Tech 11 Jul
A Dell lançou o Inspiron 16 Plus modelo 7640 no Brasil em julho de 2024, como parte do seu portfólio atualizado. Ele chega como um notebook que foca em alto desempenho para Inteligência Artificial e com GPU dedicada.
Depois de testar este laptop por algumas semanas, qual é o veredicto que temos sobre ele? A prática atende ao que ele promete no papel? Vamos saber essas respostas agora, na nossa análise completa.
Como um modelo avançado da Dell, a construção não poderia ser diferente. O Inspiron 16 Plus chega com um chassi externo todo em alumínio, na cor prata gelo para um aspecto bem premium. O logo da marca também segue centralizado na tampa do produto.
Mesmo assim, ele não chega a se incluir em um modelo ultrafino e ultraleve, como a linha XPS e outros concorrentes, mas também fica abaixo do que encontramos em máquinas gamer. Aqui temos um corpo com espessura de quase dois centímetros e um peso de 2,24 kg. As bordas dele são finas e abrigam na porção superior a webcam Full HD.
Ele conta com um teclado retroiluminado com luz em três níveis e apresenta boa resposta de digitação. A peça não possui a parte numérica dedicada, algo geralmente presente em laptops com o mesmo tamanho.
Ao menos, há uma tecla dedicada para abrir o Copilot e interagir com a IA generativa da Microsoft, além de um leitor biométrico incorporado ao botão de energia que permite o desbloqueio por impressão digital. O touchpad apresenta uma boa sensibilidade, porém o tamanho é apenas decente.
Em ambas as laterais e na traseira, estão ainda as saídas de ar pelas ventoinhas, que funcionam bem em tarefas básicas, mas precisam de mais potência ao usar em ações de exigência gráfica.
O conjunto de portas tem do lado esquerdo uma tomada de energia proprietária, uma HDMI 2.1 e uma USB Tipo-C com Thunderbolt 4. Já do lado direito, estão os dois conectores USB 3.2 Tipo-A, um jack de áudio e um slot para cartão microSD. Completam as configurações de conectividade o Wi-Fi 6E e o Bluetooth.
Por vir com um carregador com plugue USB-C, a Dell poderia ter colocado mais opções dessa porta no chassi, principalmente no lugar do conector proprietário. Mas foi uma forma que a empresa encontrou de economizar em relação ao corpo do modelo antecessor.
A caixa não traz itens além do convencional. Em outras palavras, encontramos na embalagem o notebook, a fonte e o cabo de energia, além do manual de usuário.
A Dell colocou uma tela de 16 polegadas neste notebook. A resolução Quad HD+ entrega 2560 x 1600 pixels, para uma definição satisfatória de imagem, apesar de que os 300 nits do nível de brilho podem não ser suficientes para um usuário mais exigente.
O painel do tipo IPS não decepciona em cores e contraste. Você poderá sentir falta de uma calibração melhor se for criador de conteúdo, porém o resultado que temos já é bom o bastante para a maioria dos usos, em especial falando de entretenimento. O tratamento antirreflexo também ajuda a não ficar com a visualização espelhada contra a luz.
A taxa de atualização dela chega a 120 Hz para uma fluidez superior em navegação e jogos. Isso pode agradar aos gamers, mesmo sem ser um laptop projetado para esse tipo de tarefa.
Também encontramos nele o suporte à tecnologia Dolby Vision. Dá para escolher o perfil conforme a sua preferência de reprodução, se deseja reforço de brilho, pretos mais profundos ou cores vívidas, o que ajuda a ter uma qualidade superior na hora de ver filmes e séries em streamings compatíveis.
Na parte sonora, a fabricante inseriu um sistema de áudio estéreo composto por quatro alto-falantes de 2 W cada, para um conjunto total de 8 W. Uma novidade aqui é a posição de parte deles logo acima do teclado, e não nas laterais como costuma acontecer em outros modelos.
Este talvez seja um dos principais pontos fracos do produto. O som decepciona em potência sonora e praticamente não entrega graves, com um resultado estridente e pouco adequado para qualquer tipo de uso. Você pode até usar o aplicativo Dolby Access para tentar equalizar, mas não sentirá tanta diferença nas frequências nem no volume.
Novidade desta geração, o Inspiron 16 Plus vem equipado com o processador Intel Core Ultra 7 155H. O componente tem um foco especial em tarefas de Inteligência Artificial, graças à sua NPU para esse tipo de carga de trabalho. Também há nele as opções de GPU dedicada NVIDIA GeForce RTX 4060 ou 4050, e aqui temos a versão mais poderosa.
Já nas memórias, ele fornece 1 TB de armazenamento em SSD e 16 GB ou 32 GB de RAM. No nosso caso, estamos com a variante mais modesta neste item. Ainda que não seja a mais indicada para edições pesadas, esta configuração dá conta de tarefas complexas sem grandes problemas.
Os benchmarks confirmam isso. O PCMark 10 registrou quase 7 mil pontos no total, com destaques para as notas acima de 13 mil em edição de foto e renderização. O indicador ficou acima da maioria dos notebooks do segmento e apenas um pouco abaixo de modelos gamer.
