Quando anunciado, o Motorola RAZR logo lembrou o Motorola Atrix, já que possuía um objetivo parecido: lançar mais uma vez “o smartphone mais poderoso do mundo.” Uma das melhores características do Atrix era seu pacote de acessórios, disparado o melhor do momento. Será que a Motorola iria repetir o feito com o RAZR? A resposta curta e direta é: não.

Embora ele tenha mais acessórios que o comum, nem de longe lembra o Atrix. Na caixa temos: carregador de parede, carregador veicular, cabo mini HDMI, cabo micro USB, e um pequeno acessório quer serve para conectá-lo em um monitor ou TV de alta definição. Abaixo todos os acessórios juntos.

O RAZR pode ser considerado hoje um dos smartphones mais poderosos do mundo, e veio para competir com o Samsung Galaxy S2, seu maior rival.

A principal característica dele, sempre destacada pela Motorola, é o material com que ele foi feito. Em um mercado onde vemos a maioria dos smartphones serem produzidos com plástico, o RAZR se destaca por ter sido fabricado com Kevlar.

O Kevlar é uma fibra sintética muito resistente e leve. Para efeito de comparação ela é ate 5 vezes mais resistente que o aço. Ele é usado atualmente, além do RAZR, na fabricação de cintos de segurança, cordas, construções aeronáuticas, velas, coletes à prova de bala, entre outros.

Somado a sua tela Gorilla Glass, que a ajuda a permanecer intacta contra possíveis impactos e riscos, podemos considerar o RAZR um dos celulares mais resistentes no mundo.

Um detalhe interessante é que o RAZR possui proteção contra respingos, até em seus circuitos internos. Isso garante a ele resistência a respingos como ao derrubar café, tomar chuva e etc. Mas notem: ele não é a prova de água.

Na parte frontal do RAZR temos sua tela de 4,3 polegadas e quatro botões sensíveis ao toque. Na lateral direita há o botão de ligar, que por sinal parece muito com o da câmera do Milestone 1 e os 2 botões de volumes. Na outra lateral há apenas um slot com entradas para cartão Micro SD e para Micro SIM Card.

Na parte de cima dele há o conector micro USB e mini HDMI. O acessório que se conecta nele e na TV é plugado ao mesmo tempo nesses conectores.

Na parte de trás temos o logo da marca e a sua câmera. Na parte da câmera o aparelho é mais espesso para acomodar a lente. Exatamente o mesmo que acontece com o S2.

Achei especialmente interessante a parte de trás. O Kevlar é moldável, ou seja, é possível mudar a textura dele. Vocês devem lembrar que toda a linha Milestone possui a parte de trás emborrachada. O RAZR também, mas acreditem: não é borracha e sim Kevlar com textura modificada que se parece, e muito, com borracha.

Ele é um dos smartphones mais bonitos já feitos. A começar por sua enorme tela de 4,3 polegadas de Super AMOLED Advanced com resolução de 540 x 960 pixels, que veio para bater de frente com a consagrada tela do Galaxy S2.

Como ele faz parte da linha Droid da Motorola (Droid RAZR nos EUA) ele traz novamente o estilo “quadradão” comum nessa série. Mas reparem na foto acima que ele tem um pequeno detalhe: todas as suas quinas são levemente chanfradas, quebrando um pouco o visual quadrado.

Bata pegá-lo na mão para ter a primeira surpresa: seu peso. Ele é o segundo Android mais leve da atualidade pesando apenas 127 g, perdendo apenas para seu arqui-rival Galaxy S2, com 116 g. A segunda surpresa: sua espessura. Dessa vez não houve chance para o Galaxy S2, já que o Motorola RAZR consegue ser mais estreito que o rival com apenas 7.1 mm (contra 8.5 mm do S2).

Para completar suas medidas, ele possui 130,7 mm de altura e 68,9 mm de largura. Sim, ele é um aparelho grande, mas devido ao seu peso e espessura não incomoda nada nos bolsos.

As cores são incrivelmente vibrantes e podemos dizer que ela tem a mesma qualidade do Super AMOLED Plus da Samsung, mas com uma resolução maior que o S2 (de 540 x 960 pixels contra 480 x 800 pixels). O contraste é ótimo, dando para perceber que os pretos são realmente pretos não importando o seu ângulo de visão.

A câmera do Motorola RAZR é de 8MPx e consegue fazer fotos com resolução máxima de 3264 x 2448 pixels, possui um flash de LED, auto focus e recurso de estabilização de imagens. Na hora de filmar ele produz vídeos em full HD 1080p a 30fps.

O Motorola RAZR é o primeiro da marca a romper a barreira do 1GHz, com um processador dual-core de 1,2GHz Cortex A9.

A memória RAM é a mesma do Atrix, com 1 GB, mas o RAZR possui o recurso tri-dual, que permite à memória acessar simultaneamente ambos os núcleos do processador. Na prática o RAZR consegue que a memória e o processador se comuniquem mais rapidamente.

Usamos o RAZR como celular principal durante 2 semanas. Podemos perceber em primeiro lugar que embora ele seja um aparelho grande, sua espessura o torna praticamente invisível no bolso da calça, o que é um ponto positivo.

Quanto ao seu acabamento de Kevlar, podemos dizer que ele é de primeira qualidade. A parte de trás que simula um emborrachamento garante uma boa empunhadura ao usá-lo, já que como ele é bem leve e fino, existe risco de queda. Mas não esperem perfeição.

