Que a qualidade do sinal das operadoras brasileiras não é das melhores, isso não é novidade. Mas para que o número de reclamações comece a cair e o serviço tenha melhorias significativas, o valor investido pode ser bastante alto.
Um executivo da maior concessionário de telefonia do páis (provavelmente Brasil Telecom/Oi), que não quis se identificar, fez a estimativa à
Folha (link fechado para assinantes) de que seriam necessário
R$ 50 bilhões para melhorar a qualidade do serviço, nivelando ao que é encontrado nos EUA e Europa.

É assim que você se sente?
O valor seria investido para dobrar o número de antenas no país. Hoje, o Brasil tem 50,2 mil antenas, sendo uma a cada 169 km2. No Reino Unido, com território equivalente a 3% da área brasileira, o número de antenas é de 57 mil, ou seja, 4 / km2. Nos EUA, há uma antena a cada 37 km2.
A qualidade do sinal, no entanto, não fica por conta apenas do número de antenas, variando também de acordo com a quantidade de clientes em torno delas e com a capacidade de escoamento do tráfego dos sinais entre as antenas e as centrais das operadoras.
Nesse aspecto, mais um ponto negativo para o Brasil, que ainda está trocando seus cabos antigos por fibras ópticas - tecnologia já implementada nos EUA e Europa. Mas as notícias ruins não param por aí.

Vai uma antena aí?
As operadoras não planejam começar esses investimentos num futuro breve, pois tiverem que desembolsar valores altos desde 2008 com a implementação das redes 3G. Além disso, as operadoras também começarão a investir nos próximos anos na migração para a rede 4G, que só deverá entrar em funcionamento nas cidades da Copa, em 2014.
Por fim, para piorar um pouco mais, o crescimento da internet móvel no país está acelerado, e chegou a atingir 138% em 2010. Isso significa "mais pessoas em torno das antenas" e, consequentemente, pior qualidade do sinal. Não é a toa que, segundo a Anatel, o número de reclamações referentes a qualidade do sinal, cobertura ou defeitos dobrou nos últimos anos.
Comentários