Temos o melhor iPhone já feito pela Apple em mãos. Pelo menos é o que a Maçã alegou no lançamento de seu novo topo de linha. Isso não quer dizer que o modelo de 2023 traga avanços maiores do que foi visto nas últimas gerações, mas apenas refinamentos que o torna um melhor produto e possivelmente elimina pequenos problemas vistos no antecessor. Será que esse é realmente o melhor celular já feito pela Apple? Vamos descobrir.

O iPhone 15 Pro Max vem na mesma caixa pequena do seu antecessor e continua pobre em acessórios:

• Cabo no padrão USB-C em ambas as pontas
• Chavinha para a gaveta do SIM card
• Guia básico de uso

A maior novidade nesta geração em termos de design e construção é o novo corpo feito em titânio usado em aeronaves que dá ao aparelho uma das melhores relações resistência-peso de qualquer metal.

E o que o usuário ganha com isso? Primeiramente um celular mais leve com as mesmas medidas de antes. Tudo graças às ligas do metal que possuem característica de baixa densidade. Além disso, há uma maior resistência à tração e corrosão, o que deixa o iPhone 15 Pro mais durável.

Com um celular mais leve em mãos, você sentirá um maior conforto no manuseio. As laterais, agora com acabamento fosco, melhoram a pegada ao deixar o celular menos escorregadio. O lado ruim é que o titânio tende a sujar com maior facilidade e isso pode incomodar alguns.

A traseira em vidro com acabamento fosco feito pela fabricante do Gorilla Glass ainda segue presente para resistir a impactos e a certificação IP68 continua incorporada ao aparelho para garantir resistência contra água e poeira. Neste ponto, a Apple ainda está além das rivais com Android ao prometer que seus celulares suportam também mergulhos de até 6 metros por no máximo 30 minutos.

O iPhone 15 Pro Max veio em quatro opções de cores e todas ostentam o nome titânio mudando entre as tonalidades cinza, branco, azul e preta. Visualmente não há diferenças quando olhamos a traseira dos modelos das duas últimas gerações, mas alguns testes de queda que você encontra no YouTube mostram que a mudança do acabamento na verdade deixou o novo celular da Maçã mais frágil a impactos. Neste caso, uma capinha se torna mais importante do que nunca.

Passando para a parte frontal do iPhone temos o mesmo entalhe da geração passada em formato de pílula, que a Apple chama de Ilha Dinâmica. O vidro frontal ainda vem com a grife Ceramic Shield da Apple e os testes mostraram que ele é mais resistente a impactos que o traseiro.

Talvez a maior mudança nesta geração seja a conexão USB-C. Depois de anos investindo na conectividade própria Lightning, a Apple se viu obrigada a mudar para o padrão adotado pelas demais fabricantes por conta de leis estabelecidas pela União Europeia. Agora você pode usar um carregador de Android para recarregar seu iPhone.

Nas demais especificações em conectividade temos de novidade o Wi-Fi de sexta geração agora no padrão 6e. Bluetooth segue na versão 5.3, além de NFC e suporte a 5G como já tínhamos. O carregamento sem fio segue limitado a 15W com acessórios MagSafe e 7,5W com demais carregadores, além de carregamento reverso a no máximo 4,5W.

O iPhone 15 Pro Max traz as mesmas especificações de tela do seu antecessor. Temos um painel grande do tipo Super Retina XDR OLED com 6,7 polegadas com resolução de 1290 x 2796 pixels. A taxa de atualização vai até 120 Hz com tecnologia LTPO que reduz a velocidade a no mínimo 1 Hz para economizar bateria com conteúdo estático.

Pequenos avanços foram feitos e o novo painel consegue alcançar brilho ainda maior que o antecessor, apesar da diferença ser pequena. Ainda assim impressiona e garante ótima visibilidade em dias ensolarados. Há suporte a HDR10 e Dolby Vision com ampla gama de cores e tons precisos que garantem ao iPhone 15 Pro Max uma excelente tela para entretenimento.

A Apple não fez mudanças na parte sonora do seu celular. Temos os alto-falantes de antes com o secundário sendo o de chamadas no topo da tela. A potência sonora é tão boa quanto antes e a qualidade sonora impressiona com áudio rico em graves, médios e agudos.

