Atualização (06/02/2023) - por DT

A Oi informou à Justiça que possui 14 credores e uma dívida total de R$ 30 bilhões. O cenário foi apresentado pela empresa no pedido de proteção entregue à 7ª Vara Empresarial do Rio um mês e meio depois de ter encerrado a sua 1ª recuperação judicial.

De acordo com o documento, a empresa deve o total de R$ 29,751 bilhões para 14 credores e o valor se refere à dívida consolidada da empresa em 31 de dezembro de 2022. Vale lembrar que a 1ª recuperação judicial da Oi durou quase seis anos e meio.

O maior credor da Oi é o Bank of New York Mellon, que administra títulos de dívida da empresa adquiridos por uma série de investidores. Ao todo, a instituição aparece como credora de US$ 1,73 bilhão do banco, o equivalente a R$ 9 bilhões.

O agente fiduciário GDC Partners aparece no segundo lugar da lista de credores com R$ 8,26 bilhões em moeda nacional. Em terceiro, a Wilmington Trust de Londres tem três operações em dólar que, somadas, equivalem a US$ 1,03 bilhão (R$ 5,36 bilhões).

O China Development Bank, banco de desenvolvimento chinês, tem US$ 731,97 milhões (R$ 3,82 bilhões) para receber da operadora. Entre os bancos nacionais, o com a maior exposição é o Itaú, com uma dívida de R$ 2 bilhões que deve ser paga pela Oi.

Há ainda outros oito bancos brasileiros credores da Oi. São eles:

• Banco da Amazônia (R$ 100 milhões);
• Banco do Nordeste do Brasil (R$ 156,4 milhões);
• Bradesco (R$ 34,4 milhões);
• Santander (R$ 2,2 milhões);
• ABC Brasil (R$ 2,5 milhões);
• BNP Paribas (R$ 675 mil);
• Fibra (R$ 29 mil;
• Modal (R$ 25 mil).

A Fundação Atlântico de Seguridade Social, a entidade de previdência complementar da Oi, finaliza a lista de credores com o montante de R$ 948,12 milhões para receber.

Texto original (02/02/2023)

Oi entra com pedido preparatório para nova recuperação judicial e ações caem

A Oi entrou na Justiça ontem, na quarta-feira (1), com pedido de proteção contra credores em caráter preparatório para uma segunda recuperação judicial. A medida processual é a mesma utilizada pela Americanas em janeiro contra parte dos seus credores.

Vale lembrar que o primeiro processo de recuperação judicial da Oi durou quase seis anos e meio e foi encerrado em dezembro do ano passado. A empresa teve que se desfazer de vários ativos, incluindo a sua divisão móvel para as concorrentes TIM, Claro e Vivo.

“Apesar do inquestionável sucesso da primeira recuperação judicial, que, por meio da mudança de seu plano estratégico de atuação, com novo foco de operações voltado a serviços de fibra ótica e incluindo a transferência para outros investidores de parte de seus negócios, permitiu a redução substancial de seu endividamento total, a estrutura de capital da companhia continua insustentável. São, aproximadamente, R$ 29 bilhões apenas em dívidas financeiras”, disseram os advogados da operadora.

Como apontou o site Valor Investe, a companhia vinha negociando a reestruturação de sua dívida, mas não conseguiu chegar a um acordo final com seus principais credores financeiros. Por isso, a Oi entrou com esse pedido para se proteger contra as cobranças.

Após o pedido, as ações da Oi registraram uma forte queda nesta quinta-feira (2). Os papéis ordinários (ON, com direito a voto em assembleias) da empresa recuaram 30,51% na bolsa, sendo cotados a R$ 1,64. A OIBR3 chegou a alcançar a mínima de R$ 1,62.

Já os papéis preferenciais desvalorizam 27,56%, ao preço de R$ 3,68. A operadora emitiu um comunicado no qual diz que a empresa segue funcionando normalmente e que o pedido de tutela antecipada feito à Justiça não afeta os fornecedores.