Segurança 17 Mar
Até 2006, os sistemas operacionais utilizados nas urnas eletrônicas para as eleições brasileiras eram o VirtuOS e Windows CE. Já a partir de 2008, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) passou a adotar a plataforma Linux para desenvolver um ecossistema mais seguro e totalmente desenvolvido pela instância.
Desenvolvidos pela Corte Eleitoral após diversos relatos de invasão remota e brechas de segurança, um mecanismo de validação criado para equipar as urnas eleitorais brasileiras será integrado nas futuras distribuições do kernel Linux a partir da versão 5.13, conforme anunciado pelo TSE nesta quarta-feira (19).
Recentes modificações no sistema exigem que as assinaturas digitais requeridas para validação do voto sejam obrigatoriamente atestadas pelo sistema operacional, característica que não está presente nas distribuições do Linux até então. Os códigos por trás dessa função estarão disponíveis para as plataformas de diversos usuários do núcleo de Linus Torvalds.
"Fizemos pequenas modificações no sistema operacional para deixar a urna ainda mais segura e as disponibilizamos para que fossem incorporadas em definitivo pelo Linux", ressalta Rodrigo Coimbra, chefe da Seção do Voto Informatizado do TSE.
Conforme ressaltado pelo engenheiro de software, o processo de adoção do mecanismo ainda está em etapas iniciais. Novas análises, ensaios e adaptações dos códigos de segurança deverão ser realizados para que um criterioso processo de aprovação seja atendido.
Essa porção [do mecanismo de segurança] que entregamos agora é resultado de meses de trabalho, de diálogos com a comunidade, ajustes, refinamento e muitos testes para sua aprovação e integração definitiva ao sistema.
Rodrigo Coimbra
Chefe da Seção do Voto Informatizado do TSE
É ressaltado também que a disponibilização deste código para os sistemas Linux é reflexo da "excelente qualidade do trabalho realizado pelo TSE", de acordo com Coimbra.
A versão 5.13 do Linux já recebeu distribuições release candidate para desenvolvedores e deverá contar com novos recursos de usabilidade e segurança, além do aguardado suporte ao chip M1 da Apple.
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