E temos em mãos um dos lançamentos mais importantes do ano, o iPhone 14. Para quem esperava fortes mudanças nesta geração, vai ficar decepcionado. O novo celular da Maçã tem o mesmo design de antes, assim como manteve boa parte de sua configuração. O salto este ano foi tão pequeno que ele poderia ter sido lançado como iPhone 13s, o que pode ser uma jogada esperta da Apple para forçar os consumidores a pagarem mais caro no iPhone 14 Pro que traz maiores novidades.

O iPhone 14 vem na mesma caixa pequena do seu antecessor e continua pobre em acessórios:

• Cabo no padrão USB-C em uma ponta e Lightning na outra
• Chavinha para a gaveta do SIM card
• Guia básico de uso
• Adesivo da Maçã

O design do iPhone 14 é idêntico ao do seu antecessor, seja na aparência ou nas medidas. O novo modelo pode ser encontrado no mercado nas cores azul, roxa, preta, branca e vermelha. A qualidade de construção é tão boa quanto antes com estrutura de metal reforçado coberto por duas placas de vidro com resistência a impactos e riscos.

Há proteção IP68 com a promessa de sobreviver a até 6 metros de profundidade, além de resistência contra poeira. Os componentes internos foram reorganizados para facilitar reparos, o que não apenas facilita para quem gosta de realizar consertos por contra própria como também reduz os gastos na hora de uma manutenção.

Enquanto o iPhone 14 Pro estreia a Ilha Dinâmica, nome dado ao novo entalhe, no iPhone 14 padrão temos o tradicional recorte de antes. Neste encontramos a câmera principal, que agora tem suporte a foco automático, além dos sensores responsáveis pelo Face ID. O desbloqueio facial é tão ágil e eficiente quanto antes.

Olhando para as laterais encontramos o botão de energia do lado direito, e os dois de controle de volume, o slider para silenciar o aparelho e a gaveta para único chip do lado esquerdo. É bom lembrar que o iPhone 14 foi lançado nos EUA sem a gaveta para chip físico e só aceita linha por eSIM. Enquanto no Brasil é possível ter duas linhas digitais ou uma eSIM mais o chip físico.

Na parte inferior há apenas a usual entrada Lightning que continua limitada à velocidade de conexão de 480 Mbps do padrão USB 2.0. Além disso, temos um dos microfones e alto-falante na parte inferior.

Na parte de conectividade temos de novidade o suporte a envio de mensagens SMS via satélite. É uma novidade que deverá ser adotada por fabricantes de celulares Android e permite que os usuários possam enviar mensagens mesmo quando fora da cobertura da rede de sua operadora.

O Bluetooth também foi atualizado e temos a versão 5.3, enquanto as demais tecnologias são as mesmas do antecessor, incluindo Wi-Fi de sexta geração, NFC e 5G. O carregamento sem fio continua limitado a no máximo 15W com uso de acessórios MagSafe.

O iPhone 14 traz uma tela Super Retina XDR OLED de 6,1 polegadas com resolução de 1170 x 2532 pixels. É basicamente o painel usado no modelo anterior e entrega o mesmo nível de brilho, cores e ângulo de visão. Ele não vai impressionar na luminosidade de sua tela, mas consegue entregar boa visibilidade mesmo ao sol.

Assim como acontece no modelo de antes, o novo não traz o brilho extra quando no automático e fica abaixo do Pro em luminosidade. Pelo menos ele impressiona na calibração com cores bastante próximas da realidade e tem suporte a HDR10 e Dolby Vision para aproveitar bem serviços como Netflix ou mesmo YouTube.

Só é uma pena que o painel adotado ainda seja de 60 Hz, enquanto há fabricantes Android trazendo celulares de entrada com tela de 90 Hz. Se você busca por maior fluidez ao navegar e jogar, terá que pagar mais caro no iPhone 14 Pro.

