A Asus atualizou a sua linha de smartphones gamer em abril de 2023 e trouxe apenas dois modelos dessa vez para simplificar. Temos o ROG Phone 7 e o 7 Ultimate, sendo o mais avançado que temos agora em mãos para uma completa análise. Será que o celular focado em jogos da Asus ainda é imbatível na jogatina? Vamos conferir.

O ROG Phone 7 Ultimate vem em caixa grande e exótica que mais parece um objeto alienígena. Além do celular, você recebe os seguintes acessórios:

• Carregador com 65W de potência
• Cabo USB no padrão C
• AeroActive Cooler
• Guia do usuário
• Capinha de plástico rígido
• Chavinha da gaveta do SIM Card
• Case para guardar acessórios

O design do ROG Phone não mudou muito comparado ao antecessor, pelo menos se formos comparar o Ultimate dessa geração com o ROG Phone 6 Pro. Ainda há a pequena tela na traseira que serve para exibir animações e algumas informações, assim como o bloco de câmeras na horizontal que teve apenas pequenos retoques para ganhar um ar mais moderno.

As medidas não mudaram e nem mesmo o peso. A construção segue igual ao modelo anterior com corpo de alumínio e traseira em vidro fosco com proteção Gorilla Glass 3. O ROG Phone 7 Ultimate foi lançado apenas na cor branca com pequenos detalhes em preto, enquanto o ROG Phone 7 tradicional pode ser encontrado em opção preta com detalhes em vermelho.

A pequena tela exibe seis tipos de cenários, podendo ser acionada quando uma ligação é recebida ou quando a bateria é recarregada, além de outros. O usuário pode customizar as animações escolhendo entre 60 novas opções na loja da Asus ou criar suas próprias com o editor que vem no celular. Também é possível deixar uma imagem estática, caso ache mais interessante.

Além do visual diferenciado do ROG tradicional, a versão Ultimate se destaca por conta do AeroActive Portal, uma pequena porta motorizada que fica próxima da borda do aparelho. Ela abre automaticamente quando você conecta o AeroActive Cooler. Por ela é possível ver pequenas aletas conectadas a uma câmara de vapor que ajudam a dissipar o calor que vem do chipset.

Claro que isso gera uma certa preocupação já que é um mecanismo que pode apresentar defeito futuramente. A Asus alega que o AeroActive Portal foi projetado para suportar 40 mil ciclos de abertura e fechamento, o que deve garantir que você não terá problemas durante a vida útil do celular. O mecanismo usa metal líquido, como vimos anteriormente no Zenfone com câmera motorizada.

O acionamento é tão prático que você nem verá a pequena porta abrindo e fechando, já que todo o processo é coberto pelo AeroActive Cooler. Além disso, é admirável ver que os engenheiros da Asus conseguiram manter a certificação IP54, que pode não ser das mais avançadas, mas garante que se alguns respingos de água caírem enquanto o AeroActive Portal está em uso, não causará algum problema ao ROG Phone 7 Ultimate.

Alguns acessórios do ROG 6 funcionam no ROG 7 Ultimate, como o AeroActive Cooler da geração passada, o gamepad Kunai 3 e o ROG Clip; porém o novo acessório que vem com essa geração não funciona com o modelo antigo.

E por falar no acessório que vem com o ROG Phone 7 Ultimate, temos a promessa de redução de até 25 graus na temperatura da traseira, enquanto o AeroActive Cooler também sopra um pouco de ar na parte frontal do aparelho e ajuda a reduzir a temperatura do vidro em até 8 graus. Ainda há um pequeno subwoofer incluso no acessório que a Asus promete aprimorar em 77% a presença de graves.

Esses acessórios são conectados e alimentados pela Side Port que fica na lateral esquerda do celular. É uma porta USB-C com maior velocidade de transferência que permite passar vídeos em 4K a 30 Hz via DisplayPort 1.4. Ao lado temos dois pequenos conectores de metal que são usados apenas por alguns acessórios.

É bom ver que a entrada para fones de ouvido continua presente e está localizada na parte inferior próxima da outra porta USB-C. A parte frontal continua com as bordas de antes e devido a isso não traz qualquer tipo de entalhe para a câmera de selfies. O vidro frontal segue com proteção Gorilla Glass Victus e o leitor biométrico está sob o display e usa tecnologia óptica que reconhece rapidamente a digital.

A gaveta para cartões SIM continua com tom azul para se diferenciar do restante do corpo do aparelho. E assim como antes, não traz slot para cartões microSD. O Wi-Fi é de sétima geração com três antenas internas que garantem excelente sinal e baixa latência. As demais especificações em conectividade incluem Bluetooth 5.3, NFC e 5G.

O ROG Phone 7 Ultimate traz tela de 6,78 polegadas com resolução Full HD+ e painel AMOLED de 165 Hz com sensor de toque que responde a 720 Hz, o que garante menor latência no tempo de resposta que qualquer outro celular top de linha do mercado. O painel é produzido pela Samsung e usa o padrão de tecnologia E4.

