A OnePlus é uma empresa que surgiu com o propósito de lançar aparelhos top de linha com preço de intermediários. Claro que para isso foi preciso fazer sacrifícios e um ponto em que seus celulares sempre pecaram foi na parte fotográfica. Com o OnePlus 9 Pro temos um celular mais caro e avançado por conta da parceria da fabricante chinesa com a grife sueca de câmeras Hasselblad. Será que agora realmente temos o aparelho matador e que não deixa mais a desejar em nada diante os rivais? Vamos conferir.

O OnePlus 9 Pro vem em caixa vermelha com o número 9 estampado em preto na tampa. Além do celular você recebe:

• Carregador Warp Charge 65T com 65W de potência
• Cabo USB no padrão C
• Chavinha da gaveta do SIM card
• Guia de uso rápido
• Capinha de silicone transparente

Começamos pelo design e olhando de frente parece que nada mudou comparado ao OnePlus 8 Pro. Ainda temos bordas finas com leve curvatura nas laterais e o furo para câmera de selfies no canto superior esquerdo. A novidade fica para o bloco de câmeras na traseira que saiu do centro e está mais próximo da borda esquerda. O conjunto está maior e mais saltado e isso se deve ao aumento dos sensores. O OnePlus 9 foi lançado nas cores verde, branca e preta.

A OnePlus decidiu fazer uma leve redução no tamanho da tela e como consequência temos um celular mais compacto. O novo continua com corpo de metal e traz proteção Gorilla Glass 5 para o vidro frontal e traseiro. É uma pena que não tivemos uma evolução para o Victus, a geração mais atual da Corning que equipa os principais flagships de 2021.

As laterais têm acabamento brilhante e do lado direito encontramos a chave que coloca o aparelho no silencioso e o botão de energia, enquanto do lado oposto há a tecla de volume. A parte inferior traz a entrada USB-C, o alto-falante principal, um dos microfones e a gaveta do SIM card.

O acabamento continua premium e a OnePlus manteve a certificação IP68 de antes para proteção contra poeira e água. O leitor biométrico segue por baixo da tela, porém está em localização um pouco inferior e pode ser desconfortável de usar inicialmente, mas funciona bem.

Na parte de conectividade tivemos apenas o Bluetooth que evoluiu para a versão 5.2. De resto é o Wi-Fi de sexta geração, NFC e suporte a redes 5G do modelo anterior. Porém, o carregamento sem fio está mais potente e agora suporta até 50W.

O OnePlus 9 Pro tem tela de 6,7 polegadas com resolução Quad HD+ e taxa de 120 Hz com tecnologia LTPO. Isso faz com que o novo painel Fluid AMOLED seja capaz de reduzir a velocidade de operação quando necessário para fazer a bateria durar mais.

O brilho máximo é alto e garante boa visibilidade em locais abertos. Há suporte a HDR10+ para extrair o máximo de serviços de streaming com cores bastante vibrantes. Se você prefere cores mais naturais, é possível alternar para o perfil Natural nas configurações e reduzir a saturação.

O som estéreo tem boa potência e fica no mesmo nível do Galaxy S21 Ultra e do iPhone 13. A OnePlus não traz nada de especial com relação à grife sonora como a Xiaomi que vem fazendo parceria com a JBL recentemente. De qualquer forma, o som é bem equilibrado e garante ótima experiência multimídia com filmes, jogos e músicas.

O OnePlus 9 Pro não possui entrada para fones de ouvido, não vem com adaptador na caixa e nem fone de ouvido com conexão USB-C.

O desempenho fica por conta da plataforma Snapdragon 888 aliada a até no máximo 12 GB de RAM, o que é uma combinação poderosa para ninguém pôr defeito. No entanto, temos que admitir que ficamos decepcionados com o resultado em nosso teste de velocidade focado no multitarefas. A OnePlus já foi rainha em velocidade, mas o seu novo top de linha come poeira para o Mi 11 e Galaxy S21 Ultra.

Ele também ficou atrás do seu antecessor equipado com Snapdragon 865. Será que a OnePlus esqueceu como se deve otimizar o software? Em benchmarks temos resultados similares ao rival da Xiaomi que conta com mesma plataforma e fica um pouco acima ao Exynos 2100 no top da Samsung.

E jogos? Todos que testamos rodaram suave e isso já era esperado de um celular desse porte. PUBG e Call of Duty ficaram travados a 60 fps com tudo no máximo e filtros extras ativados.

O que esperar da bateria de 4.500 mAh? A tela do tipo LTPO realmente ajuda a economizar bateria? Bem, deveria. Em nosso teste padronizado vimos o OnePlus 9 Pro render menos que o seu antecessor que possui bateria do mesmo tamanho. Como isso é possível? Da mesma forma que faltou gás no multitarefas também podemos culpar a falta de otimização do software pela menor eficiência energética.

