Um dos motivos de preocupação por parte dos usuários de smartphone consiste no cuidado constante de não ter a sua linha de celular hackeada por cibercriminosos. O ato não somente traz prejuízos materiais imediatos ao proprietário do aparelho, como também deixa brechas para riscos futuros.

Quais são os perigos desse ato? E como proceder caso você tenha sido vítima desse tipo de crime cibernético? O Detetive TudoCelular detalha a você nesta coluna.

Atualmente, o smartphone tem muito mais funções para o usuário do que apenas se comunicar com os seus contatos. Eles possuem fotos e vídeos da pessoa, dados pessoais armazenados e acesso a contas bancárias. Mas ter acesso aos números dos indivíduos também se trata de algo visado pelos cibercriminosos.

Assim, as pessoas mal-intencionadas cada vez mais miram esse tipo de dispositivo, pois podem obter lucros com as informações. Segundo o especialista em privacidade digital da NordVPN, Daniel Markuson, os números de telefone celular podem ser considerados como “minas de ouro” para os golpistas.

“Os números de telefone celular, por exemplo, são como minas de ouro para golpistas e criminosos cibernéticos que utilizam informações expostas para cometer fraudes e outras infrações contra consumidores incautos. Caso você não tenha suas informações pessoais bem protegidas, é provável que seu número de telefone acabe nas mãos de indivíduos mal-intencionados.”

Daniel Markuson

Especialista em privacidade digital da NordVPN

Na prática, em posse do seu número de telefone, o criminoso é capaz de ter acesso a diversas informações sensíveis, pode redefinir senhas de serviços importantes e até mesmo pesquisar outros dados adicionais de identificação na internet.

Outro perigo acontece na exploração dos seus dados – vale lembrar que nem sempre quem obtém as suas informações é o mesmo que utiliza – para se passar por você. O golpista pode entrar em contato com a operadora, fingir ser a vítima, interceptar as comunicações e ter acesso a detalhes financeiros dela.

Ou ainda utilizar o seu telefone para enviar mensagens de texto ou fazer chamadas com armadilhas para outras potenciais vítimas – o chamado phishing –, de maneira mais direcionada – a técnica conhecida como “engenharia social”.

Estatísticas acendem alerta

As estatísticas mostram como a prática criminosa é capaz de afetar em massa as pessoas. De acordo com uma pesquisa publicada pela NordVPN em 2023, os dados de 351 mil brasileiros estão à venda em mercados ilegais no momento.

Além disso, o mesmo estudo indica que ao menos 5 milhões de pessoas tiveram os seus dados roubados e vendidos nos chamados mercados de bots. E o Brasil está entre os países mais afetados pelo ataque.

Em vigor no Brasil, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) ainda não tem se mostrado suficiente para barrar a ocorrência de tantos cibercrimes no país – um dos exemplos está no vazamento de dados de usuários do app Meu Correios recentemente.

Apesar de nem sempre se fazer cumprir, a legislação sancionada em 2018 estabelece uma série de punições por descumprimento das normas. Entre elas, multas que podem chegar a R$ 50 milhões.

Vale destacar que existe a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), a qual fica responsável por fiscalizar se a LGPD tem sido aplicada e, em uma eventual violação, aplicar as penalidades.

Caso o seu número de celular tenha sido hackeado, o primeiro passo consiste em contatar a sua operadora móvel para informar sobre o delito e que outra pessoa tem acesso de maneira ilegal às contas.

Na sequência, procure ativar a autenticação de dois fatores nas contas que usam a linha comprometida. De preferência, utilize um aplicativo autenticador ou outro celular seguro. Caso você já tenha a função habilitada no telefone hackeado, troque o número nas configurações.

A próxima etapa consiste em avisar seus amigos, familiares e demais contatos sobre o ocorrido, para evitar que caiam em golpes feitas no nome da vítima. Também cheque suas contas bancárias, para constatar que não houve qualquer acesso indevido.

Para completar, vale registrar um Boletim de Ocorrência na delegacia mais próxima – ou por meio da delegacia eletrônica –, caso tenha ocorrido fraude ou falsidade ideológica no ato criminoso. Com o B.O. em mãos, será mais fácil exigir providências de empresas que tenham cedido à armadilha do cibercriminoso.

Você já passou por alguma situação do tipo? Quais foram as providências tomadas? Relate para a gente no espaço abaixo.