Começando pela caixa, vemos que a Alcatel não poupou esforços para agradar os usuários brasileiros, incluindo uma vasta gama de acessórios em sua embalagem padrão de venda. Obviamente que isto fez com que o preço final do produto acabasse ficando um pouco acima de seus rivais na época do lançamento, porém agora que ele já está há alguns meses no mercado a relação custo-benefício se tornou bem mais satisfatória.

Dentro da embalagem, vemos logo de cara os óculos VR, onde todos os demais acessórios estão armazenados já que ele ocupa um espaço considerável. Como complemento dele, temos uma pequena tira que serve para prender o dispositivo à sua cabeça, sendo utilizado velcro para tornar tudo o mais prático e maleável possível.

Os demais acessórios inclusos pela Alcatel são um cabo USB-microUSB, um carregador de tomada no padrão de dois pinos com corrente de saída de 2A, fones de ouvido da JBL de ótima qualidade, com microfone embutido, botão para chamadas e cabo achatado para evitar que ele se enrole, a chave responsável por abrir a gaveta do chip SIM e do slot para expansão de armazenamento e os tradicionais manuais e demais termos legais.

Temos ainda dois "brindes" bastante interessantes, sendo uma película para proteger o display contra riscos e quedas e um cartão microSD de 32 GB. Ainda que o cartão não seja exatamente o mais avançado do mercado, isto já evita que você precise se veja obrigado a adquirir o acessório separadamente caso não esteja satisfeito com o armazenamento interno do aparelho.

Com relação ao design, temos algo extremamente atraente no Idol 4, sendo sua estrutura feita em metal e tanto a parte frontal quanto traseira cobertas por vidro. Vale notar que o dispositivo pode ser encontrado tanto em preto/dourado quanto em preto/cinza, sendo este modelo enviado para nós pela Alcatel na primeira combinação.

Na lateral esquerda do aparelho temos apenas o botão de energia, enquanto na lateral direita temos a tecla Boom que funciona como atalho para algumas funções, os botões de volume e a gaveta para o chip SIM e o cartão microSD. Em sua parte superior fica o microfone secundário para cancelamento de ruído e a porta P2 para fones de ouvido, enquanto na parte de baixo temos o microfone principal para chamadas e a entrada microUSB.

Como pode ser visto nas imagens presentes na galeria acima, o Idol 4 conta com nada menos do que quatro saídas de som (mesmo que tenha "apenas" dois alto-falantes de 3,6W), havendo aberturas nas extremidades superior e inferior tanto para frente quanto para a parte de trás. Este é um dos principais diferenciais do dispositivo em relação aos seus rivais, sendo algo extremamente satisfatório para um smartphone.

Sobre as dimensões, temos 147 mm de altura por 72.5 mm de largura e 6.9 mm de espessura, tudo isto em 130 gramas. O Idol 4 não é exatamente o modelo mais compacto que você irá encontrar com tela de 5,2 polegadas, porém é bastante fino e leve, não incomodando de maneira alguma ao ser colocado no bolso e sendo justificável pelos componentes presentes acima e abaixo do display.

Sua tela de 5,2 polegadas utiliza tecnologia IPS LCD e conta com resolução Full HD, ou seja, 1080 x 1920 pixels, ostentando assim uma densidade de aproximadamente 424 pixels por polegada. Para um dispositivo normal isto é mais do que suficiente, porém ainda é necessário testarmos profundamente o aparelho em conjunto com os óculos VR para vermos se esta resolução é de fato satisfatória ao que ele se propõe.

Em nossos testes, o display do Idol 4 se mostrou bastante satisfatório nos mais variados ambientes, conseguindo entregar boa exibição em locais ensolarados e mantendo um brilho confortável em ambientes internos. O único porém aqui fica por conta de seu brilho mínimo que é bem acima de outros modelos na mesma faixa de preço, o que pode incomodar usuários mais sensíveis em locais escuros.

Com relação aos níveis de contraste e saturação, é possível configurar manualmente para algo mais intenso ou mais natural caso desejado, já que no menu de ajustes de tela está disponível a opção de alterar para cores mais frias ou mais quentes.

O Idol 4 traz um conjunto razoável de especificações técnicas, incluindo uma tela IPS LCD de 5,2 polegadas com resolução Full HD, chipset Qualcom Snapdragon 617 com oito núcleos a até 1,5 GHz e GPU Adreno 405. Ele conta ainda com 3 GB de RAM e 16 GB de espaço para o armazenamento interno, que pode ser expandido via cartão microSD de até 200 GB.

Nos sensores, temos um conjunto completo, com acelerômetro, giroscópio, bússola, proximidade e luminosidade. Ele possui ainda Wi-Fi 802.11 a/b/g/n/ac, Bluetooth 4.2 com LE/A2DP e GPS/A-GPS para localização.

Pelo que foi possível atestar com nossos experimentos, o Idol 4 não deixa em nada a desejar em termos de desempenho para outros modelos em sua faixa de preço, conseguindo marcar pontuações similares em benchmarks e superando vários deles no teste prático, já que a Alcatel decidiu incluir 3 GB de RAM no aparelho.

No teste prático aqui do TudoCelular, o Idol 4 conseguiu finalizar a primeira etapa com a marca de 1 minuto e 53 segundos, precisando de apenas outros 33 segundos para concluir a segunda volta, e totalizando assim 2 minuto e 26 segundos. Como dito, isto o coloca bem acima de modelos como Moto G4 Plus, ficando no mesmo nível de opções mais recentes como Moto G5 Plus e Vibe K6 Plus.

