um pouco da saturação das cores e tem contraste mais limitado, mas são claras e com poucos ruídos aparentes.

Selfies

A filmadora é mais limitada. Ela grava em Full HD com a traseira e frontal e faz vídeos com qualidade inferior ao que vemos nas fotos. Não há estabilização para lidar com os tremidos, mas o foco até que é ágil para a categoria. A captura de som é o que mais decepciona por ser mono e bastante abafada.

O Poco C65 sai da caixa com Android 13 modificado pela MIUI 14 e recentemente recebeu atualização para o tão aguardado HyperOS, novo sistema da Xiaomi que vem com melhorias na interface e otimizações de desempenho.

A nova interface traz tela repaginada de atalhos do sistema e painel de notificações. Agora não há as legendas dos ícones e temos um visual mais limpo e elegante. O sistema continua tão customizável quanto antes com direito à lojinha tradicional da Xiaomi que oferece diversos temas para instalar. Também tivemos mudanças nos apps nativos, novas opções de pastas com vários tamanhos e pequenos ajustes da gaveta de apps.

O software flui bem apesar do hardware básico e reserva 2 GB do armazenamento para expandir a RAM, podendo ir até 6 GB neste que testamos.

O Poco C65 é a melhor compra em celular básico 4G ou há opções melhores?

O Galaxy A15 é uma alternativa mais compacta para quem acha o Poco muito grandalhão. Claro que para isso terá uma tela menor, mas que compensa por ser Super AMOLED com resolução superior para imagens mais nítidas e com melhores cores e contraste. O som também é mono, porém mais potente e com qualidade superior. O básico da Samsung perde em desempenho multitarefas e ganha em bateria e tempo de recarga. Ele também faz boas fotos e tem câmera ultra-wide para um conjunto mais versátil.

O Moto G14 também é uma alternativa mais compacta que traz entalhe mais atual em formato de furo. Sua tela é Full HD, mas temos um painel simples IPS LCD de apenas 60 Hz. Pelo menos compensa com som estéreo com boa qualidade e suporte a Dolby Atmos. Seu desempenho multitarefas é muito mais lento, enquanto a bateria dura quase o mesmo do rival chinês. O conjunto fotográfico é similar e faz boas fotos, mas também fica devendo na filmadora.

Pontos fortes

• Bom desempenho multitarefas
• Tela com boas cores
• Bom zoom digital
• Faz boas fotos noturnas

Pontos fracos

• Faltou tela Full HD
• Som mono com potência fraca
• Demorado tempo de recarga