O Poco F5 Pro foi oficializado pela Xiaomi em maio de 2023 como uma espécie de sucessor do Poco F4 GT, um aparelho com chipset de top de linha, porém com conjunto mais modesto para garantir preço acessível. Apesar de ser um celular que entrega desempenho bacana com tecnologias recentes, ele pecava bastante em câmera. Será que o Poco F5 Pro corrige esse problema? Vamos conferir.

O Poco F5 Pro vem em embalagem escura com os nomes da marca e do aparelho grafados em amarelo. Além do celular, você recebe os seguinte acessórios:

• Carregador com 67W de potência
• Cabo USB no padrão C em uma das pontas
• Chavinha da gaveta do SIM card
• Capa de silicone transparente
• Guia do usuário

O Poco F5 Pro chegou ao mercado juntamente do F5 tradicional. Os dois possuem design bastante distinto, o que evita qualquer confusão na hora da compra. Enquanto o mais barato tem um visual minimalista com traseira plana, a variante Pro ostenta um pouco de curvas e lembra mais o seu antecessor.

Algumas mudanças foram feitas para reduzir o custo no novo modelo, já que a Xiaomi parece estar preocupada em tornar a linha Poco F ainda mais acessível. Sendo assim, perdemos o corpo de metal e agora temos um de plástico mais comum em celulares intermediários. Além disso, o vidro frontal regrediu e perdeu a proteção Victus para um Gorilla Glass 5.

Pelo menos a traseira ainda continua de vidro e aqui temos uma diferença para o Poco F5 tradicional com acabamento todo em plástico. Os gatilhos dedicados para jogos foram removidos e em troca ganhamos certificação IP53 para resistência contra poeira e respingos.

O Poco F5 Pro foi lançado apenas em duas cores: branca ou preta. Temos a mais escura em mãos que traz vidro liso que acumula bastante marca de dedo. Enquanto a parte central possui pintura simples sem qualquer efeito cromático, as bordas apresentam listras numa espécie de acabamento que imita fibra de carbono.

As laterais são feitas de plástico fosco e são mais finas do que o topo e a parte inferior do aparelho por conta da curvatura do vidro. Do lado direito temos os botões de energia e volume, enquanto o leitor biométrico foi alocado diretamente no painel. Ele é do tipo óptico e fica muito próximo da borda inferior. Pode ser desconfortável de usar para alguns, mas responde bem e de forma ágil.

Na parte inferior do Poco F5 Pro encontramos a gaveta para dois chips. Assim como o seu antecessor, esse também não possui entrada para cartões microSD. Na parte superior temos um segundo alto-falante ao lado do emissor de infravermelho, mas nada de entrada para fones de ouvido como há no Poco F5 padrão.

Em conectividade há suporte a Wi-Fi 6, Bluetooth 5.3, NFC e 5G. Um pequeno avanço na nova geração é que agora temos suporte a carregamento sem fio, que fica limitado a 30W de potência máxima.

Apesar da Xiaomi ter focado em cortar custos para trazer o Poco F5 Pro a um preço mais acessível, a empresa não economizou na escolha do painel e temos uma tela que faz inveja a muito celular top de linha.

São 6,67 polegadas com resolução Quad HD+, com taxa de atualização de 120 Hz em painel OLED 12-bit, o que garante uma reprodução de 68 bilhões de cores diferentes. Além disso, há suporte a HDR+ e Dolby Vision, o que garante total compatibilidade com qualquer serviço de streaming.

A tela alcança brilho muito forte e garante uma boa visibilidade em dias ensolarados. A tela possui baixo nível de oscilação de brilho, o que reduz drasticamente o cansaço visual ao usar o celular no escuro. Até mesmo a calibração padrão de cores está próxima do ideal, o que é raro em celulares da Xiaomi.

O Poco F5 Pro possui três saídas de som com áudio estéreo com boa potência. Nesse ponto não vimos uma evolução comparado ao antecessor. A parte que decepciona é que por mais que ele entregue uma boa qualidade sonora com áudio equilibrado entre graves, médios e agudos, acaba apresentando som mais abafado com o volume no máximo comparado ao Poco F4 GT.

Equipando o F5 Pro temos o Snapdragon 8 Plus Gen 1, que foi o hardware mais potente disponível para Android em 2022. O modelo que testamos traz 12 GB de RAM, mas você também encontra o aparelho em versão com 8 GB de memória.

Ele foi bem em nosso teste de velocidade focado no multitarefas. O F5 Pro apresenta desempenho mais ágil que seu antecessor, mas não a ponto de superar flagships da geração passada. Pelo menos em benchmarks ele fica acima de modelos top de linha da Samsung e Motorola.

O Poco F5 Pro foi bem em todos os jogos que testamos, o que já era esperado de um aparelho com esse hardware da Qualcomm. Call of Duty rodou na qualidade máxima com todos os extras ativados. PUBG rodou liso em Ultra HD com tudo habilitado.

