Se você busca um smartphone acessível por menos de R$ 1 mil aqui no Brasil, vai encontrar diversas opções para escolher. Mas se faz questão de ter um modelo da Xiaomi, há alguns modelos mais antigos que ainda podem ser uma boa compra agora no começo de 2024. Será este o caso do Poco M5? Temos em mãos o aparelho mais simples da linha para conferir o que ele tem de bom a oferecer.

O Poco M5 vem em embalagem amarela tradicional da Xiaomi. Além do celular, você recebe os seguintes acessórios:

• Carregador com 18W de potência
• Cabo USB padrão C
• Chavinha da gaveta do SIM Card
• Capinha transparente de silicone
• Guia do usuário

A primeira diferença que vemos de cara é que o acabamento do Poco M5 é diferente do modelo M5s, que analisamos anteriormente. Aqui temos um celular feito de plástico, porém com dois tipos de acabamento: na parte das câmeras há um grande bloco liso na cor preta e no restante da traseira uma espécie de material que imita couro.

Esse que testamos é na cor verde e você também encontra o Poco M5 na opção amarela e outra com corpo todo preto. E como é esperado de um celular da marca, há o clássico logo estampado próximo às câmeras. Há curvatura nas bordas que faz transição para as laterais planas com acabamento com aparência de metal, apesar de também ser de plástico.

As câmeras ficam alocadas em aros separados com dois maiores e mais saltados, enquanto há um terceiro menor que forma par com o flash em LED. Na parte frontal temos visual mais datado com entalhe em formato de gota, diferente do Poco M5s que vem com furo para a câmera de selfies. As bordas também são mais largas, especialmente a inferior.

A Xiaomi jogou o conector para fones de ouvido para o topo do aparelho, ficando próximo do clássico emissor infravermelho. Não há uma saída de som deste lado, como temos no outro modelo. A gaveta tripla para dois chips e um cartão microSD fica do lado esquerdo.

O leitor biométrico vem incorporado ao botão de energia na lateral direita. Ele fica em boa altura e entrega não apenas uma ergonomia agradável como também faz a leitura da digital rapidamente.

Em conectividade temos Wi-Fi padrão AC com suporte a redes de 5 GHz, Bluetooth 5.3 e NFC. Esse modelo também fica devendo conectividade 5G.

O M5 traz uma tela de 6,58 polegadas com resolução Full HD+ e painel IPS LCD de 90 Hz. O nível de brilho é decente a ponto de garantir boa visualização em locais muito iluminados, mas não é indicado para quem usa muito o celular na rua sob forte luz solar. Também não espere por suporte a HDR para tirar proveito de serviços de streaming.

É interessante notar que o brilho fica um pouco mais forte ao usar o perfil de cores saturadas, enquanto no Vívido, que vem por padrão, temos uma melhor calibração com tons menos frios. De qualquer forma, nem mesmo no perfil Padrão terá uma configuração exemplar, então escolha pela saturação de cores que achar mais agradável.

A taxa de atualização vem travada por padrão em 60 Hz para ajudar a economizar bateria. Você pode mudar para a opção automática que permitirá ao painel chegar até 90 Hz com as animações e apps nativos do sistema. Ao reproduzir vídeos, seja no próprio celular ou via streaming, ele tende a reduzir para 60 Hz para economizar bateria.

Há apenas um alto-falante na parte inferior do Poco M5. É uma pena que a Xiaomi não tenha habilitado o de chamadas para ser usado como canal secundário e assim entregar áudio estéreo. Pelo menos a potência é boa e está a par de outros do segmento.

A qualidade, no entanto, poderia ser melhor. O celular basicamente força os graves e agudos na reprodução de músicas e gera um pouco de distorção. Se pretende comprar o Poco M5 pensando no Spotify ou outro serviço, é melhor investir em fones de ouvido para uma melhor experiência. Ele também fica devendo um equalizador.

Equipando o Poco M5 temos o Helio G99 da MediaTek. Esse chip foi visto em lançamentos mais recentes da Xiaomi e também diversos modelos chineses e até mesmo da Motorola. O processador é octa-core com dois núcleos da série A76 e mais dois da série A55. Esse que testamos vem com 4 GB de RAM, mas também encontrará uma versão com 6 GB no mercado.

O seu desempenho no multitarefas não é dos melhores, pelo menos neste que testamos. Ele acaba recarregando os apps abertos em segundo plano com frequência. Ainda assim entrega desempenho na média da categoria, ficando até acima de alguns básicos de outras marcas. Em benchmarks conseguimos boas pontuações para o segmento com média de 230 mil pontos no AnTuTu.

E nos jogos? Call of Duty até que roda legal na qualidade média com anti-aliasing ativado. No PUBG é possível ter bom desempenho na qualidade HD com taxa de quadros no alto e todos os recursos habilitados.

