O Brasil está avançando na implantação da TV 3.0, a próxima geração da televisão digital, que promete oferecer uma experiência imersiva ao telespectador, com imagens em alta resolução, som tridimensional e interatividade com conteúdos de internet e streaming. O Ministério das Comunicações (MCom) coordena, desde 2021, um projeto de estudo e teste das tecnologias candidatas para compor o novo padrão, que deve entrar em operação a partir de 2025.

A TV 3.0 vai permitir que a qualidade da imagem salte de Full HD para 4K ou até 8K, com melhorias na cor, na nitidez e no contraste. O som também será aprimorado, com tecnologias de áudio imersivo que vão dar a sensação de estar no ambiente que está sendo assistido. Além disso, o telespectador terá mais poder sobre o conteúdo, podendo escolher entre diferentes ângulos de câmera, legendas, áudios e informações adicionais.

O projeto de evolução da TV digital iniciou com uma chamada internacional para que empresas desenvolvedoras de tecnologias enviassem propostas para o novo padrão. Após a avaliação de diversas universidades brasileiras, financiadas pelo MCom, o Fórum do Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre (SBTVD) consolidou as recomendações técnicas para adoção.

A portaria publicada em outubro de 2023 determina que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) garanta a destinação primária e exclusiva das faixas de VHF alto e UHF ao serviço de radiodifusão de sons e imagens e ao serviço de retransmissão de televisão, atuando em conjunto com a criação do Grupo de Trabalho para propor um padrão tecnológico para a nova geração.

Em fevereiro de 2022, o projeto entrou na terceira e última fase, que consiste em testes complementares, pesquisa e desenvolvimento, além de padronização e demonstrações. Foi feita a elaboração das especificações técnicas para codificação de vídeo, áudio e legendas, além do planejamento de todos os detalhes dos testes complementares que serão feitos.

A primeira transmissão da TV 3.0 está marcada para este ano, mas ainda não há informações sobre data e primeira cidade beneficiada com a novidade. Apesar da mudança, o novo modelo vai manter as atuais frequências de transmissão, o que significa que os usuários poderão operar com uma programação diferente, mesmo sobre frequência e localização iguais.