O C30 é o novo celular básico da realme que chegou recentemente ao mercado nacional com a promessa de entregar bom desempenho com preço acessível. Ele vem com o Android Go e bom hardware para o segmento, o que deve garantir maior performance que seus rivais. Será que realmente se destaca no segmento contra modelos da Samsung e Motorola? É isso que vamos descobrir nesta análise do TudoCelular.

O Realme C30 vem em embalagem amarela com o nome do modelo na tampa, mas sem ilustração do aparelho. Além do celular, você recebe os seguintes acessórios:

• Carregador de 10W
• Cabo USB no padrão micro
• Chavinha para a gaveta do cartão SIM
• Guia do usuário

O realme C30 pode ser um celular barato, mas ele não peca em design. O novo básico chega antenado com a tendência atual onde celulares vêm perdendo suas curvas e temos modelos cada vez mais planos.

Ele tem laterais retas, enquanto a traseira traz pequenas ondulações para um visual diferenciado ao mesmo tempo em que melhora a pegada com textura fosca. O bloco de câmera segue o caminho oposto com design liso na mesma cor, enquanto a única câmera tem aro gigante e vem acompanhada de um simples flash em LED.

A realme trouxe a novidade para o mercado brasileiro em três opções de cores: preto e azul. Em todas temos um celular feito de peça única de plástico de boa qualidade. A parte frontal adota entalhe tradicional em formato de gota e a borda inferior possui largura maior, o que é padrão no segmento de entrada.

O que decepciona é não ter leitor biométrico. Se você não quer ficar decorando senhas ou desenhando padrão sempre que desbloquear o celular, terá que se contentar com biometria facial que não é muito segura, mas até que o C30 é ágil no reconhecimento.

Outro ponto decepcionante é que a entrada USB ainda é no antigo padrão micro. Na parte inferior também encontramos entrada para fones de ouvido, o único alto-falante do aparelho e o microfone. Do lado direito temos o botão de energia e de controle de volume, enquanto no lado esquerdo há gaveta tripla para dois chips e microSD.

Na parte de conectividade não há nada de especial: o Wi-Fi é no padrão N, o que limita a conexões mais lentas. O Bluetooth é 5.0 e não há suporte a NFC.

O C30 traz uma tela IPS LCD de 6,5 polegadas com resolução HD+ e taxa de atualização de 60 Hz. O painel é bastante simples, como se espera de um aparelho de entrada. O seu nível de brilho é bom para a categoria e até supera alguns modelos da Motorola que testamos recentemente.

Há bom nível de contraste para garantir tom de preto decente e amplo ângulo de visão. A tela por padrão tende para tons frios, como é o normalmente adotado pela realme em seus celulares. Só há apenas um perfil Vívido para cores saturadas e mais vibrantes, enquanto o software permite ajustar a temperatura das cores.

O alto-falante na parte inferior possui apenas um canal de áudio e com isso temos som mono. A potência máxima está abaixo do segmento e acaba distorcendo no máximo devido ao excesso de agudos. Pelo menos o equilíbrio entre as demais frequências está melhor que outros do segmento que testamos recentemente.

Enquanto a Motorola ainda manda fone de ouvido de brinde com seus celulares básicos, a realme segue o caminho da Samsung e economiza no acessório. Pelo menos temos entrada padrão para plugar qualquer fone.

Equipando o C30 temos o chipset Unisoc T612, uma plataforma mais avançada do que é encontrada normalmente no segmento de entrada. Ainda há empresas trazendo lançamentos com hardware antigo da Unisoc ou com modelo mais simples, como o T606 visto no Moto E32 e no Nokia G21.

O que muda é que neste temos um processador mais veloz com bom chip gráfico para garantir uma experiência satisfatória com apps populares no Android. Isso aliado ao Android 11 Go garante um bom desempenho no uso com vários apps. O que pesa no multitarefas é ter apenas 2 GB de RAM e isso limita a usabilidade ao fazer os aplicativos recarregarem com frequência.

A GPU do realme C30 garante bom desempenho na maioria dos jogos. O fator limitante acaba ficando para seus 2 GB de RAM, o que faz com que alguns apps não rodem como esperado. No Call of Duty é possível jogar tranquilamente na qualidade gráfica baixa com taxa de quadros no médio. No PUBG terá uma boa experiência no balanceado com taxa no alto e anti-aliasing ativado.

Os 32 GB de armazenamento do C30 podem ser insuficientes para os dias atuais, quando apenas pouco mais de 20 GB ficam disponíveis para os usuários e ao instalar poucos jogos já terá a memória lotada. Pelo menos usar um cartão microSD não roubará o espaço de um segundo SIM.