A tela é capaz de alcançar excelente nível de brilho, especialmente com conteúdo em HDR. Ela pode não superar os melhores do mercado, como o iPhone 14 Pro Max, mas garante boa visibilidade mesmo em uso direto sob luz solar. Nesta geração é possível converter em tempo real conteúdo SDR em HDR para aproveitar ao máximo o brilho da tela.

O ROG vem com vários perfis de calibração e o nativo tende para cores mais saturadas que exageram os tons vermelhos para dar maior vivacidade às imagens. Há o modo Cinemático para algo mais próximo ao que vemos no cinema e também um Padrão que reduz ao máximo qualquer saturação. O usuário também pode calibrar as cores como desejar.

A Asus alega que a tela do ROG Phone 7 Ultimate possui tempo de resposta de apenas 23 ms quando está no modo 165 Hz. Nem todas as fabricantes informam tais detalhes, mas sem dúvidas este é o celular que apresenta o menor atraso entre um comando dado e a resposta na tela em tempo real ao jogar. No modo automático, a tela alterna entre 60, 90, 120, 144 e 165 Hz para economizar bateria nos momentos necessários.

A Asus sempre caprichou na parte sonora da linha ROG e com o 7 Ultimate não é diferente. Temos os mesmos alto-falantes do ROG Phone 6 Pro, porém agora com encapsulamento tridimensional que junto com o Dirac Virtual Bass garantem um ganho de 50% na profundidade dos graves comparado à geração anterior.

A potência está entre as melhores que já vimos com zero distorção com o volume no máximo e excelente equilíbrio entre graves, médios e agudos. Ao usar o subwoofer do AeroActive Cooler temos graves ainda mais intensos que vão agradar os gamers com explosões mais realistas em jogos e batidas mais fortes em músicas.

A entrada para fones de ouvido possui amplificador dedicado e a tecnologia Dirac Virtuo que amplia o palco sonoro e expande a imersão com fones de ouvido profissionais explorando toda a potência de seus drivers.

O ROG Phone 7 e 7 Ultimate vêm equipados com Snapdragon 8 Gen 2 em configurações com até 16 GB de RAM e armazenamento de até 512 GB do tipo UFS 4.0 para o máximo de desempenho.

Ele foi um pouco mais ágil em nosso teste de velocidade focado no multitarefas, mas não chega a superar o Galaxy S23 Ultra e fica bem abaixo do iPhone 14 Pro Max. É curioso ver que mesmo com seu sistema de dissipação térmica super avançado, o software da Asus ainda amarra um pouco o desempenho do celular. Pelo menos em benchmark ele passa o rival da Samsung e chegou perto de bater 1 milhão e 200 mil pontos no AnTuTu com o Modo X ativado.

E o desempenho em jogos? Todos os games que testamos rodaram suave na qualidade gráfica máxima com todos os extras ativados. Há o Modo X que está mais inteligente nessa geração e faz melhor uso de cada núcleo individualmente do processador para evitar desgaste de energia e aquecimento excessivo enquanto aprimora o desempenho ao jogar.

Os botões ultrassônicos do AirTrigger continuam presentes na linha ROG e não sofreram mudanças desde o que foi visto na geração anterior. Eles continuam na lateral direita próximos dos cantos e possuem marcações em baixo relevo para que você os encontre facilmente durante a jogatina.

A usabilidade é a mesma desde o ROG Phone 3. Você pode configurar os gatilhos para reagir a comandos diferentes quando você pressiona toda a área ou apenas metade, assim como o que acontece ao segurar por muito tempo ou deslizar seu dedo. O software vem com mapeamentos padrão para os gatilhos, mas você pode configurar os seus próprios com até 14 opções diferentes.

Há também quatro gatilhos no AeroActive Cooler. Você pode mapeá-los em jogos que tenham suporte a controles externos. A jogabilidade fica mais prazerosa do que usar os botões ultrassônicos no topo, especialmente para quem tem mãos maiores.

A bateria é a mesma de 6.000 mAh das últimas gerações e está dividida em duas partes para reduzir o desgaste no carregamento, assim como evitar aquecimento excessivo enquanto o celular está na tomada.

O ROG Phone 7 Ultimate impressionou em nosso teste padronizado ao passar das 38 horas de uso moderado. Ele fica muito acima de qualquer outro celular top de linha e entra para o top 3 dos melhores no geral. Comparado ao antecessor tivemos um ganho de quase 30%, o que é impressionante considerando o mesmo tamanho de bateria.

O carregador de 65W é o mesmo de antes e demora 50 minutos para encher a bateria. Em uma carga rápida de 15 minutos temos em média 40% recuperados que chegam a quase 80% com meia hora na tomada.

