Sobrou pouco para o Google anunciar hoje (15), mas enfim os Pixel 4 e Pixel 4 XL foram oficializados. Agora, começa a grande expectativa de vermos esses smartphones em ação. Afinal, se apenas com uma lente a linha Pixel já era referência em fotografia, o potencial dela com o novo conjunto de lentes deixa a todos nós animados.

Como é de praxe, o TudoCelular compara os lançamentos do mercado com os seus antecessores diretos e também seus principais rivais. Hoje, obviamente, essa briga envolve não apenas tops de linha, mas smartphones com bons poderes fotográficos.

Vimos que a Apple melhorou muito seus equipamentos em 2019, e a linha Note 10 chegou com um novo layout de câmeras e três sensores traseiros. O Mate 30 Pro por sua vez tem a Leica ao seu lado. Vamos começar?

Quem não gosta de um bom display? Para além de telas de alta qualidade serem um elemento charmoso de design, dependendo da tecnologia empregada é possível economizar muito nas bordas. Esse, porém, nunca foi o forte da linha Pixel: o modelo regular traz uma tela de 5,7 polegadas OLED com uma testa abrigando a câmera frontal e os sensores como o Soli. O modelo de 6.3 tem resolução quad HD+ de tela, mas também conta com uma faixa preta acima da tela.

Essa é uma característica herdada do Pixel 3, mas não do Pixel 3 XL que apostou em um entalhe na frontal. Aparentemente o Google desistiu desse traço de design.

Os aparelhos que se destacam mesmo aqui são os Galaxy Note 10 e Mate 30 Pro: ambos, para além do display curvado nas bordas que permite um aproveitamento ainda maior de tela, trazem entalhes bem mais discretos, com o Note 10, por exemplo, oferecendo apenas um furo na tela para abrigar a câmera frontal.

Os iPhone 11 e 11 Pro repetem um design, ao menos na frontal, que vem desde o iPhone X de 2017: um entalhe largo, que serve para abrigar o Face ID.

Vale ainda observar que os únicos smartphones com biometria digital dessa lista são os Mate 30 Pro, Galaxy Note 10 e Pixel 3. Todos os demais apostam em reconhecimento facial seguro (com uso de hardware próprio para tal).

Talvez a parte mais interessante dos comparativos, ao mesmo tempo em que o software de câmera de cada um desses aparelhos guarda tantos segredos que não nos bastam apenas especificações de hardware para chegarmos a um veredito.

Todo mundo sabe que o app Google Camera faz um trabalho incrível de pós-processamento, não é mesmo? Tanto que são muitos os desenvolvedores que portam o software para outros smartphones do mercado e as melhorias são muito visíveis.

Em termos de sensores, tanto Pixel 4 como Pixel 4 XL trazem um sensor principal de 12.2 MP com abertura f/1.7. É uma boa especificação que em 2019 chega ao lado de um sensor telefoto f/2.4, que permite pela primeira vez zoom óptico na linha, mas de apenas 2x.

Em contraste com o modelo do ano passado, Pixel 3, tínhamos um sensor único de 12 MP que oferecia pouca versatilidade. Ponto em comum entre as duas gerações é o oferecimento de estabilização ótica, o mínimo esperado de um flagship...

Os iPhone 11 e 11 Pro por sua vez trazem lente principal de 12 MP com abertura f/1.8. Apesar dessa captura de luz timidamente menor em relação aos Pixel, temos aqui a tecnologia Deep Fusion que se mostra uma revolução para as fotografias obtidas em condições média de luz.

A câmera secundária de ambos é uma ultra-wide f/1.4. O modelo Pro oferece ainda uma telefoto para zoom óptico com f/2.4.

O Galaxy Note 10 é o único da lista com abertura variável na lente principal. Ou seja, ela se adapta para condições de baixa ou alta luminosidade. As opções são de f/1.5 e f/2.4, com estabilização óptica. Ele conta ainda com lentes ultra-wide e telefoto para fotos com zoom ótico.

Já o Mate 30 Pro traz sensores chamativos de 40 MP, com o principal tendo abertura de f/1.6, e o ultra-wide f/1.8 é uma ótima novidade já que esse tipo de lente costuma chegar com um sensor bem mais fechado (f/2.4). Completando, temos também lente telefoto de 8 MP f/2.4) com estabilização ótica.

Ou seja... temos uma disputa inicialmente muito equilibrada e todos os dispositivos tem diferenciais interessantes: os Pixel tem o Google Camera, os iPhone 11 o Deep Fusion, o Galaxy Note 10 a abertura variável da lente principal, e o Mate 30 Pro um sensor ultra-wide de qualidade técnica acima do comum. Se quiser um critério de desempate, o DxOmark classifica o produto da Huawei como o melhor do mercado para fotos, até agora.

Ok, é ótimo tirar boas fotos no celular, mas de pouco isso adianta se não houver um bom espaço de armazenamento, um bom processamento, e uma bateria que dure, não é mesmo?

Estamos comparando tops de linha, logo a tendência é que todos entreguem experiências ótimas ao usuário. Porém, quando levamos em consideração as especificações técnicas do quadro acima, infelizmente precisamos fazer alguns alertas!