Se a tela não evoluiu, a parte sonora também segue o mesmo caminho. Não que isso seja algo ruim, afinal o iPhone 13 manda bem na parte sonora. O novo também usa o alto-falante de chamadas acima da tela como canal secundário e tem suporte a áudio espacial para uma experiência mais imersiva.

A potência é a mesma de antes e está acima de rivais como o Galaxy S22. A qualidade sonora impressiona com o excelente equilíbrio entre graves, médios e agudos. O iPhone 14 é um ótimo celular para o consumo de mídia, seja filmes ou músicas.

A Apple decidiu usar chips diferentes entre os seus celulares este ano. As versões Pro trazem o novo A16 Bionic, enquanto o iPhone 14 ficou com o A15 Bionic da geração anterior. Pelo menos agora temos a versão com GPU com cinco processadores gráficos e não o mesmo chip gráfico do iPhone 13, o que deve garantir um pequeno salto em jogos.

Outro ponto que evoluiu foi na quantidade de RAM. O iPhone 14 traz 6 GB de memória, sendo 2 GB a mais que seu antecessor, o deixando alinhado com os modelos mais caros. E como isso implica no desempenho real? Fizemos o nosso usual teste de velocidade focado no multitarefas, mas o novo praticamente empatou com o antecessor. Não que seja algo ruim, já que ele é rápido e segura bem todos os apps em segundo plano.

Também não temos um salto em benchmarks e no caso do AnTuTu conseguimos pontuação próxima dos 800 mil. É aqui onde o iPhone 14 se distancia dos modelos mais caros por terem um hardware mais potente e atual. De qualquer forma, o novo iPhone ainda tem fôlego para enfrentar os lançamentos Android de 2022.

E nos jogos? Todos os games que testamos rodaram na qualidade gráfica máxima com excelente fluidez. Por mais que você não receba o processador mais atual da Apple, ainda terá hardware potente para lidar com qualquer jogo para iOS por alguns anos.

A bateria do iPhone 14 é um pouco maior: temos aqui 3.279 mAh contra 3.240 mAh do antecessor. O que esperar da autonomia diante da mesma tela e chip de antes? Curiosamente, o novo iPhone acabou rendendo um pouco mais em nosso teste padronizado, o que mostra que o software foi afinado para fazer melhor uso do hardware antigo.

A Apple não ampliou o suporte a carregamento do iPhone e ainda temos que esperar mais de 1 hora e meia para ter a bateria cheia. Outras empresa já apostam em carregamento rápido até mesmo em celulares intermediários que leva um terço disso para chegar a 100%.

Uma recarga rápida de 15 minutos recupera 27% de bateria e chega a 58% com meia hora na tomada, o que já é suficiente para mais de 10 horas de uso moderado com alguns jogos.

O iPhone 14 segue com duas câmeras na traseira, assim como seu antecessor. Pode parecer que a câmera de 12 MP é a mesma de antes, mas o sensor foi herdado do iPhone 13 Pro, que possui pixels maiores e abertura focal mais ampla para capturar mais luz em fotos à noite. A ultra-wide, por outro lado, é exatamente a mesma de antes.

A vantagem de carregar hardware mais antigo é que a empresa teve tempo suficiente para otimizar o software e fazer o melhor uso possível do sensor de 12 MP. A Apple segue apostando em cores mais naturais, enquanto outras marcas amam saturar as fotos para deixar tudo mais vibrante e artificial.

Principal | Ultra-wide

Em capturas diurnas terá imagens nítidas e sem ruídos com HDR bem calibrado que sabe o momento certo de equilibrar luz e contraste. Comparado ao antecessor, pouco mudou, e isso já era esperado diante do novo sensor ter maior foco em fotos noturnas. O desfoque de cenários age de forma quase impecável e este sempre foi um dos pontos fortes da Apple.

Zoom

Não há câmera teleobjetiva, então você terá que se contentar com zoom apenas digital. Se não passar de aproximação de 2x terá ótimas fotos em qualquer situação. Para quem curte fotografar paisagens distantes, é melhor investir no 14 Pro que tem câmera dedicada para isso.