O básico da realme traz bateria de 5.000 mAh, um tamanho bastante comum no segmento de entrada e até em intermediários. A empresa sempre se destacou por acertar na otimização de software e entregar autonomia superior a outras marcas, mas parece que o C30 foi um ponto fora da curva.

Ele está longe de ter bateria ruim; só ficou devendo para rivais com mesmo tamanho e resolução de tela que trazem capacidade similar de bateria. Em nosso teste padronizado conseguimos passar das 20 horas de uso moderado com alguns jogos, o que deixa claro que o C30 consegue passar o dia todo longe de tomadas.

Na caixa temos o mesmo carregador de 10W de potência do C21Y e isso faz com que a bateria demore para recarregar. Para ir de 0 a 100% terá que esperar duas horas e meia. Como não há suporte a carregamento acelerado, com uma carga rápida de 15 minutos terá apenas 12% para usar e 22% com meia hora na tomada.

A realme normalmente dá bastante atenção à parte fotográfica dos seus celulares, mas como estamos falando de um celular barato de entrada, algumas economias foram feitas. Temos apenas uma câmera de 8 MP na traseira e uma de 5 MP na parte frontal. É até comum ver celulares de entrada com dois ou três sensores na traseira apostando em câmeras para desfoque e macros, mas não é o caso do C30.

Se câmera é importante para você, então esteja ciente que este não é o ponto forte do básico da realme. A sua única câmera registra fotos decentes em boa situação de luz, porém não empolga em nitidez, detalhes ou cores. Como o sensor tem baixa resolução, falta definição nas texturas e o contraste longe do ideal mata detalhes das sombras.

Noturno

A qualidade é boa o suficiente para compartilhar as fotos nas redes sociais, desde que você evite usar o modo retrato. Ao desfocar o fundo, o C30 acaba desativando o HDR e com isso deixará a imagem com luz estourada, especialmente ao fim de tarde. O recorte é feito via software e apresenta falhas, ao borrar partes do corpo da pessoa.

Na falta de uma câmera macro, será preciso usar a principal para fotografar pequenos objetos. Não é possível chegar muito perto sem perder o foco, mas com um pouco de paciência conseguirá boas fotos.

Desfoque

Macro

Fotografar à noite faz com que as fotos saiam granuladas com o excesso de ruídos. Ainda está dentro do esperado para a categoria e não há como exigir muito de um aparelho deste porte. Há modo Noite para ativar o modo noturno que prolonga a exposição e permite mais luz chegar ao sensor. Terá fotos mais claras e com nitidez um pouco melhor, mas nada milagroso.

Selfies

A câmera frontal consegue registrar boas selfies diurnas. Não terá muitos detalhes da pele e até é possível notar um pouco de ruído mesmo ao sol. Ainda assim, está dentro do esperado para o segmento. Selfies noturnas sofrem mais com ruídos e perda de nitidez, mas o resultado ainda é melhor que muito celular básico.

A filmadora grava em Full HD com a traseira e apenas HD com a frontal, ambas limitadas a 30 fps. Em locais escuros notamos que a frontal sofre com queda de fluidez e borra facilmente a imagem quando filmar em movimento. Não há estabilização eletrônica para lidar com os tremidos, enquanto o foco automático não decepciona. Só ficou faltando som estéreo nas filmagens.

O celular básico da realme sai da caixa com Android 11 Go Edition e interface limpa com poucas modificações por parte da fabricante. No momento que testamos, ele estava com pacote de segurança alguns meses atrasados, mas isso é normal entre celulares de entrada.

O software flui bem no geral e os apps em suas versões mais enxutas ajudam a extrair melhor desempenho do hardware básico. É bom ver que a pouca quantidade de RAM não chega a impactar no tempo de resposta da interface, enquanto celulares de outras marcas do mesmo perfil sofrem neste ponto.

Os rivais da Samsung e Motorola são melhores? Na mesma faixa de preço temos o Moto E32, que traz tela no mesmo tamanho e resolução, mas com painel de 90 Hz para maior fluidez e som que distorce menos quando no máximo. Seu processador é mais fraco e entrega desempenho inferior no multitarefas, mas compensa com bateria que dura mais. As câmeras do Motorola são um pouco melhores e a frontal filma em Full HD.

O Galaxy A03 também é uma boa alternativa. Ele pode até sair mais barato em promoções e tem tela do mesmo tamanho e taxa de 60 Hz, mas ganha na potência sonora. Ele foi mais ágil em nosso teste multitarefas graças ao dobro de RAM e também roda bem jogos ao mesmo tempo em que entrega bateria muito melhor. Sua câmera com sensor mais potente captura melhores fotos e vídeos.

Pontos fortes

• Design diferenciado
• Bom desempenho
• Bateria dura o dia todo
• Software com boa fluidez

Pontos fracos

• Experiência multimídia limitada
• Pouca RAM compromete multitarefas
• Câmeras muito básicas