
Segurança 07 Mar
16 de março de 2023 2
A Covid-19 pode deixar sequelas neurológicas em pacientes que apresentaram quadros moderados e graves da doença. Um recente estudo publicado pela revista científica Cortex indica a descoberta da prosopagnosia — também conhecida como “cegueira facial” — como mais um dos quadros recorrentes após o fim da infecção.
A cegueira facial é um distúrbio que afeta a capacidade de reconhecer rostos familiares. A pesquisa realizada por Marie-Luise Kieseler e Brad Duchaine, neuropsicólogos e membros do Laboratório de Percepção Social da Universidade Dartmouth, acompanhou o caso de dezenas de pacientes que apresentaram o sintoma neurológico após infecção.
Os pesquisadores trabalharam com Annie, de 28 anos, que foi diagnosticada com Covid-19 em março de 2020. Depois de dois meses, a paciente sofreu uma recaída, e logo após, começou a apresentar dificuldade para reconhecer a face de seus próprios parentes.
“Era como se a voz do meu pai saísse do rosto de um estranho”, disse Annie, que agora precisa ouvir as vozes de pessoas familiares para poder reconhecê-las. A paciente relata também que enfrentou problemas de memória após a infecção pelo SARS-CoV-2, como dificuldade em lembrar onde estaciona o carro.
Duchaine, autor sênior da pesquisa e professor de ciências psicológicas e cerebrais, explica que a existência de ambas as sequelas pode ser explicada pela região afetada no cérebro. “Essa coocorrência se deve ao fato de que as duas habilidades dependem de regiões cerebrais vizinhas no lobo temporal”, disse o especialista.
A equipe conduziu uma série de testes para avaliar os problemas de reconhecimento facial. Identificar familiares, celebridades e memorizar novos rostos foram as tarefas mais complicadas para a paciente. A mulher identificou corretamente 29% das 48 celebridades com quem estava familiarizada, enquanto a média de controle era de 84%.
Um segundo teste consistiu em apresentar o nome de uma celebridade, e então, mostrar dois rostos diferentes. Annie deveria apontar qual rosto pertencia à pessoa famosa. A paciente identificou a celebridade em 69% dos 58 ensaios; o grupo de controle, em 87%.
Para determinar se outras pessoas enfrentaram tais problemas relacionados à Covid-19 longa, a equipe de pesquisa obteve dados relatados por 54 indivíduos que tiveram a doença com sintomas por 12 semanas ou mais e 32 pessoas que relataram ter se recuperado totalmente.
“A maioria dos entrevistados com casos longos relatou que suas habilidades cognitivas e perceptivas diminuíram desde que tiveram Covid-19”, disse Kieseler. O que realmente surpreende, por outro lado, é a grande quantidade de pessoas que relataram deficiências — isto é, perda significativa da capacidade de reconhecimento.
“Não foi apenas uma pequena concentração de casos, mas uma ampla maioria de pessoas no grupo de casos longos que relatou dificuldades perceptíveis em realizar tarefas que eram capazes de fazer antes de contrair a doença sem problemas.”
Os especialistas pretendem dar continuidade às pesquisas para descobrir o nível em que o vírus é capaz de prejudicar as habilidades cognitivas do ser humano. Em janeiro, cientistas descobriram por meio de autópsias que o coronavírus pode se alojar no cérebro, músculos e nervos dos pacientes.
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