Um dos recursos que dão um design mais avançado a um celular ou a um relógio inteligente consiste em sua certificação de resistência. Ela concede proteção extra contra cenários como água, poeira, temperatura, pressão e outras capacidades.

Entre as principais encontradas, podemos ver a IP68, a 5 ATM, a MIL-STD-810G, entre outras. Mas você sabe diferenciar cada uma e o que de fato elas garantem ao dispositivo? O Detetive TudoCelular separou os destaques das principais classificações e aprofunda a você nesta coluna?

A certificação IP consiste na Classificação de Proteção Contra Ingresso. Ela foi criada pela Comissão Eletrotécnica Internacional (IEC) e tem como capacidade padronizar com medidas universais os níveis de resistência a sólidos e líquidos.

O primeiro dígito equivale a proteção contra a entrada de sólidos, como poeira ou alguma outra sujeita. Ele vai de 0 a 6, em escala crescente do menos para o mais resistente, como mostra a tabela abaixo:

Por sua vez, o segundo dígito categoriza a resistência à entrada de líquidos e umidade, que costuma ir de 0 a 8, também de maneira crescente do menos ao mais protegido contra água.

Ainda há neste quesito o grau 9K, considerado o máximo possível e que demanda testes mais minuciosos, para garantir a sobrevivência a jatos de vapor e alta pressão. Esta classificação superior – no caso, a IP69K – geralmente é utilizada em celulares robustos. Veja:

Na prática, um celular ou relógio com IP68, por exemplo, é capaz de resistir ao contato com poeira e à submersão de até 1,5 metro por até 30 minutos. Na prática, você poderia usá-los na chuva, para lavar louça ou na praia, por exemplo. Claro que a proteção não garante 100% que não haverá danos nessas condições.

É importante ressaltar que a certificação IP não leva em consideração a pressão d’água exercida contra o dispositivo. Isso vai se enquadrar na situação a seguir.

Diferentemente do que acontece na certificação IP, a classificação ATM se refere diretamente a resistência de um aparelho contra água sob pressão. Na prática, o número utiliza a medida em atmosferas e se traduzem em um nível de pressão estática exercida em uma submersão a cada 10 metros de água.

Quanto maior for essa equivalência, mais atividades o dispositivo tende a suportar sem sofrer danos. Geralmente, os níveis aqui vão de 1 ATM até 20 ATM. Confira na tabela a seguir:

No entanto, apesar de a classificação usar como base pressão equivalente a uma quantidade de metros de profundidade, os testes consideram a pressão estática – como já falamos há pouco. Na prática, durante o uso do dispositivo pelo usuário, essa pressão será dinâmica – uma vez que o usuário estará em movimento.

Portanto, deve-se considerar que uma classificação inferior da lista garante a proteção de um smartwatch a chuva, por exemplo, mas talvez não tenha a mesma capacidade em um jato de uma forte mangueira. Mesmo assim, classificações superiores já possibilitam o uso em banhos e na natação, por exemplo.

Alguns dispositivos também entregam a chamada certificação militar de resistência, sob classificações como MIL-STD-810G ou MIL-STD-810H. O padrão significa que os aparelhos passaram por testes militares de resistência, dentro dos padrões estabelecidos pelo Ministério da Defesa americano.

Os testes envolvem desde estresse ambiental, até condições extremas de umidade, pressão radiação, fungos, vibração, choques e ácidos. No total, a lista inclui 28 experimentos distintos para avaliar a durabilidade.

Aqui não consideramos como umidade a água em submersão ou por pressão, como nos dois acima, mas sim os ciclos que vão de 58% a 88% em um período de 24 horas. Essa certificação também leva em conta a exposição do equipamento a respingos a partir de uma altura específica e maresia – quando é verificado o efeito de depósitos de sal.

Aqui inclui ainda a resistência contra arreia seca e soprada, ao teste de baixa pressão por um longo período de tempo – tal qual em uma viagem de avião –, vibrações e mudanças bruscas de temperatura.

Como vimos aqui, cada classificação de resistência leva em consideração diferentes cenários de testes. Em outras palavras, elas não substituem uma a outra, e sim são complementares entre si.

Assim, dispositivos com um tipo de certificação não é comparável a outro com um distinto. Contudo, quanto mais padrões de proteção o aparelho seguir, mais capacidades ele terá de sobreviver a diferentes condições.

E aí, você tinha alguma dúvida sobre as diferentes certificações de resistência em smartphones e smartwatches? Qual é a que mais considera essencial para um dispositivo? Participe conosco!