Segurança 16 Mai
A Adobe esclareceu uma controvérsia envolvendo o Photoshop. Um executivo da gigante de software explicou que uma recente atualização nos termos de uso — que supostamente permitiria que a empresa acessasse imagens e outros materiais confidenciais de seus usuários — não garantirá essa liberdade à companhia.
Jérémie Noguer, diretor de produto da suíte de ferramentas “Substance 3D” da Adobe, explicou em seu perfil em rede social que a Adobe “não vai acessar ou ler nenhum projeto de forma alguma”, já que “todas as empresas respeitadas do setor da tecnologia deixariam [a Adobe] imediatamente se esse fosse o caso”.
A empresa, então, divulgou um comunicado informando que não utilizaria o conteúdo gerado pelo usuário para treinar o Firefly, seu modelo de IA generativa, negando que “assumiria a propriedade do trabalho dos clientes”. No entanto, a companhia destacou pontos em que seu direito de acesso ao conteúdo dos usuários é garantido.
Para contextualizar, em 17 de fevereiro, a desenvolvedora de software lançou uma atualização para os termos de uso que seus clientes eram obrigados a aceitar para continuar usando as ferramentas de seus aplicativos. Foi descoberto posteriormente que algumas seções estabeleciam novas regras quanto ao uso de dados do usuário. Veja:
Seção 2.2. Nosso acesso ao seu conteúdo: Podemos acessar, visualizar ou ouvir seu conteúdo [...] por meio de métodos automatizados e manuais, mas apenas de forma limitada e conforme permitido por lei.
[...]
Seção 4.1. Conteúdo: "Conteúdo" significa qualquer texto, informação, comunicação ou material, como arquivos de áudio, arquivos de vídeo, documentos eletrônicos ou imagens, que você carrega, carrega, incorpora para uso ou cria usando os Serviços e o Software. Reservamo-nos o direito (mas não a obrigação) de remover conteúdo ou restringir o acesso a conteúdo, serviços e software se qualquer um de seus conteúdos violar os Termos. Não analisamos todo o conteúdo carregado para os Serviços e Software, mas podemos usar tecnologias, fornecedores ou processos disponíveis, incluindo revisão manual, para detectar certos tipos de conteúdo ilegal (por exemplo, material de abuso sexual infantil) ou outro conteúdo ou comportamento abusivo.
Já na última quinta-feira (06), a empresa publicou um comunicado em seu blog oficial para esclarecer que o acesso é necessário para que seus aplicativos e serviços "executem as funções para as quais foram projetados e usados".
O material de usuários pode ser acessado para o uso de funções de inteligência artificial baseadas em nuvem, como os Filtros Neurais do Photoshop. Além disso, o conteúdo processado ou armazenado em servidores da empresa pode ser escalonado para revisão humana a fim de rastrear certos tipos de conteúdo ilegal, como material de abuso infantil.
A Adobe reforça que seus modelos de inteligência artificial generativa são treinados em conjuntos de dados de conteúdo licenciado, como o Adobe Stock, e conteúdo de domínio público onde os direitos autorais expiraram.
Embora as declarações sobre o acesso ao conteúdo dos usuários ainda sejam compromisso “verbal”, a empresa deve oficializar suas promessas nos termos e condições de uso de seus aplicativos em breve. “Esclareceremos os Termos de Uso que os clientes veem ao abrir inscrições”, afirma a Adobe.
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