Diferente do primeiro Motorola Razr com Android, a caixa do Razr MAXX é bem pequena. Quase a metade de seu irmão mais velho e mais magro. O desenho externo e cores mantém o mesmo padrão da versão lançada no ano passado. Isso significa que você encontra a cor vermelha da Motorola Mobility, o smartphone e seu nome na frente, além de algumas informações sobre o gadget no fundo, como a quantidade de GHz do processador, tamanho da tela, quantidade de megapixels da câmera e a resolução com que ele consegue filmar.

Caixa fechada

Abrindo a caixa encontramos o celular deitado do lado direito e abaixo desta parte de papelão há o fone de ouvido, que é no modelo tradicional e que incomoda bastante para quem tem ouvido pequeno (além da baixa qualidade da espuma e do conjunto todo), carregador de tomada com porta USB, cabo microUSB e um cabo microHDMI. Nada além disso.

Acessórios

É estranho ver a caixa emagrecendo tanto e a Motorola retirando o carregador veicular. A empresa também removeu o adaptador que conectava a saída HDMI ao monitor e que iniciava a interface com cara de computador chamada webtop. Agora ao conectar o aparelho com a TV você é agraciado com uma versão do Android no modo tablet, bem melhor.

Fone de ouvido de baixa qualidade

Para poder receber a bateria mais parruda, que é o ponto forte deste smartphone, a Motorola teve que abrir mão da espessura mínima que o Razr anterior conseguiu. Aqui são 9 mm de espessura e 145 gramas. Por mais que ele realmente tenha ganhado peso e alguma gordura na cintura, este modelo ainda é bem fino e leve quando pensamos no padrão de smartphones do mercado. O que não mudou foi o Kevlar que está presente na parte traseira, lembrando que ele não foi criado para proteger de disparos de armas de fogo (Kevlar é uma das fibras que compõe coletes à prova de balas).

Na parte da frente encontramos o display de 4,3 polegadas e resolução de 540 x 960 pixels. Além disso, há a câmera frontal de 1,3 megapixel, um alto-falante, o LED de notificações, microfone principal e botões sensíveis ao toque que acessam a home, menu de configurações dos apps, volta para tela anterior e um de pesquisa.

Tela de 4,3 polegadas

A traseira do gadget deixou de ter o "degrau" que o modelo anterior tinha, justamente pela adição da bateria mais potente. Assim como o outro Razr, não há tampa da bateria e a mesma não é removível. Aqui encontramos o segundo microfone, a chamativa câmera de 8 megapixels (que filma em Full HD, 1080p), o LED para iluminação de fotos e que serve também como lanterna, outro alto-falante e só.

Traseira feita de Kevlar Razr MAXX

Do lado direito há o botão que liga e desliga a tela (e o aparelho inteiro), e outros dois botões para controlar o volume - que dentro do aplicativo da câmera funcionam como controladores para o zoom digital.

Botões de volume e ligar/desligar tela

No outro lado há apenas a entrada para o micro SIM - o mesmo dos dois iPhones mais recentes e de alguns smartphones da Nokia e Sony - e outro slot para um cartão microSD que pode ser de até 32 GB.

Micro SIM

Abaixo do gadget não há absolutamente nada e na parte de cima encontramos o conector de fones de ouvido, a porta microUSB e o local onde você consegue inserir o cabo microHDMI e ligar o gadget na sua TV ou monitor.

Portas microHDMI e microUSB

Nesta versão do Razr a Motorola resolveu colocar de cara o Android Ice Cream Sanwich (4.0.4), que não é o mais recente que o Google lançou, mas que dá um ar de novidade para o mercado. Diferente de todos os smartphones da marca, este não tem quase que nenhuma modificação da fabricante, o que é um ponto extremamente positivo. A experiência deste gadget será muito similar ao que o Google teve em mente quando criou o Android 4.0.x.

Home

Aqui há cinco telas iniciais que podem ser forradas de widgets e atalhos, mas de fábrica ele vem bastante limpo. Isso faz com que a experiência de uso do sistema fique bem mais fluída. O menu de apps segue o padrão Ice Cream Sandwich - que a Samsung não seguiu em seus gadgets com esta versão do OS. Isso significa que os aplicativos deslizam por debaixo da tela e chegam para o display.

Apps já instalados da Motorola

Assim como não há quase nenhuma modificação da Motorola, isso também significa que a empresa resolveu não colocar muitos aplicativos próprios ou apps já instalados quado você liga o aparelho pela primeira vez. Há um gerenciador de arquivos, galeria de imagens e vídeos e reprodutor de músicas com a estética da Motorola. Além disso o QuickOffice já está presente numa versão que permite a edição e criação de planilhas, arquivos de texto e apresentações de slides.

O SmartActions - que já estava no Razr original - está presente e é bastante bacana. Com ele você regula uma ação que será executada em certa circunstância. Não entendeu? É o seguinte: você pode configurar para o aparelho ficar no silencioso quando chegar no trabalho, ou de baixar o nível de brilho da tela e desligar o GPS quando a bateria alcançar 20% de carga. Tudo sozinho.

