Segurança 17 Mai
Sabemos que a Empresa Brasileira Correios e Telégrafos (EBCT) está prestes a fechar as portas de mais de 500 agências, o que, segundo Carlos Fortner, presidente dos Correios, garantirá a qualidade de atendimento ao cidadão e modernização da empresa.
Porém, em um debate ocorrido nessa quinta-feira (17), solicitado pelo Senador Paulo Paim (PT-RS), os participantes da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) levantaram pontos importantes.
A Senadora Regina Sousa (PT-PI) acredita que, com a ação, o governo estará atuando de modo semelhante ao processo de fechamento de agências bancárias públicas.
A parlamentar levantou a problemática de que a filosofia do governo é "governar para os ricos e não se preocupar com a sociedade"; segundo ela:
O governo Temer é demolidor. Vão fechar as agências para quê? Os pequenos municípios vão sofrer as consequências. Essas populações vão ter dificuldades para se locomover para outras cidades.
Além disso, o fechamento vai prejudicar a economia dessas cidades.
As pessoas que fazem operações bancárias nas agências dos Correios, porque os bancos foram fechados, vão passar a viajar para a cidade grande mais próxima e lá mesmo vão gastar o dinheiro delas.
Fortner, no entanto, explicou que existem distritos de cidades onde a presença das agências não é justificada como, por exemplo, em Ananindeua no Pará, onde uma delas será fechada devido à proximidade com a que encontra-se na cidade de Coqueiro:
São imóveis alugados. O custo para manter a agência de Ananindeua é de R$43 mil; na outra mais próxima é de apenas R$27 mil.
Ainda segundo o projeto que inclui o fechamento das agências e demissão 5 mil funcionários prevê canais de atendimento digital, pontos de coleta, agências móveis, comunitárias e funcionando dentro de comércios.
José Silva, secretário geral da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos) apontou a falta de comunicação da estatal com seus funcionários.
Silva acredita que será impossível realocar os 28 mil atendentes comerciais para outros cargos dentro da empresa, e teme que aconteça uma demissão em massa.
Ele citou a insatisfação da população com os serviços prestados, culpando por isso o atual modelo de gestão, relembrando que "as máquinas" dos Correios são os seus trabalhadores.
Comparando o número de funcionários de 2011 (128 mil) com o atual (105 mil), explicou que pelo menos mais 20 mil contratações seriam necessárias para manter o nível de qualidade dos serviços.
O diretor financeiro da Findect (Federação Interestadual dos Sindicatos de Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios), Anézio Rodrigues, sugeriu que a estatal vem sofrendo uma série de manipulações que são reflexo da gestão de pessoas que não mostram comprometimento algum com o futuro da empresa.
Na sessão, ele citou que a empresa havia comunicado que o plano de saúde de seus funcionários a estavam levando à falência, reiterando que a estatal havia saído de um prejuízo de R$2 bilhões para um lucro de R$600 milhões.
Rodrigues também sugeriu que as informações divulgadas poderiam não ser verdadeiras, questionando serem "algo para enganar o mercado", ressaltando que a empresa é lucrativa, porém, não deve ser privatizada usando o sacrifício de seus trabalhadores.
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