A LG trouxe o Leon ao mundo durante a MWC de 2015, que aconteceu na primeira semana de março em Barcelona, na Espanha. O dispositivo está na lista do meio entre aparelhos de entrada e outros mais parrudos, trabalhando fortemente para bater de frente com concorrentes de - muito - peso como Redmi 2, Moto G e o Zenfone 5. Por dentro há um processador Snapdragon 410 que roda quatro núcleos, 8 GB de memória interna e o Android bastante atual, na versão Lollipop. Tudo isso em um corpo levemente curvado e que vem com detalhes de smartphones mais caros da marca sul-coreana.

A embalagem segue exatamente o mesmo padrão de aparelhos de médio custo da LG, ou seja: temos aqui um papelão bem fino, com cores contrastantes e detalhes sobre recursos do gadget, na lateral direita e outros do lado oposto. Abrindo a caixa há o aparelho, um carregador de tomada com porta USB, cabo de dados USB com ponta microUSB, fone de ouvido bem simples e o manual de instruções.

Por fora o Leon tem linhas que lembram outros aparelhos, principalmente os recentes flagships da LG. Você conta com um corpo levemente curvado na parte traseira e os botões não estão nas laterais. A parte da frente conta com uma tela de 4.5 polegadas, com resolução de 854 x 480 pixels, densidade aproximada de 218 pixels por polegada e ocupa 66,2% da frente do aparelho. A tela é uma IPS LCD, que entrega boa reprodução de cores e ângulo favorável de visualização, antes da deformação de cores. Por aqui ainda está o sensor de proximidade, câmera frontal de resolução VGA e, infelizmente, a LG escolheu não colocar um sensor de luz. Isso significa que não há opção de brilho automático no celular.

Nas laterais não há nada, já que todos os botões foram movidos para a parte traseira. Por ali temos botões para controle de volume e outro para liga/desliga, a câmera de 5 megapixels, um LED para flash e espaço para o alto-falante, logo abaixo. Em cima de tudo fica a entrada para fone de ouvido, junto de um microfone secundário para isolamento de ruídos. Abaixo temos o microfone principal e a entrada microUSB.

Abrindo a tampa traseira, temos a bateria de 1820mAh, capaz de suportar quase que um dia inteiro de uso moderado. Abaixo dela ficam as duas entradas para chip da operadora e o espaço para cartão de memória com capacidade para microSD de até 32 GB.

Um de seus pontos positivos está na ergonomia, já que a traseira conta com um design levemente curvado, com bordas também curvadas nas laterais. Junte isso ao tamanho diminuto do dispositivo e temos uma pegada bastante confortável, com o celular encaixando bem nas mãos e com fácil acesso de toda a tela, mesmo utilizando com apenas uma mão. A traseira conta com uma textura que lembra aço escovado não somente no visual, mas no tato também. Outro ponto que tira vantagem das curvas é o alto-falante, que nunca fica totalmente tapado em uma mesa - isso faz com que o som não fique com qualidade inferior nestes momentos.

Em números, suas medidas são de 129,9 milímetros de altura, por 64,9 de largura e outros 10.9 milímetros de espessura. Tudo isso somado aos 140 gramas de peso total, que garantem um aparelho que não vai causar muito cansaço ao utilizar por muito tempo e que não faz muito volume, quando está em um bolso mais apertado.

A LG escolheu a versão 5.0.1 do Android para rodar por aqui, logo abaixo de sua customização chamada de LG UI. Ela deixou de lado toda a beleza de ícones com quase nenhuma textura que são marca registrada do Android Lollipop, mas manteve a falta de textura em apps básicos, o que pode balancear a parte em que não segue o padrão Material Design, do Google. Por dentro, controlando tudo isso, temos um processador Qualcomm MSM8916 Snapdragon 410 que roda quatro núcleos em 1.2 GHz, acompanhado de 1 GB de memória RAM e 8 GB de espaço interno (com 3.46 GB livres), que pode crescer com um cartão microSD de até 32 GB. O desempenho de todo o aparelho é bastante suave, com animações de transição de tela que não engasgam mesmo com dois ou três apps abertos no fundo. Quando há muitas notificações na área reservada para elas, o aparelho começa a apresentar alguma queda no desempenho, que logo é resolvida ao apagar estes alertas.