O Poco F5 Pro traz uma bateria de 5.160 mAh, o que resulta em um pequeno incremento comparado ao F4 GT. A boa notícia é que o novo hardware aliado à otimização de software garantem ao F5 Pro uma das melhores autonomia que já vimos.

Ele conseguiu passar das 31 horas de uso moderado em nosso teste e isso incluindo alguns jogos. Para quem faz uso mais leve do celular será capaz de ter bateria para dois dias tranquilamente.

Esse é mais um celular da Xiaomi que traz carregador de 67W na caixa. É preciso esperar menos de 1 hora para ter a bateria cheia, o que é bom, mas pode ser um pouco decepcionante perto do Poco F4 GT que recarrega em 20 minutos. De qualquer forma, terá quase metade da bateria para usar com uma carga rápida de 15 minutos.

O Poco F5 Pro traz o mesmo conjunto fotográfico do Poco F5 padrão. Temos uma câmera de 64 MP com sensor OmniVision com abertura focal f/1.8 e estabilização óptica. Esse sensor já é meio antigo, o que é decepcionante ver em um lançamento de 2023 nessa faixa de preço.

A ultra-wide traz sensor de 8 MP também da OmniVision com abertura focal f/2.2. Por fim, há uma câmera simples de apenas 2 MP dedicada para macros que não traz foco automático e tem abertura focal ainda mais limitada f/2.4.

Principal | Ultra-wide

Pode parecer que não houve evolução comparado ao conjunto fotográfico parecido do antecessor. Mas na prática com a troca do chipset por um mais atual e as melhorias em software tivemos uma evolução considerável.

No geral, o Poco F5 Pro faz boas fotos com cores vibrantes, boa nitidez e contraste mais próximo do ideal do que vimos no modelo anterior. A faixa dinâmica poderia ser melhor e tende a estourar partes da imagem com excesso de luz. Isso é ainda mais agravado ao usar o desfoque de cenário.

Zoom

Ao usar o zoom digital em 2x perdemos um pouco do contraste e da vivacidade das cores, mas ainda há boa nitidez. Ao ir além e usar o zoom no máximo terá fotos bastante borradas. O mesmo podemos dizer da macro que sofre para fazer fotos nítidas diante das grandes limitações do sensor.

Macro

A câmera ultra-wide está abaixo do que se espera para um celular dessa categoria. Ela captura fotos menos nítidas, exagera no contraste e acaba destruindo os detalhes das sombras, enquanto sofre à noite com fotos escuras e cheias de ruídos.

As fotos noturnas são decentes e o modo noturno ajuda a recuperar detalhes perdidos nos pontos mais escuros por conta do excesso de contraste. As cores não são tão precisas quanto o que é visto nas fotos diurnas, mas não há excesso de ruídos com a câmera principal.

Noturno

A câmera frontal é novidade e agora temos um sensor de 16 MP da Samsung, diferente do modelo de 20 MP de marca chinesa de antes. Aqui é outro ponto que vemos uma evolução com selfies mais detalhadas e com melhores cores e tom de pele. O modo retrato poderia ser melhor e tende a apresentar falhas na separação de planos.

Selfies

A filmadora também apresenta avanços e agora consegue gravar vídeos em 8K a no máximo 24 quadros por segundo. Nessa resolução não espere vídeos estáveis, já que a estabilização óptica só entra em uso com resoluções inferiores. O foco é bastante ágil e a captura de som, apesar de estéreo, é um pouco abafada e sofre muito com ruídos de vento. A câmera frontal filma apenas em Full HD como é padrão da Xiaomi.

O Poco F5 Pro vem com Android 13 modificado pela MIUI 14. A Xiaomi promete que lançará duas atualizações do robozinho com um ano extra de updates de segurança. No momento em que testamos, ele tava com patch dois meses atrasados.

O sistema flui bem e de forma ágil. Há vários recursos já vistos em outros celulares da Xiaomi, como o sensor de batimentos cardíacos presente no leitor biométrico. Você precisa deixar seu dedo no sensor por 15 minutos para que a medição seja feita.

Há os atalhos laterais para adicionar os apps e recursos que mais usa e ter acesso fácil. É possível acionar a câmera rapidamente apertando duas vezes o botão de energia ou escolher algum comando a ser realizado quando der dois toques na traseira do aparelho, como fazer uma rápida captura de tela.

O Poco F5 Pro é encontrado no varejo nacional por mais de R$ 3 mil. Vale a pena ou um top de linha da geração passada da Samsung ou Motorola é uma melhor escolha?

O Galaxy S22 Plus custa um pouco a mais e traz resistência à água superior, desempenho mais ágil no multitarefas e melhores câmeras. Além disso, a Samsung garante atualizações por mais tempo.

O Edge 30 Pro também tem preço próximo ao do modelo chinês e traz tela com taxa de atualização superior, som mais potente, desempenho mais ágil e câmeras melhores.

Pontos fortes

• Tela melhor que alguns top de linha
• Desempenho ágil
• Bateria dura muito
• Registra boas fotos e vídeos

Pontos fracos

• Som poderia ser mais potente
• Câmeras ultra-wide e macro decepcionam
• Não supera flagships antigos