O Galaxy Watch 7 chegou com novidades importantes em relação ao seu antecessor, incluindo o primeiro chip de 3 nm para smartwatches, corpo com nova geração do Armor Aluminum para maior resistência e sensor BioActive atualizado, com promessa de maior precisão e chegada de novos modos de uso.

Temos o relógio da Samsung em sua versão de 44 mm apenas Bluetooth, e chegou a hora de detalhar o que achamos dele.

O Galaxy Watch 7 mantém basicamente o mesmo design da geração passada, mas está um pouco mais gordinho. Ele segue construído em alumínio, mas agora traz a segunda geração do Armor Aluminum, teoricamente mais resistente.

Temos uma tela circular de bordas razoavelmente finas ao seu redor, dois botões e um microfone na lateral direita, hastes acima e abaixo da tela para prender a pulseira, e um pequeno alto-falante na lateral esquerda. Na parte de trás estão os sensores para leitura de dados biométricos.

O relógio é vendido em versões de 40 e 44 mm, em opções apenas Bluetooth ou Bluetooth + LTE, mas este ano não tivemos a chegada de uma variante Classic com coroa física giratória ao redor da tela, então se você quer um modelo com cara mais tradicional de relógio vai ter que esperar mais um ano ou ir no Galaxy Watch 6 Classic de 2023.

Por ser um relógio indicado até mesmo para nado em mar aberto, o Galaxy Watch 7 traz certificações IP68 contra água e poeira, 5 ATM para pressão em mergulhos de até 50 metros, e MIL-STD-810H para uso em ambientes extremos em termos de temperatura e altitude.

Na caixa do relógio você encontra o próprio smartwatch, além da pulseira, cabo USB-C com a base magnética, carregador de 15 W e manuais. A versão de 44 mm é vendida nas cores verde ou prata, ambas com pulseira de silicone na caixa.

O Galaxy Watch 7 mantém a mesma tela da geração anterior, sendo um painel Super AMOLED de 1,47 polegada com resolução de 480 por 480 pixels protegida por vidro de Safira. O display suporta modo AlwaysOn colorido, permitindo que suas watch faces sigam mostrando informações relevantes mesmo quando o relógio não estiver em uso.

A tela tem bom brilho para uso em basicamente qualquer ambiente, e o sensor de iluminação funciona bem, evitando que você fique cego ao sair de um local ensolarado para um ambiente interno mais escuro.

Para garantir uma performance ainda melhor e mais otimizada, o relógio chega com o novo chip Exynos W1000, primeiro chip focado em smartwatches com fabricação em 3 nanômetros. A plataforma tem CPU de cinco núcleos, e trabalha em conjunto com 2 GB de RAM e 32 GB de armazenamento, o suficiente para garantir desempenho fluido e bom espaço para seus apps e arquivos.

Em conectividade temos Wi-Fi Dual Band, Bluetooth 5.3, NFC para uso do Samsung Pay e GPS de banda dupla, uma boa novidade da atual geração que permite maior precisão ao fazer seus exercícios em ambientes com muita interferência no sinal, como grandes centros urbanos ou túneis.

Como testamos a versão Wi-Fi do relógio, ele ainda fica muito dependente do smartphone, mas pelo menos já é possível baixar algumas músicas do Spotify para realizar seus treinos ouvindo algo offline, e então só fazer a sincronização depois com o Samsung Health.

O sistema usado aqui é o Wear OS 5.0, projetado com base no Android 14 e sob a interface One UI Watch 6.0. O sistema é fluido e responsivo, tanto ao navegar por ele quanto ao executar apps de terceiros baixados pela Play Store, como Spotify e WhatsApp.

Existem algumas funções próprias bastante úteis, como o gesto de pinça para dispensar notificações ou encerrar o alarme, e a coroa giratória virtual ao redor da tela para navegação mais rápida em listas com muitos itens. O alto-falante funciona bem para chamadas e até para ouvir músicas em ambiente interno mais silencioso, e o microfone também tem boa captura sem que o relógio precise estar tão próximo da boca.

Já na parte do Galaxy AI, além da integração avançada com o Samsung Health ainda temos a chegada de algumas funcionalidades que melhorar a forma de lidar com o relógio, como as respostas contextuais no WhatsApp e outros mensageiros — indo além dos tradicionais "sim", "não", "ok" e similares. Também é possível fazer gravações de voz que serão transformadas em resumos no smartphone pareado, algo útil para quando uma ideia surge e você não tem o celular por perto.

A Samsung reformulou completamente seus sensores BioActive no Galaxy Watch 7. Saímos de apenas quatro para 13 sensores LED, que adotam formação em cruz para maior área de cobertura e, com isso, maior precisão na hora de medir seus batimentos cardíacos, oxigenação sanguínea e muito mais.