Depois de anos requentando o nome Bionic em seus chipsets, eis que a Apple finalmente abandonou a nomenclatura e lançou seu novo chip como A17 Pro. O que ele tem de novidade? Primeiramente, o hardware é fabricado em 3nm, um processo mais avançado que reduz o consumo de energia e aquecimento.

Ele é formado por CPU e GPU de seis núcleos com a promessa de salto considerável em desempenho. No entanto, não foi bem isso que vimos em nosso teste de velocidade focado no multitarefas. Mesmo agora com 8 GB de RAM, o 15 Pro Max foi mais lento até mesmo que o iPhone 11 Pro Max lançado em 2019. O que deixará o iPhone 12 Pro Max por mais um ano reinando como o celular mais rápido da Maçã que testamos.

Talvez o problema esteja no alto aquecimento que também impacta alguns benchmarks como o GeekBench que registrou pontuação inferior ao 14 Pro Max no teste com todos os núcleos do processador em uso. Pelo menos no AnTuTu tivemos uma pontuação maior com 350 mil pontos em média a mais do que antes.

A Apple garante que o A17 Pro entrega desempenho de consoles em jogos com uso da tecnologia Ray Tracing. A empresa fechou parceria com vários estúdios para trazer jogos da atual geração para seu celular e o primeiro deles foi o Resident Evil Village que roda bem no iPhone 15 Pro Max com controles dedicados para a tela sensível ao toque. Também teremos Assassin's Creed Mirage e outros em breve.

Ele pode até não ser capaz de rodar games de console e PC na qualidade máxima com fluidez impecável, mas em jogos para o iOS temos o melhor desempenho possível como em Call of Duty e PUBG. De qualquer forma, isso mostra que a Apple está querendo elevar o patamar na jogatina mobile e quem sabe até competir com Steam Deck e ROG Ally futuramente.

O novo celular da Maçã trouxe um pequeno ganho de bateria, agora com pouco mais de 4.400 mAh. Esse valor representa um ganho abaixo de 3%, o que pode parecer pouco para alguns, mas temos que levar em consideração que o novo hardware é mais eficiente.

E isso ficou claro em nosso teste padronizado de bateria com o iPhone 15 Pro Max chegando a 32 horas de autonomia em uso moderado, enquanto o modelo anterior ficou abaixo das 27 horas. Ele também fica acima da média do segmento e bate os seus principais rivais.

O iPhone ganhou porta USB, mas continua vindo sem carregador. A Apple alega que ele suporta até 20W via cabo e em nossos testes tivemos que esperar quase 2 horas para ter a bateria cheia, o que é algo bem lento considerando a faixa de preço. Pelo menos em uma carga rápida de 15 minutos já terá um terço da bateria para usar, o que rende bastante.

O conjunto fotográfico no iPhone 15 Pro Max segue com conjunto de três câmeras como visto em seu antecessor. O sensor principal é o mesmo de 48 MP com a segunda geração do sistema de estabilização da Apple, mas agora é capaz de capturar imagens na resolução máxima em arquivos com menor perda de compressão para maior qualidade, além de níveis de zoom que simulam lentes de 28mm e 35mm para uma flexibilidade superior.

A câmera teleobjetiva de 12 MP recebeu upgrade e agora tem zoom óptico máximo de 5x graças ao sistema com lente periscópio que absorve luz em quatro direções diferentes, o que a Apple promete ter as fotos mais claras do segmento. Enquanto a ultra-wide traz o mesmo sensor de 12 MP de antes, mas agora com lente com melhor resistência anti-reflexiva que melhora o HDR e o modo noturno.

Principal | Ultra-wide

O novo iPhone agora captura imagens em 24 MP por padrão, diferente do antecessor que comprimia quatro pixels em um para uma imagem final de 12 MP. Essa mudança permite ao 15 Pro Max registrar mais detalhes, especialmente de vegetação. Claro que você pode alterar nas configurações para voltar para os 12 MP de antes ou mesmo capturar fotos na resolução máxima.

No geral, as fotos saem com ótima nitidez, poucos ruídos e bom contraste. Como é padrão da Apple, o algoritmo tende a pesar um pouco no pós-processamento e as cores ficam mais próximas da realidade com saturação bem controlada. Se você prefere fotos com cores mais vibrantes, só escolher um dos perfis no aplicativo de câmera.

