Lançadas em 1977, as sondas do programa Voyager da NASA são hoje os objetos feitos pelo homem mais distantes da Terra. No caso, da Voyager 1, ela já está a quase 24 bilhões de quilômetros da Terra, já tendo passado por Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Assim como a Voyager 2, as espaço-naves carregam os célebres discos dourados, os Voyager Golden Record, que carregam uma súmula da humanidade —isto é, ao menos aquela de 1977, quando o programa foi lançado.

O material inclui saudações em 55 idiomas, sons e imagens da natureza, um álbum de gravações e imagens de várias culturas e uma mensagem escrita de boas-vindas de Jimmy Carter, que era presidente dos EUA quando do lançamento do programa.

As estimativas dos cientistas era do que os discos fonográficos poderiam durar um bilhão de anos no espaço, mas agora novos cálculos estimam que, mesmo após trilhões de anos, as sondas podem seguir sem se aproximar remotamente de nenhuma estrela. Assim, em miúdos, o programa Voyager deve sobreviver à humanidade e ao próprio sistema solar.

Vale notar, porém que, desde a última semana, o Voyager 1 está com um problema misterioso. A sonda segue operando bem, pode receber e executar comandos enviados da NASA, bem como coletar e enviar de volta dados científicos. Entretanto, as leituras do sistema de articulação e controle de atitude, que controlam a orientação da espaçonave no espaço, não estão de acordo com a realidade.

Esse sistema garante que a antena de alto ganho da sonda permaneça apontada para a Terra para que a Voyager possa enviar dados de volta à NASA.

Por ora, a equipe da NASA está verificando se os dados estranhos estão vindo diretamente deste instrumento ou se outro sistema está causando o problema. Por ora, porém, não parece ter acontecido nada para ativar um estado de alerta no equipamento.

Ao fim, um acontecimento como esse já era esperado de uma espaçonave que, para os estudiosos, é capaz de dar uma ideia concreta do que possa ser a imortalidade, carregando os registros da humanidade e dando continuação ao legado, caso alguma civilização alienígena a encontre num futuro distante.