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Assinar, assistir e cancelar tem sido cada vez mais comum entre usuários de streaming

20 de abril de 2024 23

“Por que gastar dinheiro em algo que não estou usando?” é o questionamento que atingiu Alicia Bianchi, advogada de 38 anos residente em Michigan, Estados Unidos. A advogada vem cortando serviços de streaming ao longo do último ano e deve cortar mais um assim que acabar de assistir o conteúdo que deseja.

Assinar, assistir aos filmes e séries que pretende e cancelar o serviço. Segundo dados da pesquisa realizada pela Antenna – empresa de pesquisas de assinaturas, esse tem sido o padrão de comportamento adotado por vários norte-americanos.

Para ser mais preciso, mais de 29 milhões – cerca de ¼ dos assinantes de streaming do país – cancelaram três ou mais serviços nos últimos dois anos. E os números estão aumentando rapidamente, indicando uma possível mudança de comportamento por parte desses consumidores.


Inflação, catálogo sem apelo, fim do compartilhamento de senhas, fora o retorno as atividades pós-pandemia, são alguns dos possíveis motivos que podem explicar essa nova tendência. Mas a sensibilidade ao preço também é importante, ainda mais que os aumentos não costumam ser justificados pelo acréscimo de serviços.

Uma pesquisa recente da Deloitte revelou que os americanos estavam gastando 13 dólares a mais com serviços de assinatura em relação ao ano anterior, totalizando uma média de US$ 61 por mês para quatro serviços.

Quase metade dos entrevistados afirmou, inclusive, que cancelaria seu serviço de streaming favorito caso o preço da assinatura mensal aumentasse mais de US$ 5.


Chamada de “churn serial” pela Antenna, em 2023 essa nova tendência de "assinar, assistir e cancelar" representou cerca de 40% de todas as assinaturas e cancelamentos; algo que preocupa as empresas de mídia.

Executivos de empresas como Paramount, Warner Bros. Discovery, NBCUniversal e Disney consideram estratégias para diminuir essa volatilidade e reverter usuários para assinaturas mais duradouras.

Exemplos de sucesso com o da Disney, que englobou em um único pacote Disney+, Hulu e ESPN+, mostram que a chave talvez seja recorrer à reintrodução de elementos conjuntos, como acontecia nos tempos de cabo tradicional. Assim, acredita-se que o assinante se veja menos atraído a cancelar algo com tantos serviços de uma só vez. Outras iniciativas incluem a promoção de conteúdos inéditos e exclusivos para manter os assinantes interessados.


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