Com relação aos testes de benchmark, tivemos:

• AnTuTu: 45.933
• GeekBench: 694/2.062
• GeekBench GPU: 1.718
• 3D Mark: 383 (Sling Shot Extreme)
• GFX Bench:
  • Manhattan: 6,6/6,2 fps
  • T-Rex: 16/16 fps

Ao passarmos para o desempenho em jogos, vemos que a Adreno 405 já não é algo tão indicado para uma tela Full HD, fazendo com que o Idol 4 não consiga executar aplicações gráficas mais pesadas com a mesma fluidez de modelos que possuem o chipset Snapdragon 430, como o caso do Vibe K6 Plus.

Isto não seria algo tão grave para outros dispositivos, porém é preciso lembrarmos o enorme marketing feito pela companhia chinesa nas possibilidades de uso do Idol 4 para realidade virtual, algo que certamente será comprometido caso você deseje jogar alguns títulos mais pesados em 360°.

Com relação aos resultados obtidos com o auxílio do GameBench, tivemos 23 fps no Asphalt 8, 24 fps no Modern Combat 5 e 47 fps no Subway Surfers, sendo os dois primeiros executados com a qualidade gráfica máxima, o que pode ser reduzido caso você deseje algo mais fluido e não faça tanta questão de detalhes visuais.

Na parte do sistema operacional, temos o Android 6.0.1 Marshmallow. Ao contrário do que fazem outras chinesas, a Alcatel decidiu por não modificar muito o sistema esteticamente, partindo apenas para otimizações em termos de funcionalidades.

As principais delas e que de fato merecem destaque são o equalizador nativo feito em parceria com a Waves, os atalhos da tecla Boom e a possibilidade de usar o dispositivo em qualquer orientação, algo que vai muito além apenas de rotacionar a tela e modifica até mesmo a saída de som e o microfone utilizado durante chamadas.

O Idol 4 conta com um conjunto de câmera razoável para o nicho intermediário, sendo um sensor principal de 1/3" com resolução de 13 megapixels, abertura f/2.0, pixels de 1,12 μm e distância focal de 26 mm, enquanto a câmera frontal conta com 8 megapixels e auxílio do LED de notificações. Tanto a câmera posterior quanto a de selfies são capazes de gravar vídeos em Full HD a 30 fps.

Estas especificações teoricamente satisfatórias, entretanto, não são tão sentidas na prática, já que o pós-processamento bastante agressivo da Alcatel faz com que as imagens saiam mais saturadas do que deveriam na maioria das cenas, além de ocultar alguns detalhes em áreas mais escuras na tentativa de suprimir o ruído digital.

As selfies ficam basicamente na mesma média de outros modelos intermediários lançados no início de 2016, mas se comparado ao que temos em aparelhos mais recentes não é exatamente o melhor que se poderia esperar. Como resultado disso, o Idol 4 ficou na terceira posição em nosso recente comparativo de câmeras, ficando à frente apenas do Meizu M3 Note.

Este é outro ponto que provavelmente fará muita gente "sair correndo". O Idol 4 conta com um hardware que demanda um consumo consideravelmente alto, principalmente por superaquecer facilmente devido ao seu corpo fino que é feito quase que inteiramente de vidro na parte externa.

Como se isso já não bastasse, a Alcatel decidiu por inserir uma bateria bem menor do que temos em outros modelos com esse chipset, sendo claro desde o início que os 2.610 mAh do Idol 4 não seriam capazes de sobreviver durante um dia inteiro de uso.

No teste prático do TudoCelular, o dispositivo aguentou apenas 6 ciclos de execução de apps, atingindo um nível crítico após cerca de 9 horas e 42 minutos. Durante o período, tivemos tempo de tela ativa de 5 horas aproximadamente, o que demonstra que se você decidir mexer muito em seu aparelho ele dificilmente aguentará até o final da tarde.

Em resumo, tivemos os seguintes resultados:

• O carregador padrão de 2A demora 1 horas e 56 minutos para encher totalmente a bateria de 2.610mAh.
• Após uma hora conectado à tomada o aparelho é recarregado cerca de 64%.
• Foram necessárias aproximadamente 9 horas e 42 minutos para fazer a bateria do aparelho atingir um nível crítico, com o brilho da tela em 200 lux durante todo o tempo.
• A tela permaneceu ligada por 5 horas no período.
• Neste período foram feitas ligações que totalizaram 24 minutos.
• Realizamos 6 ciclos de testes que incluíram:
  • 36 minutos de navegação no Chrome;
  • 180 minutos de WhatsApp, Spotify, PowerAmp, MX Player e YouTube (36 minutos cada);
  • 36 minutos de jogos, 6 minutos cada: Pokémon Go, Subway Surfers, Modern Combat 5, Asphalt 8, Candy Crush e Injustice;
  • 36 minutos de Facebook, Gmail e Google Maps (12 minutos cada);
  • 24 minutos de chamadas de voz via 3G;
• Temperatura da bateria ficou entre 35 e 40°C.

Pontos fortes

• Design elegante;
• Tela de boa qualidade;
• Sistema de áudio acima da média;
• Caixa generosa de acessórios.

Pontos fracos

• Falta de estabilização óptica para a câmera;
• Desempenho deixa a desejar em aplicações gráficas pesadas;
• Bateria bem abaixo da média;
• Câmera abaixo da média;
• Funcionalidades de realidade virtual prejudicadas por limitações do hardware.