Assim como faz com qualquer outro smartphone da mesma marca, a LG colocou uma série de aplicativos pré-instalados por aqui - problema que piora ainda mais quando você coloca o chip de alguma operadora, que adiciona ainda mais apps e que sequer podem ser removidos. Felizmente alguns apps que a LG colocou podem ser desabilitados, que é remover sua instalação, mas manter o apk para uma reinstalação futura, quando você formatar o smartphone. De fábrica, temos o pacote do Google com programas como Google Chrome, YouTube, Gmail, Google Maps e Hangouts, dividindo espaço com app específico da LG para músicas, outro para galeria de fotos, gravador de voz e jogos como Iron Man 3, Little Big City e Bejeweled 2 - que podem sumir da tela inicial, desabilitados.

Em ferramentas que são bem-vindas pela LG, há o QuickMemo+ que é capaz de criar anotações em uma tela capturada, ou então criar anotações em texto como em um bloco de notas. Junto dele há um belo gerenciador de dois chips e que permite a troca rápida entre um ou outro chip ativo no momento (com botão específico para isso, abaixo da tela) e gestos que podem acionar alguns recursos, como tirar uma selfie, adiar o despertador e até pausar o vídeo ao virar o celular de lado.

O Leon está longe de ser um smartphone voltado para games, mas não faz feio quando este tipo de entretenimento entra em cena. Para isso, o aparelho alia o processador e memória RAM com a GPU, que é uma Adreno 306 e que consegue bons resultados em jogos que não são muito pesados, como Asphalt Overdrive - que mesmo não sendo tão pesado como o Asphalt 8, ainda consegue ótimo gráfico, cheio de texturas e efeitos. Em títulos mais pesados, como Real Racing 3, o smartphone conseguiu rodar a pista sem engasgos maiores, mas as texturas e detalhes foram diminuídos - o que é perfeitamente aceitável nesta gama de aparelhos.

O tocador de músicas é bastante simples e com poucas funções extras. Com ele, é possível reproduzir músicas em MP3 de qualquer tamanho e qualquer qualidade, com direito até a exibir a capa do álbum corretamente e ajustar alguns efeitos sonoros na reprodução da canção. Ah, ele ainda toca WAV e eAAC+ sem necessidade de um app terceiro. Para vídeos é possível reproduzir MP4 e H.264 de até alta definição, sem engasgos - não tente Full HD, que a experiência não será tão agradável.

A câmera deste modelo serve apenas como uma boa companheira para momentos onde a foto é bastante necessária, sem qualquer possibilidade de melhor câmera ao redor. O sensor conta com 5 megapixels de resolução e o resultado é de fotos com baixa quantidade de detalhes e granulado visível, mesmo sem aplicar 100% de zoom para ver a imagem em tamanho real. Em fotos noturnas, este ruído na imagem é ainda maior e há certo problema na hora de firmar o foco em algum objeto - sem luz ajudando. De verdade, não pense no Leon como boa câmera, ele está muito longe disso - e o mesmo vale para a câmera frontal, que tira fotos de baixíssima qualidade, principalmente quando há concorrentes como o Redmi 2, que fazem muito melhor.

Pontos fortes

• Design bonito e com pegada confortável
• Tela HD, mesmo em um aparelho de médio para baixo custo
• Desempenho mais do que o suficiente para tarefas do cotidiano
• Android atualizado, na versão Lollipop

Pontos fracos

• Câmera de baixa qualidade
• Bateria poderia ter maior autonomia
• Interface não segue totalmente o Material Design
• Fone de ouvido muito simples