O lado positivo é que o novo vem com carregador de 65W e isso ajudou a reduzir o tempo de espera para ter a bateria cheia. Em apenas 40 minutos terá o celular completamente recarregado; e o melhor é que uma carga rápida de 15 minutos recupera 60% e chega a 95% em meia hora.

O OnePlus 9 Pro traz conjunto fotográfico com quatro câmeras. A principal tem resolução de apenas 48 MP, o que pode parecer decepcionante já que esta resolução é comum em celulares intermediários e até mesmo alguns mais básicos. Porém, aqui temos um novo sensor da Sony, o IMX789, que possui controlador mais avançado de ISO, captura imagens em RAW a 12 bit e traz uma nova técnica de HDR.

A ultra-wide também estreia um novo sensor da Sony, o IMX766 com resolução de 50 MP. A teleobjetiva tem 8 MP e aproxima 3x com zoom óptico. Por fim, temos uma câmera monocromática que serve apenas para auxiliar a principal e ajuda a reduzir ruídos em fotos noturnas.

Principal | Ultra-wide

E onde que entra a empresa sueca Hasselblad? Ela ficou responsável por redesenhar o aplicativo de câmera da OxygenOS e por fazer a calibração de cores no processamento de imagem. O resultado disso é que temos as melhores fotos já capturadas por um celular da OnePlus, mostrando um avanço notável comparado ao antecessor.

Isso não quer dizer que a fabricante chinesa agora tem uma melhor câmera que Apple e Samsung. O sensor de 48 MP, por mais atual que seja, ainda tem suas limitações. De qualquer forma, temos fotos nítidas, com cores equilibradas e HDR competente.

Noturno

A ultra-wide impressiona mais. Ela usa uma nova técnica de correção de distorção que é feita pelo próprio sensor e não o software da câmera como acontece em outros celulares. O resultado disso é que temos fotos com menor distorção nas bordas e qualidade próxima à da câmera principal.

A câmera teleobjetiva faz um bom trabalho com o zoom óptico de 3x, mas o equilíbrio entre cores e contraste nem sempre é constante. A ultra-wide fica responsável pelas macros e como a distância focal não é das melhores, não é possível chegar muito próximo do que for fotografar. O efeito de desfoque é bom na maioria dos cenários.

Macro

Desfoque

O maior salto que vimos foi ao fotografar à noite. O grande ponto fraco do OnePlus 8 Pro e seus antecessores era registrar imagens em locais escuros. O 9 Pro captura imagens com boa definição, poucos ruídos, cores acertadas e contraste na medida. A ultra-wide também faz bonito à noite e mesmo a frontal não sofre neste tipo de cenário como visto anteriormente.

E por falar na câmera de selfies, temos o mesmo sensor usado desde o OnePlus 7 Pro. As melhorias no software feitas pela Hasselblad garantem cores mais equilibradas e melhor tom de pele, com a mesma definição do modelo anterior. Porém, ainda peca por não ter foco automático e só gravar vídeos em Full HD.

Selfies

A câmera traseira grava em até 8K. A qualidade das filmagens fica próxima à qualidade das fotos. Há estabilização eficiente que funciona bem mesmo com a ultra-wide. A captura de áudio é estéreo e tem boa qualidade.

O OnePlus 9 Pro estava com Android 11 quando o analisamos. A fabricante até havia liberado agora em novembro de 2021 o Android 12, porém estava com sérios problemas e a atualização foi cancelada e só foi retomada após concluirmos a nossa análise.

Pelo menos quando testamos, o aparelho contava com pacote recente de segurança do sistema, o que mostra que a OnePlus está se esforçando para manter seu top de linha atualizado, apesar das falhas de software.

A interface flui suave como sempre vimos em outras versões da OxygenOS. Em termos de recursos não há muitos diferenciais já que a OnePlus sempre focou apenas no essencial, porém há alguns extras como atalhos para acessar rapidamente os recursos mais usados diretamente da tela de bloqueio quando usar o leitor biométrico.

Um ponto que a OnePlus ainda peca é na falta de suporte ao português brasileiro, mas até mesmo a realme que vende oficialmente por aqui ainda falha neste ponto.

O novo flagship da OnePlus é uma melhor compra que o Galaxy S21 Ultra ou Mi 11? O da Samsung foi mais rápido em nosso teste de velocidade, tem autonomia de bateria muito maior e suas câmeras são melhores, especialmente a teleobjetiva. Sem falar que importar o OnePlus 9 Pro pode acabar saindo mais caro que investir no rival coreano disponível no mercado nacional.

O Mi 11 também entrega boa experiência multimídia, tem desempenho similar, porém a bateria dura menos e demora mais para recarregar. Ele conta com câmera de 108 MP que captura mais detalhes que a do OnePlus 9 Pro, mas o conjunto no geral não é tão superior.