O Moto G14 chegou ao mercado nacional no meio do ano como a opção mais acessível da principal linha de celulares da Motorola. A novidade vem para agradar quem busca um básico com boa configuração. Será que o Moto G14 é uma boa compra? Essa análise do TudoCelular vai revelar seus pontos fortes e fracos para saber se vale a pena o investimento.

O Moto G14 vem em embalagem feita de papel reciclado e além do celular, você recebe os seguintes acessórios:

• Carregador de 20W de potência
• Cabo USB no padrão C
• Chavinha da gaveta do SIM card
• Guia do usuário

O novo básico da Motorola vem com design atualizado e alinhado com os recentes lançamentos da marca. Ele chegou ao mercado em duas opções de cores com acabamento distinto, apesar de ambos serem feitos todo em plástico.

O modo mais claro, que recebe o nome de Lilac, traz um tom de lilás bastante sutil com acabamento que imita couro. A Motorola chama esse tipo de material de Vegan Leather e possui toque macio que passa uma sensação agradável ao toque. Já o modelo na cor grafite vem com plástico fosco convencional.

Em ambos temos um aparelho com laterais praticamente retas feitas em plástico fosco e bloco em acrílico que não fica tão saltado da traseira como visto em outros celulares da marca. Há duas câmeras com aros do mesmo tamanho e um pequeno flash localizado entre as menções da resolução do sensor e da tecnologia Quad Pixel.

Na parte frontal temos furo para a câmera de selfies. É bom ver que a Motorola não apostou no antigo entalhe em gota que ainda é comum em celulares mais baratos. As bordas estão mais finas do que vimos em outros modelos de entrada da marca, apesar da borda inferior ainda ser consideravelmente mais larga que as demais.

Há leitor biométrico incorporado ao botão de energia que funciona bem e até mais ágil que outros básicos que testamos. Temos gaveta tripla com a possibilidade de usar dois chips e um cartão microSD ao mesmo tempo. Enquanto no topo do aparelho há a entrada tradicional para fones de ouvido.

Em conectividade temos Wi-Fi de quinta geração com suporte a redes de 5 GHz para maior velocidade, Bluetooth 5.0 e rádio FM. O Moto G14 não possui suporte a NFC e nem 5G.

O básico da Motorola vem com tela de 6,5 polegadas com resolução Full HD+ e painel IPS LCD com taxa de atualização de apenas 60 Hz. É um pouco decepcionante não ver uma tela de 90 Hz neste modelo e o mesmo podemos dizer com o nível máximo do brilho que não garante boa visibilidade em locais abertos.

O painel adotado tem bom nível de contraste, o que ajuda a entregar cores vívidas que não perdem saturação quando se inclina o aparelho. Não há qualquer melhoria com relação ao sensor de toque, o que não traz nenhum ganho no tempo de resposta de jogos, mas até que o sistema responde bem no uso convencional.

A parte sonora empolga mais do que a tela e aqui temos dois alto-falantes para som estéreo, o que ainda é raro em aparelhos de entrada. Não apenas isso, mas há suporte a Dolby Atmos para uma experiência sonora mais imersiva.

O som não chega a distorcer com o volume no máximo e apresenta bom equilíbrio entre graves e agudos. Os médios ficam um pouco perdidos, mas considerando a faixa de preço do celular podemos dizer que ele fica bem acima da média.

O Moto G14 vem equipado com o chip Tiger T616 da Unisoc, um hardware bastante popular entre celulares de entrada. Ele vem com processador octa-core formado por dois núcleos da série A75 e seis da série A55 com GPU Mali-G57. O modelo nacional vem com 4 GB de RAM e 128 GB de armazenamento.

Essa é uma boa configuração para um celular de entrada em 2023? Ele entrega desempenho decente com tarefas simples do dia a dia, mas não é capaz de segurar muitos apps abertos ao mesmo tempo. O G14 ficou abaixo de seus principais rivais em nosso teste de velocidade e também não empolga em benchmarks com 200 mil pontos no AnTuTu.

O desempenho em jogos é bacana e no Call of Duty conseguimos boa fluidez na qualidade média com anti-aliasing ativado. Já no PUBG temos uma boa experiência com o jogo rodando na qualidade HD com taxa de quadros no Alto e demais recursos ativados.

Esse é mais um celular da Motorola que traz uma bateria de 5.000 mAh. O seu rendimento não chega a impressionar e fica perto de outros que testamos com o mesmo tamanho de bateria e hardware similar.