O novo modelo tem todas as funções de saúde da geração anterior, como contador de passos, monitoramento de sono com detalhes da qualidade do descanso e detector de ronco, leitor de temperatura corporal que permite prever ciclos menstruais, bioimpedância para saber nível de massa muscular, pressão cardíaca e eletrocardiograma.

As maiores novidades aqui estão para a chegada da Pontuação de Energia, que dá uma prévia de como será seu ânimo ao longo do dia, e para o leitor de AGEs, que dá uma base para saber como sua alimentação e rotina de exercícios estão afetando sua saúde. Temos também o detector de apneia do sono, que trabalha em conjunto com as máscaras de respiração para ver se você tem o distúrbio.

Colocando tudo isso em prática, tivemos resultados mistos. Os sensores funcionam bem e detectam de forma consistente a qualidade do sono e as métricas de saúde, como batimentos cardíacos, oxigenação sanguínea e temperatura corporal, mas o acompanhamento de exercícios poderia ser melhor.

Até temos algoritmos eficientes para contar passos, monitorar dados durante corridas e outras atividades, tanto ao ar livre quanto indoor, mas o reconhecimento automático peca bastante, fazendo com que você precise ficar lembrando o tempo inteiro de começar e parar a medição, dependendo do que estiver fazendo.

Isso é especialmente chato em atividades mais curtas, como musculação, já que o rastreamento só entra em ação quando um exercício é feito por mais de 3 minutos de forma ininterrupta. Por isso, você acaba tendo que ficar iniciando e parando o contador a cada repetição dentro de uma série para ter os dados daquele exercício em específico, o que não é nada intuitivo.

Além disso, a marcação de trajeto também só será feita a partir do momento em que o exercício “começou a valer”, então os primeiros quase três minutos antes dele perceber que você estava correndo ou pedalando de forma consistente serão perdidos.

Um ponto legal é que você pode usar um treinador virtual otimizado por IA para te ajudar nos treinos, com sugestões de exercícios de acordo com sua meta, seja ela perder peso, ganhar massa muscular, correr uma maratona ou apenas melhorar seu condicionamento físico.

Para serviços de emergência, o Galaxy Watch 7 traz detecção de queda e alerta de ritmo cardíaco irregular, funções úteis que podem salvar vidas.

O Galaxy Watch 7 de 44 mm traz a mesma bateria de 425 mAh da geração anterior, que promete as mesmas 40 horas de uso sem o AlwaysOn Display ativado, ou 30 horas com a função habilitada.

Em nossos testes tivemos a média exata de dois dias de uso com todos os sensores ativados, incluindo o GPS, e brilho automático, mas sem o AlwaysOn. O mais comum foi recarregar o relógio antes de dormir a cada dois dias para garantir que ele não ficaria sem carga antes do final da noite, atrapalhando a medição do sono e a pontuação de energia — o que acabou acontecendo em uma das vezes onde a recarga não foi feita.

O carregador magnético entregue pela Samsung funciona como esperado, conseguindo recarregar de 0 a 100% em cerca de 1 hora e meia. Em 30 minutos você consegue cerca de 40% de bateria, e em 1 hora essa marca dobra.

O Galaxy Watch 7 é um relógio inteligente bastante completo. Temos visual premium, ótima tela AMOLED, sistema robusto com muitas opções de apps e funções, e boa eficiência ao rastrear atividades físicas e dados de saúde.

Como pontos a melhorar ficam a bateria que poderia ser melhor, especialmente porque ele ficou mais gordinho, e o algoritmo de reconhecimento automático de exercícios, que deveria entrar em ação mais rápido para evitar que você precise ficar o tempo inteiro lembrando de colocar o relógio para marcar seus dados.

Seu maior concorrente no mercado nacional é o recém-lançado Apple Watch Series 10, que chega nas próximas semanas pelo preço de R$ 5.500 para a versão em alumínio e R$ 9.300 para a variante em titânio. Considerando que o Watch 7 entrega muito e custa metade do preço, a escolha para quem já conta com um celular Samsung ou que ao menos rode Android é óbvia.

Outra opção é o Huawei Watch GT 4, que oferece bateria de duração bem maior, visual também bastante premium que remete a relógios tradicionais e boa integração com celulares Android, mas sem uma loja de apps tão boa quanto a Play Store.

No geral, porém, se você já tem o Galaxy Watch 6 não faz muito sentido ir para o sucessor, sendo vistas novidades bastantes discretas que não justificam pagar a mais por ele. Também é possível achar o modelo de 2023 em uma faixa de preço bem mais baixa no varejo, inclusive em sua versão LTE, então pode fazer mais sentido ir nele em vez de comprar o modelo mais recente se você estiver pensando em um novo smartwatch.

E você, o que achou do Galaxy Watch 7? Gostou das novidades apresentadas pela Samsung ou já ficaria satisfeito com o Watch 6? Deixe seu comentário aí embaixo.