Câmera nunca foi o ponto forte de qualquer celular gamer e o ROG Phone 7 Ultimate traz o mesmo conjunto da geração passada formado por sensor principal de 50 MP, ultra-wide de 13 MP e macro de 2 MP. A principal usa o sensor IMX766 da Sony, o mesmo que encontramos em diversos celulares chineses. A parte decepcionante fica para a ausência de OIS, o que deve limitar a estabilização e o desempenho fotográfico noturno.

A geração passada apresentou um bom salto em câmera, já a nova não traz muito de novo. Como temos o mesmo conjunto de antes, as melhorias foram feitas apenas via software. O ROG Phone 7 Ultimate é incapaz de competir com celulares top de linha em câmera. No melhor dos casos, ele fica no mesmo nível de muitos intermediários.

Principal | Ultra-wide

Isso não quer dizer que o celular gamer da Asus decepcione em fotos. Ele consegue registrar boas imagens com cores próximas da realidade, boa nitidez e poucos ruídos. O principal problema está na faixa dinâmica limitada e o HDR pouco eficiente que não compensa o excesso de luz de fundo e temos fotos escuras no fim de tarde.

A ultra-wide apresenta as mesmas cores da principal. Apesar de ter boa nitidez, o contraste inferior deixa algumas partes com cores lavadas. Além disso, como os ruídos são mais aparentes, temos fotos um pouco granuladas. Essa câmera não sofre tanto quanto em muitos celulares ao fotografar à noite e o modo noturno realmente faz uma grande diferença. A principal também consegue fotos limpas e com boas cores.

Noturno

O zoom é apenas digital e tem pouca perda de qualidade quando limitado até 2x. O ROG Phone permite aproximar em até 8x, mas a qualidade cai bastante e as fotos ficam praticamente descartáveis. A macro, por outro lado, tem potencial para registrar boas fotos; só poderia ter uma distância focal mais curta para permitir chegar mais perto.

Zoom

Macro

A única câmera que recebeu upgrade nessa geração foi a frontal que agora traz um sensor de 32 MP da OmniVision. Isso garante maior nitidez nas selfies, apesar de não ter o mesmo nível de detalhes que os melhores da Samsung e Apple. As cores são boas, assim como o tom de pele natural.

Selfies

A filmadora grava no máximo em 8K a 24 fps, o que é estranho considerando que outros celulares com Snapdragon 8 Gen 2 filmam nessa resolução a 30 fps. Pelo menos temos ótima qualidade de filmagem com cores saturadas e muitos detalhes. Há estabilização eletrônica eficiente mesmo na resolução máxima, enquanto o foco é ágil em qualquer opção escolhida. O som tem boa qualidade, enquanto a filmadora frontal apresenta muitos ruídos em filmagens noturnas.

O ROG Phone 7 vem com Android 13 modificado pela ROG UI. A Asus promete duas atualizações do robozinho com quatro anos de updates de segurança do sistema. No momento em que testamos, ele estava um pouco desatualizado neste ponto e a Asus também nunca foi uma empresa ágil em atualizações.

A interface vem toda customizada para aprimorar o apelo gamer do ROG e o usuário pode alternar para uma interface mais limpa, próxima do Android puro, como temos na linha Zenfone. Por padrão, ele vem com tema escuro que não apenas combina com o apelo gamer como também ajuda a economizar bateria.

O menu lateral Game Genie que surge quando abrimos um jogo traz o mesmo layout visto na geração passada. Neste menu é possível travar notificações e chamadas para que sua jogatina não seja atrapalhada. Temos informações sobre o uso do processador e GPU, assim como até uma estimativa de quanto tempo resta da bateria. Há novos recursos baseados em IA com dicas de jogatina e que fazem capturas automáticas de momentos importantes.

E temos também o Armoury Crate presente mais uma vez. Aqui é a central de jogos do ROG Phone 7, onde você pode criar perfis e customizar os gatilhos e demais comportamentos do celular para cada título separadamente. É aqui que você também pode customizar as animações da tela secundária na traseira.

No próprio aplicativo onde você customiza o Modo X é possível encontrar uma seleção de jogos recomendados pela própria Asus. Eles são divididos em categorias com games que tiram proveito da tela de 165 Hz, enquanto outros que vão até 144 Hz, os que rodam apenas a 120 Hz e assim por diante. Há uma categoria dedicada ao gamepad da Asus e também aos AirTriggers do ROG.

O ROG Phone 7 Ultimate é superior aos melhores celulares da Apple e Samsung? Ele traz tela com taxa de atualização mais veloz e tem som mais potente com graves profundos além do que temos no Galaxy S23 Ultra. Enquanto o celular gamer da Asus ganha em bateria e tempo de recarga, o da Samsung leva a melhor em desempenho multitarefas, câmeras e suporte a atualizações do Android.

O iPhone 14 Pro Max ganha em nível de brilho, mas o ROG supera em fluidez da tela. Em potência sonora eles ficam bastante próximos, porém o da Asus agradará mais os audiófilos. O modelo da Maçã ganha em desempenho multitarefas e câmeras, mas perde em bateria e tempo de recarga.