Em nosso teste padronizado conseguimos alcançar média de 23 horas de uso moderado, o que é suficiente para maioria sem a necessidade de precisar realizar uma segunda carga antes do final do dia.

A Motorola manda um carregador TurboPower de 20W com o celular que leva quase duas horas para encher totalmente a bateria. Com uma carga rápida de 15 minutos terá 13% recuperados que chegam a 30% com meia hora na tomada.

O conjunto fotográfico é formado por câmera de 50 MP com abertura focal f/1.8 e um sensor mais simples de 2 MP para macros com abertura focal menor de f/2.4. Na parte frontal temos uma câmera de 8 MP com abertura focal que fica entre as duas e não deve sofrer em locais escuros.

A qualidade fotográfica do G14 não chega empolgar. É o típico celular que faz apenas o básico, sendo capaz de registrar boas fotos em situações favoráveis de luz. O HDR entra em ação para ajustar o brilho quando necessário e assim compensar a faixa dinâmica limitada.

Macro

Como esperado de um celular com sensor básico de 2 MP para macros, temos fotos sem muita nitidez e a falta de foco automático também limita as possibilidades de uso com essa câmera. O desfoque é feito via software com uso da câmera principal e tende a apresentar erros constantes.

O zoom é puramente digital e como esperado de um celular simples não há qualquer truque especial que ajude a reduzir a perda de qualidade ao fotografar o que está distante. Mesmo sem abusar do zoom já terá uma queda considerável na nitidez que fica ainda pior ao usar todo o zoom de 8x do aparelho.

Zoom

Fotografar à noite não chega a ser um desafio para o Moto G14 por conta do seu modo noturno. Claro que a nitidez é limitada e as cores perdem um pouco a vivacidade em locais com pouca luz, mas ainda está dentro da média do segmento.

Noturno

A câmera frontal faz selfies decentes com boas cores, apesar de deixar a pele muito suavizada. O modo retrato limita o HDR e tende a deixar o fundo das fotos com a luz estourada. Selfies noturnas pecam em nitidez, mas usar o flash de tela para compensar o brilho em locais mais escuros resulta em melhores resultados.

Selfies

A filmadora grava em Full HD com a traseira e frontal. A qualidade fica um pouco abaixo do que temos nas fotos, mas não a ponto de serem descartáveis em locais mais escuros. Falta estabilização para lidar com os tremidos. O foco é ágil e está a par dos melhores da categoria, enquanto a captura de som é apenas mono e resulta em áudio bastante abafado. É possível gravar vídeos usando a câmera traseira e frontal ao mesmo tempo com o Moto G14.

O Moto G14 vem com Android 13 e a Motorola deve liberar pelo menos uma atualização do robozinho para ele com até dois anos de updates de segurança. A empresa não lança atualizações com frequência, mas quando o testamos estava com pacote de segurança até relativamente recente.

O software vem com menos recursos que os modelos mais avançados da Motorola. Há menos opções de customização e também não temos a Pasta Segura para uma proteção extra dos dados importantes.

Pelo menos os clássicos gestos de sacudir o celular para ligar a lanterna e o de girar o aparelho para abrir a câmera seguem presentes.

Quais os principais rivais do Moto G14 no mercado nacional?

O realme C35 é uma forte alternativa por vir com o mesmo hardware da Unisoc e quantidade de RAM, mas conta com software melhor otimizado que entrega desempenho mais ágil. A bateria dura menos, apesar de ainda garantir autonomia para o dia todo. A tela é um pouco maior e também vem com painel de 60 Hz e a parte sonora fica limitada por áudio mono, apesar de ter boa qualidade. O conjunto fotográfico entrega qualidade similar, mas a frontal faz selfies um pouco melhores.

Se você ficou decepcionado com o Moto G14 pela falta de 5G, a Samsung traz tal tecnologia presente no seu básico Galaxy A14. Nele temos uma tela maior com taxa de atualização de 90 Hz para fluidez superior, porém fica devendo na parte sonora com áudio mono. O desempenho é mais ágil, a bateria dura mais e as câmeras fazem melhores fotos, o que deixa o rival da Samsung com uma certa vantagem.

Pontos fortes

• Som estéreo imersivo
• Bateria dura bem
• Desempenho acima de muitos básicos

Pontos fracos

• Poderia ter tela de 90 Hz
• Software mais simples que outros da linha
• Merecia câmera ultra-wide no lugar da macro