O novo Steel Nomad do 3DMark não empolgou e ficou apenas com 1.780 pontos. Um número abaixo do que já vimos em modelos atuais sem GPU dedicada, como o Zenbook S 16. Isso mostra que o foco da placa gráfica desta máquina está mais voltada a produtividade do que a jogos.
Isso é reforçado quando analisamos o sistema do Inspiron 16 Plus. O Windows 11 dele não traz o famoso software da Alienware para gerenciamento de desempenho e um boost em games. No lugar, temos apenas o MyDell como alternativa para ajustar a performance e outras configurações mais básicas de software.
Ao menos, o GeForce Experience e o Painel de Controle da NVIDIA estão presentes por aqui. Eles permitem atualizações do driver e um gerenciamento mais específico para a placa de vídeo.
Apesar de não ter seu foco em games, esta máquina consegue aproveitar bem a RTX 4060 durante a jogatina? Testamos alguns títulos na resolução máxima de Quad HD+ para saber. Em Fall Guys, não tivemos qualquer problema para rodar quase sempre em 120 fps e com qualidade alta nas configurações.
Counter Strike 2 já mostra uma certa dificuldade. Nos cenários mais escuros, você até pode ter algo acima de 100 fps, mas no geral deve ficar em uma média de 70 fps. Uma taxa de quadros abaixo do desejado para um gênero de tiro em primeira pessoa.
O curioso é que, quando vamos para a exigência maior de Ray Tracing no ritmo frenético de DOOM Eternal, o notebook respondeu bem para manter quase sempre acima dos 100 fps com gráficos no alto.
Games mais pesados já sentem a falta de um sistema de resfriamento mais eficiente e perdem um pouco de desempenho conforme o tempo passa. God of War é um desses casos. Você começa perto dos 50 fps e depois de um tempo passa a ter dificuldade para atingir os 40 fps. Aqui vale considerar baixar a resolução para ter um ganho de fluidez.
Para completar, Ratchet And Clank não chega a ter a mesma exigência do título anterior, mas os mais de 90 fps de quando você inicia o game caem para a faixa de 70 fps após um tempo.
A Dell incluiu neste modelo uma bateria de 6 células com capacidade de 90 Wh. A fabricante promete uma duração de até 8 horas em uso com exigência de desempenho gráfico e até 16 horas reproduzindo filmes e séries. Será que é isso que temos na prática?
Fizemos nossos testes que alternam navegação no Edge, documentos no Word e conversação pelo Telegram. Com esse padrão, chegamos a uma autonomia de cerca de 9 horas até ser desligado por completo. Um tempo positivo, se considerar que pode durar mais do que um expediente de trabalho completo. Sinal nítido da eficiência energética do hardware desta máquina.
Quando vamos para o carregamento, a companhia manda na caixa um adaptador de tomada de 130 W de potência, com conector do tipo USB-C, apesar de haver entrada também para plug proprietário, como já mencionamos.
E quanto levou até retornar aos 100%? A tecnologia de recarga inteligente da Dell vem habilitada de maneira nativa e impede uma rapidez maior. Por isso, demorou aproximadamente 2 horas e 20 minutos para completar o processo.
Temos o veredicto sobre o Dell Inspiron 16 Plus? Podemos dizer que este é um notebook feito para profissionais que desejam ter uma máquina com processador de alto desempenho e uma GPU dedicada, mas sem os apelos gamer no corpo para um design mais sóbrio e fácil de ser transportado.
E aqui, este modelo responde bem. Ele não decepciona em tarefas complexas, como edições moderadas, e ainda está preparado para rodar cargas de IA generativa com facilidade, seja pela composição da CPU ou pela tecla dedicada ao Copilot. Sem falar na eficiência energética dos componentes, o que se traduz em uma bateria com uma duração satisfatória.
A tela dele agrada no geral, mesmo com um brilho abaixo do desejado. Isso porque a fabricante fez bem em investir no display IPS, na taxa de atualização e na resolução elevadas, fora o suporte a Dolby Vision.
Como principais pontos negativos deste modelo, destacamos o sistema sonoro com potência fraca e frequências bem desequilibradas; e a presença de apenas uma porta USB-C, que tende a ficar ocupada na maior parte do tempo pelo carregador.
A Dell comercializa o Inspiron 16 Plus no Brasil por preços sugeridos que partem dos R$ 9.500. Esta configuração que testamos chega a ser encontrada por R$ 10.500. O que temos de concorrentes no mercado nacional?
O Galaxy Book 4 Ultra é o principal rival desta máquina. O laptop da Samsung até cobra um valor maior, mas traz painel AMOLED com resolução e brilho superiores, mais memória RAM na variante modesta, mais slots USB-C e um sistema sonoro de melhor qualidade.
O Macbook Air de 15 polegadas com chip M3 também está na mesma faixa. Apesar de não ter tanto armazenamento como o notebook da Dell, a opção da Apple oferece um melhor desempenho em edições, áudio com qualidade superior e uma autonomia de bateria maior.
Você considera a experiência do Inspiron 16 Plus positiva? Qual característica dele mais te agradou? Compraria uma unidade? Diga para a gente.
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