Segurança 04 Mar
O Relógio do Juízo Final é uma forma simbólica que o Boletim dos Cientistas Atómicos da Universidade de Chicago mantém desde 1947 para indicar quão próxima a humanidade está do Apocalipse. Em dezembro de 2022 o ponteiro que indica a aniquilação da humanidade avançou 10 segundos, atingindo a sua pior marca desde a sua criação.
A última alteração no ponteiro do Relógio do Juízo Final ocorreu em 2020, mas diversos fatores fizeram com que os cientistas responsáveis por ele e o Conselho de Patrocinadores do Boletim, que inclui 10 ganhadores do prêmio Nobel, o adiantassem em 10 segundos.
Rachel Bronson, PhD, presidente e CEO do Boletim, comentou a mudança:
Estamos vivendo em uma época de perigo sem precedentes, e o Relógio do Juízo Final reflete essa realidade. 90 segundos para a meia-noite é o mais próximo que o Relógio já foi definido para esse horário, e é uma decisão que nossos especialistas não tomam com um ânimo leve.
Dentre os motivos para atingir a pior marca do relógio até o momento estão a invasão da Ucrânia pela Rússia com conflitos em locais perigosos como as ruínas da Usina Nuclear de Chernobyl.
Também é citado a crescente chance de uma possível guerra nuclear mundial, a crise climática com ondas de calor e frio mais intensas e ainda a riscos associados a ameaças tecnológicas e biológicas.
O Boletim também faz uma dura crítica a todos os líderes mundiais:
O Relógio do Juízo Final está soando um alarme para toda a humanidade. Estamos à beira de um precipício. Mas nossos líderes não estão agindo em velocidade ou escala suficientes para garantir um planeta pacífico e habitável. A ciência é clara, mas falta vontade política. Isso deve mudar em 2023 se quisermos evitar a catástrofe. Estamos diante de múltiplas crises existenciais. Os líderes precisam de uma mentalidade de crise.
Ban Ki-moon, vice-presidente dos Anciãos e ex-secretário-geral das Nações Unidas, ainda afirma que ele foi um dos que ajudaram a revelar o Relógio do Juízo Final quando seus ponteiros se moveram em 2020, mas os líderes mundiais não deram ouvidos aos alertas e agora "todos nós continuamos a pagar o preço."
Bronson afirma que acionará canais em todo o mundo para tentar reverter o Relógio do Juízo Final e garantir um futuro pacífico e seguro para a humanidade:
O governo dos EUA, seus aliados da OTAN e a Ucrânia têm uma infinidade de canais de diálogo; instamos os líderes a explorar todos eles em toda a sua capacidade de voltar o relógio.
O mais distante que o Relógio do Juízo Final esteve do fim do mundo foi em 1991, quando ele retrocedeu para 23h43 com o fim da Guerra Fria.
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