SmartActions

Em comparação com o modelo anterior, o Razr MAXX se mostrou bem mais limpo e sem nenhum engasgo na transição de apps e telas, mesmo que com o hardware idêntico - processador dual-core de 1.2 GHz e 1 GB de memória RAM.

Ligando o aparelho na TV uma interface de tablet é iniciada - mas você pode utilizar o espelhamento da tela do smartphone. Neste momento o aparelho se transforma num touchpad para controlar o mouse e em um teclado virtual que permite que você utilize qualquer parte do novo webtop. Não há nenhuma interface pesadíssima por aqui, nenhum Firefox e nem um emulador do próprio celular para ser controlado. Apenas um tablet.

Opção para abertura do webtop

Esta versão tablet é bem mais interessante do que o antigo webtop. Carrega mais rápido e funciona muito melhor.

Webtop em forma de tablet

O player escolhido pela Motorola não é o mesmo que o Google criou para o Android Ice Cream Sandwich. Neste app você pode acessar servidores DLNA que estão na rede da sua casa, como um computador ou HD conectado no roteador com esta função. De lá é possível acessar as músicas, capa dos álbuns (desde que presente na tag do MP3) e até as letras das canções.

Player de música

Na hora de reproduzir vídeos, o aparelho conseguiu lidar com todas as resoluções (480p, 720p e 1080p) sem qualquer engasgo tanto no player nativo (que está dentro do app Minha galeria), quanto em tocadores como o DicePlayer ou VLC.

DicePlayer rodando em 1080p

Para testar os jogos, nada como um Angry Birds para a jogatina casual - e viciante - e um Dead Trigger para provar que o hardware manda bem até hoje. E foi isso mesmo que ocorreu. Todos os Angry Birds foram executados sem nenhuma travadinha e o mesmo aconteceu com o Dead Trigger e seu gráfico que se aproxima muito do PS3 e Xbox 360. A tela grande também coopera no conforto da jogada.

Jogo Dead Trigger

Este smartphone recebeu um upgrade imenso quando pensamos na autonomia com uma só carga. A atualização dela foi tão grande que criamos um tópico apenas para tratar de quanto tempo o aparelho consegue durar com apenas uma carga. Para este teste, coloquei o carregador na tomada e dei uma noite inteira de carga para a bateria, tirando da tomada logo cedo.

Bateria em 5%

O uso foi pesado, ou seja, abertura constante de Twitter, Facebook e fotos no Instagram, navegação em alguns sites e Google Maps em algumas horas. Claro que brinquei com alguns jogos em momentos de tranquilidade. Juntando isso tudo, com uma só carga, o smartphone durou dois dias e seis horas. Isso mesmo, DOIS DIAS E SEIS HORAS SEGUIDAS.

Dois dias seguidos com uma só carga

Você leu certo, depois do uso pesado do cotidiano em dois dias seguidos, o aparelho começou a pedir água. A bateria estava com apenas 5% de carga no final do teste. A Motorola apenas inseriu alguns milímetros e alguns gramas para poder aumentar tanto a autonomia da bateria e deu certo. Deu muito certo!

A câmera nunca foi um ponto forte dos celulares da Motorola, muito menos dos smartphones. Os Milestones (Droid lá fora) sempre pecaram na hora de tirar fotos. Porém, o Razr MAXX traz um sensor - de 8 megapixels - com maior qualidade para as fotos. As imagens com muita luz ficam ótimas, sem qualquer ruído e com boa reprodução de cores. Já as noturnas são bem inferiores, problema comum em qualquer smartphone.

Câmera de 8 megapixels

O app de câmera permite alguns efeito de cor - como Sépia, fotos azuladas e outros - e até a escolha manual de cenas, como uma foto em macro ou com pouca luz. Na hora de filmar, em até 1080p, a qualidade do vídeo é satisfatório e há um controle de zoom durante a gravação, algo incomum nos smartphones.

Foto tirada com o Razr MAXX

Foto tirada com o Razr MAXX

Foto tirada com o Razr MAXX

Pontos fortes

• Mesmo com alguns gramas extras e mais espesso, ainda é leve e fino
• Bateria dura muito
• Sem firulas e crapwares da Motorola
  
• Android 4.0.4
  

Pontos fracos

• Grande demais para mãos pequenas
• É possível ver pixels
• Perdeu curvas com a bateria maior
• Fone de ouvido de baixa qualidade
  

A Motorola lembrou que um smartphone também tem uma bateria, e que nós queremos que ela dure mais do que algumas horas. Deu certo e o aparelho dura muito, muito mesmo. Dois dias seguidos de uso contínuo ainda não é a autonomia de dumb phones que aguentam quase que uma semana, mas é bem melhor.

O melhor de tudo é que a Motorola conseguiu aumentar a autonomia sem deixar de lado o desempenho. O aparelho rodou tudo que testamos. Foram vídeos em alta definição (1080p) e jogos pesados como o Dead Trigger, tudo isso sem um engasgo. Se a compra vale a pena? Sim, vale e muito.