O Moto G31 chegou com o G71 e G200 no final de 2021 e vem para ser uma atualização ao Moto G30 lançado no início do ano passado. A novidade briga no segmento de intermediários mais básicos, porém apresenta algumas reduções comparado ao modelo anterior. O G31 chegou custando R$ 2 mil e veremos nesta análise se ele vale tudo isso e se é uma melhor compra que outros da Motorola e da sua rival, a Samsung.

O Moto G31 vem em embalagem escura com o logo branco da Motorola e o nome do aparelho em verde. Além do celular, você recebe os seguintes acessórios:

• Carregador de 10W de potência
• Cabo USB no padrão C
• Fone de ouvido básico
• Capinha transparente de silicone
• Chavinha da gaveta do SIM card
• Guia do usuário

O Moto G31 não sofreu grande evolução comparado ao G30, mas de cara é possível ver que o design mudou. O entalhe em formato de gota deu lugar ao furo para câmera de selfies e deixa o intermediário básico da Motorola com cara de celular mais atual. As bordas estão um pouco mais finas, apesar do queixo ainda ser protuberante.

A traseira possui textura para reduzir o acúmulo de marcas de dedo e faz o celular ser menos escorregadio. A curvatura nas bordas também ajuda na pegada e a perda de medidas e peso tornam o novo mais confortável de segurar. O Moto G31 é encontrado no Brasil nas cores grafite e azul.

O bloco de câmeras está menos retangular e segue o padrão dos lançamentos recentes da marca com bloco em formato de pílula, enquanto o número de câmeras caiu para três. O acabamento é todo feito em plástico de boa qualidade com o logo da Motorola presente na traseira com leitor biométrico integrado que responde rápido ao toque.

Na lateral direita há o botão de energia, a tecla de controle de volume e o botão dedicado ao Google Assistente. Do lado oposto há a gaveta híbrida com suporte para dois chips ou expansão de armazenamento via microSD. No topo temos a entrada para fones de ouvido e um microfone; enquanto na parte inferior há outro microfone, entrada USB-C e o alto-falante.

O Moto G31 tem suporte a redes Wi-Fi de 5 GHz e Bluetooth 5.0, mas nada de NFC ou conectividade 5G.

Na parte multimídia temos uma boa e uma má notícia: a Motorola trocou a tela IPS LCD do G30 por uma OLED no G31. Isso garante cores mais vibrantes e contraste muito superior para preto realmente preto e amplo ângulo de visão. O que decepciona é que o novo painel tem taxa de atualização de apenas 60 Hz, o que não faz sentido já que até celulares inferiores da empresa, como o Moto G20, possuem tela de 90 Hz.

A tela possui 6,4 polegadas com resolução Full HD+, o que resulta em boa definição pelo tamanho. Outro ponto positivo na troca do LCD pelo OLED é que este painel tem brilho mais forte e garante melhor visibilidade em locais abertos. Aliás, este é um ponto em que a Motorola vem pecando até em celulares mais caros, como o Moto G200.

Outro ponto que poderia melhorar é a experiência sonora. O G31 possui apenas um alto-falante e temos som mono. A potência também não é das melhores sendo mais baixa que outros do segmento. Os graves são sutis e os médios quase inexistentes, o que resulta apenas em agudos que se destacam demais e passam a sensação de som distorcido.

Ele vem acompanhado de fone de ouvido na caixa, aquele mesmo modelo simples com corpo feito de plástico rígido. Não é dos mais confortáveis, mas ainda é um extra bacana; já que são poucas as marcas que ainda dão fones de ouvido de brinde com seus celulares.

O Moto G31 vem com plataforma Helio G85 e 4 GB de RAM. Ela é melhor do que a Snapdragon 662 do antecessor? Em nosso teste de velocidade não vimos um ganho de desempenho e o G31 até demorou alguns segundos a mais para trazer os apps e jogos abertos de volta do segundo plano, por mais que os dois tenham a mesma quantidade de RAM.

Para quem esperava um avanço nas pontuações em benchmarks também pode ficar decepcionado. No AnTuTu tivemos os mesmos 170 mil pontos do Moto G30 e também empatando com o Galaxy M32 equipado com Helio G80.