E a bateria do Poco M5, será que dura muito? Em nosso teste padronizado que simula uso moderado vimos os 5.000 mAh renderem quase 28 horas, o que deixa claro que ele não vai te deixar na mão mesmo que faça uso mais pesado.

Para aqueles que buscam um celular básico para WhatsApp e redes sociais terá dois dias de autonomia tranquilamente. Há suporte a carregamento de até 18W, mas parece que o aparelho apresenta alguma limitação que torna o tempo de recarga mais longo do que vemos em modelos da marca. Ele leva mais de 3 horas para encher totalmente a bateria.

Não apenas isso, mas não há carregamento acelerado para fazer cargas rápidas em pouco tempo. Com 15 minutos na tomada temos apenas 5% recuperados e no máximo 15% com meia hora. Modelos recentes normalmente são bem mais rápidos.

E por falar em câmeras, temos três sensores compondo o conjunto fotográfico. O principal traz resolução de 50 MP, além de dois simples com resolução de 2 MP, sendo um dedicado para macros e outro para profundidade. Na parte frontal temos um sensor simples de apenas 5 MP para selfies.

O sensor faz imagens de 12,5 MP por padrão ao comprimir quatro pixels em um. A qualidade é decente em termos de cores e contraste, mas falta nitidez especialmente em cenários mais complexos com muita vegetação.

Padrão | 50 MP

Usar a resolução máxima não valerá a pena, já que a qualidade continua basicamente a mesma e você terá muito mais espaço interno devorado pelas imagens. O zoom é puramente digital e mesmo em 2x já apresenta queda considerável de nitidez, sendo impraticável quando no zoom máximo.

Vimos em outros celulares com câmera simples de 2 MP que não temos macros de qualidade e o mesmo se aplica ao Poco M5. Falta nitidez e dificilmente conseguirá registrar pequenos detalhes. Pelo menos a de profundidade acerta mais e muitas vezes faz um bom efeito de desfoque com poucas falhas.

Macro

Desfoque

As fotos noturnas são decentes no modo padrão, mas ficam bem melhores quando usamos o modo noturno dedicado. Diferente de muitos celulares que apenas prolongam a exposição para capturar mais luz, no Poco M5 temos melhorias na nitidez, texturas e especialmente na faixa dinâmica que resulta em melhores cores e contraste.

Noturno

A frontal é bem limitada e até consegue boas selfies em locais com iluminação adequada. O desfoque é um pouco mais falho, mas ainda pode ser útil. As selfies noturnas sofrem grande perda de nitidez e as cores perdem saturação, assim como há excesso de ruídos para fotos bastante granuladas.

Selfies

O mesmo se aplica à filmadora frontal à noite que sofre com ruídos. Ela é capaz de filmar em Full HD, assim como a principal na traseira. Não há estabilização para lidar com os tremidos, mas o foco não chega a ser lento. A captura de som é estéreo e tem boa qualidade para a categoria.

O Poco M5 está com Android 13 modificado pela MIUI 14. No momento em que testamos, ele estava com pacote de segurança alguns meses desafado. Ainda assim está dentro da média de lançamentos de patches da Xiaomi.

O sistema usa por padrão 2 GB do armazenamento para expandir a RAM. Você pode escolher entre 1 e 3 GB como opções, mas não espere que isso faça alguma diferença no desempenho multitarefas.

Temos os mesmos recursos presentes no Poco M5s e outros modelos da linha, como o suporte completo a temas e gestos, como tocar duas vezes no botão de energia e abrir rapidamente a câmera.

Se compararmos o Poco M5 com outros com preço próximo em nossa plataforma de ofertas, vamos encontrar o Moto G14. Será que o da Motorola é mais interessante? Ele vem com design frontal mais atual com entalhe em furo, mas sua tela tem apenas 60 Hz. Pelo menos compensa com áudio estéreo mais potente com suporte a Dolby Atmos. O desempenho é um pouco mais lento e a bateria rende menos, apesar de recarregar mais rápido. A câmera principal é um pouco melhor no HDR e a frontal faz melhores selfies noturnas.

Da Samsung temos o Galaxy A14 em suas duas versões com preço similar, porém a mais interessante é a que vem com conectividade 5G. Temos também tela com taxa de atualização de 90 Hz para boa fluidez, desempenho um pouco mais ágil com o Exynos 1330 e câmeras melhores. A bateria rende algumas horas a menos, mas recarrega bem mais rápido.

Pontos fortes

• Acabamento diferenciado que imita couro
• Tela de 90 Hz com bom brilho
• Bateria dura o dia todo
• Faz boas fotos noturnas

Pontos fracos

• Som mono de má qualidade
• Tempo de recarga demorado
• Poderia ter melhor frontal para selfies noturnas