De todos os aparelhos que estamos comparando, o Mate 30 Pro é o único em que é possível expandir a memória via cartão. O Galaxy Note 10 possui a variante Plus que também traz essa opção, mas o modelo regular não.

A boa notícia é que os iPhone 11 e 11 Pro são oferecidos com memória interna de até 512 GB, e quem vive no iOS está acostumado a enfrentar essa, digamos, limitação.

O problema real aparece quando falamos dos Pixel: os 3 e 3 XL não oferecem expansão via microSD e são oferecidos com configuração máxima de 128 GB internos. O mesmo se repetiu com os 4 e 4 XL, e convenhamos, muitos intermediários do mercado oferecem tal espaço apesar de serem mais limitados no que diz respeito a apps e qualidade de fotografias. E mesmo assim a memória deles pode ser expandida.

A quarta geração dos Pixel oferece pouca memória interna para o ano de 2019 e não permite que um cartão microSD quebre o galho. Isso não é positivo para um smartphone que custa a partir de US$ 799 e vai até US$ 999.

Em termos de processamento, tanto Pixel 4 como o Pixel 4 XL chegam com o Snapdragon 855. O momento em que os Pixel costumam ser oficializados, outubro, não é o ideal em termos de marketing pois é o mesmo período no qual a Qualcomm geralmente anuncia sua próxima geração de SoCs...

Com isso, tão logo os Pixel chegam às prateleiras, um novo chip mais moderno começa a chamar a atenção do público. Os smartphones do Google pegam a "xepa", por assim dizer, depois que todas as suas concorrentes já lançaram seus flagships com o mesmíssimo processador.

Isso, claro, não quer dizer que temos um celular pouco potente. Como reforçamos acima é mais um mecanismo de marketing. Um bom upgrade, aliás, diz respeito à memória RAM dos dispositivos: agora temos 6 GB contra os 4 GB do Pixel 3.

A menor quantidade de memória RAM é encontrada nos iPhone 11 e 11 Pro. Porém, sabemos que o gerenciamento de memória do iOS é completamente diferente do Android e por isso não cabem muitas comparações. Já foram diversos os testes que atestaram que, ao lado do Apple A13 Bionic, os celulares da Maçã deixam muito top de linha Android comendo poeira.

A maior quantidade de memória RAM é encontrada nos Mate 30 Pro e Galaxy Note 10: ambos têm 8 GB, e são equipados com o Kirin 990 e Exynos 9825 respectivamente. Soluções das próprias empresas que ainda não alcançam o desempenho da solução da Qualcomm, porém não deixam a desejar em termos de performance.

Quando o assunto é bateria novamente precisamos fazer ressalvas quanto aos novos Pixel.

O Pixel 4 foi oficializado com um tanque de apenas 2.800mAh. Por maior que seja o milagre que o Google tenha feito nos eu software, podemos afirmar categoricamente que temos pouca energia aqui para o Android trabalhar. Mesmo o Pixel 3 do ano passado, com uma câmera a menos para alimentar, tem 2.915mAh. Esse é um ponto desse lançamento que fica difícil entender.

O modelo XL por sua vez tem bons 3.700mAh. Mas vale lembrar que sua tela é quad HD+, logo o consumo também deverá ser bem maior...

Quem também não tem lá a configuração ideal é o Galaxy Note 10, que tem um painel de 6.3 polegadas mas 3.500mAh de bateria. Mesmo seu antecessor, Galaxy Note 9, ofereceu 4.000mAh aos consumidores.

Agora falando de quem trouxe bons tanques, temos os iPhone 11 e 11 Pro: ok, em um primeiro momento 3.046mAh e 3.500mAh podem não parecer capacidades ideais. Mas estamos falando do iOS, que até a primeira metade dessa década fazia aparelhos com menos de 2.000mAh durante um dia.

Os testes com os novos dispositivos da Maçã mostram ótimos resultados de autonomia, inclusive.

A maior bateria, porém, é encontrada no Mate 30 Pro, que tem um tanque de 4.500mAh.

Bem, como o esperado, os tops de linha do comparativo oferecem configurações que tornam difícil uma conclusão fácil. É fato que o Pixel 4 poderia ter chegado com baterias e armazenamento melhores, mas seu trunfo, as câmeras, farão muitos consumidores deixar isso em segundo plano.

O Mate 30 Pro, se formos colocar na ponta do lápis, é o smartphone com o maior número de benefícios, mas tem um ponto negativo que não foi citado aqui: a ausência dos serviços Google. Então imagine ter um belo carro esportivo, mas viver em uma via engarrafada. Não será possível usar soluções como Google Pay, Play Store, Gmail, Mapas e muitas outras ferramentas as quais já estamos tão habituados.

Os novos iPhones oferecem boas câmeras, ótimo hardware, uma loja de apps decente... mas o preço é sempre aquele, muito além da realidade de muitos consumidores.

No final, cabe a você, leitor, chegar às suas próprias conclusões. O guia destrincha características de hardware, design, e faz apontamentos pertinentes quando as especificidades de cada gadget da lista. Mas no final das contas existem muitas outras variáveis que apenas você pode adicionar na equação!

E você, acha que o Google fez um bom trabalho com os novos Pixel 4 e 4 XL? Conte para a gente nos comentários!

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