O Moto G31 é bom para jogos? É o tipo de celular que não vai rodar games na qualidade mais alta, mas consegue bom desempenho no médio, como vimos no Call of Duty. Em PUBG tivemos boa fluidez na opção HD com antialiasing em 2x. Jogos mais simples rodam sem engasgos.

A bateria do Moto G31 tem 5.000 mAh, mesmo tamanho do Moto G30, mas aqui apresentou melhor autonomia. Em nosso teste padronizado chegou a render 7 horas a mais de uso, o que garante bateria para mais de um dia com folga.

O que decepciona é o carregador que vem junto com o celular; ele tem apenas 10W de potência e faz com que o Moto G31 passe 2 horas e meia na tomada para ser completamente recarregado.

O carregamento rápido não é tão rápido quanto se espera: 15 minutos na tomada recupera apenas 13% da bateria, enquanto com meia hora temos 25% para usar. Pelo menos garante algumas horas de uso moderado.

O conjunto fotográfico do Moto G31 é formado por câmera de 50 MP, ultra-wide de 8 MP e dedicada para macros de apenas 2 MP. A frontal é a mesma da geração anterior e possui sensor de 13 MP.

O G31 é um celular competente na hora de fotografar. Ele registra boas cores, nitidez acima de intermediários com câmera de 48 MP e o alcance dinâmico consegue equilibrar bem brilho e contraste. Ao entardecer, a qualidade já cai consideravelmente, mas está dentro do que vemos na categoria.

Noturno

As fotos noturnas não sofrem tanto com ruídos e as cores apresentam bom equilíbrio, apesar da nitidez ficar comprometida. Há modo noturno para deixar as fotos mais claras e recuperar um pouco do que foi perdido nas sombras. A Motorola vem investindo nisso até nos modelos mais simples da linha Moto E, mas aqui temos cores aprimoradas e melhor contraste.

A ultra-wide é mais limitada no alcance dinâmico e com isso vemos fundo estourado com frequência. Ela também captura imagens menos nítidas devido ao sensor de resolução inferior e sofre bastante para fotografar à noite. Um extra bacana é que ela substitui a câmera dedicada para desfoque presente no Moto G30 e gera um efeito mais intenso, apesar de ainda apresentar falhas.

Padrão | Ultra-wide

Macro

Por fim, temos a câmera para macros. Ela tem o mesmo sensor simples presente em celulares mais básicos da Motorola. A qualidade das fotos é apenas mediana em nitidez e cores. E podemos dizer o mesmo da frontal. Em locais abertos e bem iluminados, a câmera do G31 até fará selfies decentes, mas ao entardecer e à noite, as fotos saem bastante granuladas.

Selfie

A filmadora grava em Full HD com a frontal e traseira. Para um celular que chegou custando R$ 2 mil, esperávamos ver uma filmadora 4K. A qualidade das filmagens não chegam a empolgar, assim como o foco que não é dos mais ágeis. O G31 não possui nenhum sistema avançado para lidar com tremidos e a captura de áudio, apesar de estéreo, não é das mais nítidas.

Outro ponto que a Motorola vem decepcionando é no software. O G31 sai da caixa com Android 11 e deve receber apenas uma atualização. Além disso, a empresa não tem compromisso em entregar updates de segurança com frequência.

O software limpo da Motorola vem com poucas opções de customização e o suporte a gestos que é padrão da marca. A interface tem boa fluidez, mas uma tela de 90 Hz permitiria ter animações mais ágeis para passar a sensação de maior velocidade de uso.

O Moto G31 tem seus pontos altos e baixos e pode decepcionar quem esperava por um celular superior ao G30. Qual seria a melhor alternativa no Brasil? O Galaxy M32 é seu principal rival atualmente. Ele tem o mesmo tamanho de tela e aposta na tecnologia AMOLED, mas traz painel de 90 Hz para fluidez superior. É mais ágil no multitarefas, a bateria dura igual e ainda recarrega mais rápido. O M32 também tem boas câmeras e captura até melhores selfies.

Agora se busca uma alternativa com 5G, a Motorola tem o Moto G50 que atualmente está até mais barato do que o G31. Ele tem tela maior, porém LCD, mas em troca oferece taxa de atualização de 90 Hz. O G50 é um celular mais ágil e com boa bateria. As câmeras entregam qualidade próxima ao fotografar de dia, mas perdem para o G31 em locais mais escuros.