Em alguns dias, reparei que ao deixar o aparelho no bolso junto com chaves, teve um resultado imediato: arranhões. Ainda que tenha uma excelente tela de Gorilla Glass, um arranhão na parte de cima da tela ficou bem exposto, mesmo tendo pouco contato com a chave.

Quanto ao case de Kevlar, embora super resistente, após uma queda de quina novamente deu para reparar uma pequena marca, mas se a mesma queda tivesse acontecido com outro modelo, a sobrevivência dele poderia ter sido colocada em risco.

A qualidade das ligações foi excepcional. O RAZR raramente perdeu o sinal mesmo em lugares fechados onde o LG Optimus 3D, que também estava conosco, apresentou metade da força de sinal. A qualidade do áudio durante as ligações também foi excepcional, com um som cristalino e alto, sem ruídos ou chiados.

Ultimamente é difícil achar um Android com boa câmera, mais difícil ainda se for um Motorola. Todos os Android da Motorola até agora tinham câmeras de baixo desempenho. Até agora.

O Motorola RAZR, embora ainda não tenha um primor de câmera, permite dizer que a Motorola finalmente conseguiu melhorar uma das características mais procuradas hoje em dia.

A câmera do Motorola RAZR produziu boas fotos. Comparado a outros Motorolas, as fotos feitas pelo RAZR apresentaram um baixo nível de ruído e boa nitidez. O ponto negativo foi que as fotos ficaram em geral escuras. Isso é facilmente resolvido aumentando o brilho em qualquer editor de imagens, mas poderia ser melhor.

Abaixo algumas fotos tiradas pelo RAZR e depois pelo Nokia N9 para efeito de comparação.

Já os vídeos impressionaram ainda mais. Tanto em HD 720p como em fullHD 1080p, a qualidade foi ótima e nem de longe se parecem com os vídeos em HD no formato 3GP e cheio de ruídos e travamentos do Atrix.

Obviamente, como acontece com todos os outros celulares, bastou a iluminação diminuir um pouco para a qualidade das fotos e vídeos piorarem bastante. Nesse quesito, os Xperias da Sony com o sensor Exmor R (como o arc e o neo) ainda levam vantagem sobre a concorrência.

Quando falamos em Android hoje em dia, a velocidade com que ele executa as ações é um fator vital. Como o RAZR é um modelo top dos tops, obviamente todos esperam que ele seja muito rápido. Felizmente, ele não desapontou.

Em todas as funções o seu processador de 1,2GHz aliado a memória RAM de 1GB e a tecnologial dual deram conta do recado.

Colocando a multitarefa ao máximo, com até 10 aplicativos abertos – ou quase, já que o Android desliga automaticamente alguns – o RAZR se mostrou bem rápido e em raros momentos apresentou travamentos. Ligado a internet, com a câmera ligada e vários outros aplicativos, ele conseguiu executar com maestria vídeos em 1080p como se não tivesse nada aberto ao mesmo tempo.

Nós acreditamos mais em nossos testes de uso diário, mas os testes de benchmark são úteis para efeitos de comparação. Usando como base o RAZR, o Milestone 3, o Galaxy S2 e o Optimus 3D, realizamos diversos testes populares, como Quadrant, AnTuTu, Nenamark, entre outros. O RAZR ficou com a segunda colocação, sendo superado na maioria dos testes pelo S2.

A verdade é que, se nos testes o S2 leva a melhor, na prática a diferença quase não existe, ou é imperceptível na experiência do usuário.

O RAZR traz um aplicativo nativo da Motorola chamado Smart Actions. A função dele é automatizar várias atividades do aparelho de acordo com parâmetros pré-estabelecidos chamados de “gatilhos”. Após definir os gatilhos, você escolhe quais as ações que o celular irá fazer. Por exemplo: você define que um dos gatilhos é ativado quando você chegar à sua casa (GPS) e como ação você defini que irá desligar o 3G e ativar o WiFi.

Você pode definir diversos gatilhos e ações em apenas uma smart action.

Outro aplicativo é o Motocast. Primeiro você baixa do site da Motorola o Motocast para seu PC ou MAC. Feito isso, basta conectar seu computador e seu RAZR na internet e configurá-los para se conectarem. Depois disso ambos começam a “conversar” entre si, podendo trocar arquivos e até executar por streaming os arquivos do computador no celular.

O melhor do Motocast é que depois de configurado você pode acessar o computador de qualquer lugar do mundo que você esteja, com tudo criptografado e seguro.

O Motorola Atrix usava uma doca multimídia para se conectar a TVs de alta definição. A Motorola abandonou a doca e trouxe no RAZR uma pequena caixa que funciona como extensora do cabo HDMI.

Quando o RAZR é conectado a uma TV ou monitor através da porta HDMI, você tem a opção de utilizar a interface Webtop que mostra na tela uma interface toda modificada parecida com há de um desktop, utilizando o navegador Firefox. Também há a opção de apenas duplicar a tela do celular na TV e a opção de mostrar uma interface somente para os arquivos de mídia como fotos e vídeos, para melhor visualizá-los.

A bateria do RAZR é embutida no aparelho e não é possível trocá-la. Infelizmente, assim como a grande maioria dos irmãos Androids, a bateria continua sendo o calcanhar de Aquiles do aparelho. Usando 3G, WiFi e GPS moderadamente, além da câmera, a bateria durou cerca de 7 horas. Ela foi melhor que os concorrentes Galaxy S2 e Optimus 3D, que usando do mesmo modo não passaram de 5 horas de uso.

O RAZR é um dos melhores smartphones que já testamos, e talvez seja o único que realmente faça frente ao Galaxy S2.