Desfoque

A ultra-wide entrega qualidade similar ao iPhone 13. É uma pena que não tenhamos foco automático para ajudar em macros, como nas versões Pro. A qualidade das fotos é boa com cores próximas da câmera principal, mas a nitidez é inferior devido ao sensor mais simples. Isso fica mais nítido em vegetações, onde dependendo da complexidade peca nas texturas e contraste.

Macro

As pequenas mudanças na câmera fazem com que o iPhone 14 seja melhor ao fotografar à noite com imagens um pouco mais nítidas. O modo noturno é eficiente e sempre reconhece quando precisa ser ativado automaticamente. A ultra-wide sofre mais em cenários escuros e apresenta bordas escuras e com queda na nitidez, mas ainda é capaz de registrar boas fotos.

Noturno

Talvez o maior avanço no novo conjunto fotográfico do iPhone esteja na sua câmera frontal de 12 MP. Agora traz foco automático, o que é uma boa adição para blogueiros e pessoal viciado em gravar vídeos para o TikTok.

Selfies

Selfies sempre foram o forte do iPhone e o novo continua acertando no tom de pele, cores, nitidez e contraste. O modo noturno também ativa quando necessário para salvar suas selfies da escuridão e o modo retrato faz um excelente efeito.

O iPhone 14 é capaz de gravar vídeos em 4K a no máximo 60 fps com as suas três câmeras. Há estabilização eletrônica em todas, enquanto a principal ainda traz estabilização óptica para reduzir ao máximo os tremidos. Há a possibilidade de filmar com Dolby Vision, além do modo cinemático que desfoca o fundo. A qualidade no geral é ótima, o foco é ágil e a captura de som é bastante limpa.

O iPhone 14 vem com o iOS 16 e traz pequenas novidades para o sistema da Maçã, como melhorias na tela de bloqueio, gerenciamento de notificações, novo app de mensagens, aprimoramento do controle de privacidade, além de outros.

Parte das novidades que estrearam com o iOS 16 são exclusivas dos iPhone 14 Pro e 14 Pro Max por conta da Ilha Dinâmica, o novo entalhe que não fica preso à borda da tela. O sistema apresenta animações e apps que também usam tal espaço para exibir informações sobre músicas, tempo, entre outros.

O iOS 16 também vem com Always-on Display completo, porém apenas disponível nos modelos mais caros por conta da tela do tipo LTPO que permite ficar ligada sem devorar tanto da bateria. Como o iPhone 14 traz um painel mais simples, ele acabou ficando sem este recurso.

No geral, a maior parte dos recursos é a mesma entre os modelos, assim como em iPhones mais antigos que receberam o iOS 16. O sistema flui bem, é rápido na abertura de apps e jogos, apresenta ótima otimização para redes sociais e garante updates por pelo menos cinco anos.

O iPhone continua sendo um bom smartphone top de linha e segue dando trabalho para seus concorrentes. O seu principal rival é o Galaxy S22 que perde em desempenho, bateria e qualidade sonora, mas ganha na tela com taxa de atualização de 120 Hz e no menor tempo de recarga. Em câmera, os dois ficam próximos com cada um se destacando em pontos diferentes.

Temos o Edge 30 Pro que entrega desempenho próximo do iPhone no multitarefas e até o supera em alguns benchmarks. Ele também perde na parte sonora, porém entrega fluidez muito superior com sua tela de 144 Hz, o que garante alguns jogos rodando acima dos 60 fps do iPhone. Sua bateria dura menos, mas recarrega muito mais rápido. As câmeras não chegam a competir com o modelo da Apple, apesar de capturar boas fotos.

Pontos fortes

• Ótima experiência multimídia
• Desempenho ágil
• Boa autonomia de bateria
• Ótimas câmeras

Pontos fracos

• Mesmo design de sempre
• Tela com taxa de atualização de 60 Hz
• Tempo de recarga
• Preço salgado para poucas mudanças