Zoom

A nova teleobjetiva faz bem o seu trabalho e garante fotos nítidas com zoom em 5x. A Apple oferece uma opção de zoom digital sem perdas em 2x que usa a resolução máxima do sensor para fazer um recorte central. Se você tentar ir além do alcance da câmera teleobjetiva, então terá uma perda considerável em nitidez e contraste.

A ultra-wide registra ótimas fotos e fica próxima do que é capturada pela principal, especialmente em cores e contraste. Claro que por ter uma menor abertura focal e um sensor menos avançado, temos limitações em cenários com pouca luz. O modo noturno da Apple é mais sutil que o de outras marcas que tentam deixar as fotos mais claras e saturadas.

Noturno

A câmera frontal de 12 MP segue sem novidades, mas é bom ver que o foco automático e a estabilização óptica ainda seguem presentes, algo que nem todo celular topo de linha possui. Essa câmera continua sendo o grande ponto forte da Apple e o iPhone 15 Pro Max registra ótimas selfies com efeito retrato que impressiona. Ainda é comum ver que o celular tende para tom de pele mais quente, mas pelo menos não aplica nenhum efeito suavizante.

Selfies

Não foi dessa vez que o iPhone ganhou filmagens em 8K, mas pelo menos as quatro câmeras gravam a no máximo 4K a 60 quadros por segundo. A Apple sempre se destacou em vídeos, especialmente em estabilização de imagem. Aqui temos um celular que filma com alta qualidade e possui foco ágil com captura de som limpa.

Novo iPhone, novo iOS. O 15 Pro Max vem com a versão 17 do sistema da Maçã que traz algumas novidades como o novo modo Standby, maior customização dos contatos, compartilhamento de senhas com amigos, melhorias no aplicativo de Mapas para uso sem internet e novos widgets.

O novo modo Standby entra em ação quando você coloca o iPhone para recarregar em posição de paisagem. Ele ativa o Always-on para exibir um grande relógio e calendário. Também exibe notificações com direito a versão noturna com interface vermelha para reduzir o incômodo visual caso você acorde no meio da noite.

Um dos benefícios na troca da porta Lightning pela USB é que a velocidade de conexão subiu para 10 Gbps, garantindo suporte ao Display Port. Com isso, você pode espelhar a tela do iPhone 15 Pro Max em monitores ou TVs compatíveis com imagem sendo reproduzida em 4K.

A Apple também removeu aquele slider silenciador clássico dos iPhones e no 15 Pro Max temos um Botão de Ação. Você pode abrir rapidamente a câmera, ligar a lanterna, criar um recado de voz ou escolher qualquer atalho que achar interessante ao segurar neste botão.

Como deve ter percebido, o iPhone 15 Pro Max não trouxe avanços em todas as áreas como alguém poderia esperar de um celular topo de linha que tem preço bastante salgado, especialmente no Brasil. E com isso surge a dúvida: será que vale a pena ou há opções melhores?

iPhone sempre foi sinônimo de velocidade, mas nesta geração ele não fica acima da concorrência, pelo menos não do Galaxy S23 Ultra que teve o mesmo desempenho em nosso teste de velocidade focado no multitarefas. A vantagem do 15 Pro Max está em rodar jogos que o da Samsung não consegue, como Resident Evil Village. A bateria do Galaxy dura um pouco a menos, mas recarrega quase na metade do tempo. Em tela, som e câmera os dois competem bem com vantagem para Samsung em zoom.

O mais avançado da Motorola que chegou ao mercado nacional este ano foi o Razr 40 Ultra. Ele tem o diferencial de ser um celular dobrável, algo que a Apple ainda não investiu até o momento, mas fica atrás do modelo da Maçã em muitos pontos. Seu desempenho é mais lento, a bateria dura bem menos e as câmeras são mais básicas. Por outro lado, ele te dá a flexibilidade de usar o conjunto traseiro para selfies, vem com tela maior com taxa de atualização superior e há o Ready For para usar o celular como PC ligado a um monitor ou TV.

Pontos fortes

• Experiência multimídia exemplar
• Roda jogos a nível de console
• Ótima duração de bateria
• Câmeras de qualidade

Pontos fracos

• Desempenho abaixo do antecessor
• Esquenta além do normal
• Demorado tempo de recarga